NOSTALGIA
De Regilene Rodrigues Neves

Desmaia o dia
No silêncio...

Sobre o sol à noite
Em veladas sombras
Atrás do poente
Dormindo sonhos...

Nessas horas solitárias
Que atravesso o tempo
Uma rua sem porta
Do meu passado
Deixa cair suas folhas mortas
Do meu peito...

Alguns pensamentos distraídos
Caídos de abandono
Vira poesia abstrata
No recôndito universo...

Sem nenhum verso
Escrevo minha estrofe na areia...

Avisto lá no arranha-céu
Um vaso de flores
Esquecido no canto da janela
Esboça um átimo de beleza
A essência ainda se espalha imperceptível
Somente uma frágil sensibilidade
Sente o perfume de um pote velho
Porque em seu corpo
Ainda nascem flores
Adubadas de amor!

A idade cheia de rugas envelhecidas
No rosto da memória medita
O tempo abrevia o antigo
Num relance de lembranças...

No playground minha infância
Correndo feito criança...

Deixo escapar um esboço de saudade
E um suspiro de liberdade se perde no ar
Prisioneiro de um edifício
Que ajudei a levantar
Não consigo alcançar...

Lá de cima jogo meu monólogo
Faço uma leitura breve do meu ato
Algumas falas sem voz
Gritam dentro de mim
Sonhava um poema
Numa mistura de sonhos
E estrofes desconexas
Acordei molhado de solidão
E vi um papel encharcado de lágrimas
Que usei feito um lenço de poesia
Para enxugar o meu pranto de nostalgia
Que de mim se esvaia...

Em 12 de março de 2009

Um comentário:

  1. Riquíssimas metáforas floreiam teus
    nostálgicos versos, Querida Regilene!!!
    Singulares... Belíssimos!!!
    Beijo pra ti, Amiga minha...
    No Coração!!!
    Iza

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