DESPEDIDA
(por Regilene Rodrigues Neves)

Quando eu partir
Quero que plantem flores
Brancas, amarelas e vermelhas sobre mim,
Para que aspirem o suave perfume da minha paz
E sintam que aqui cultivei amigos com muito amor!

Que deixei sorrisos
Gargalhadas de alegria
Pelo meu existir!

Que colori a vida
Mesmo quando sem cor
Pintavam os meus dias...

Nada foi por acaso
Já estava escrito no livro de Deus!

Ia ser peregrina
Vagaria em muitos corações
Deixando neles
Porções do meu amor...

Amor roubado para me preencher de amor,
Amor feito de poesia absorvida
Nos jardins da alma em inspiração...

Partirei sem nenhuma lágrima
E nem quero tristezas sobre mim
Só quero me sentir molhada de emoção,
Porque minha alma
Foi pura comoção de sentimentos
Louvados de poesia a favor do tempo...

Saudades ficarão escritas nos meus versos
Lembranças minhas serão lidas
E meus sorrisos serão doce recordação
De quem por aqui passou
Oferecendo flores
Para um dia sentirem minha fragrância
Nas flores que plantarão sobre mim...

Não sei quando vou partir
É simplesmente mera inspiração
Da minha despedida
E meu desejo na minha partida...

Que seja ao som do coração
Ouvindo “Sentimentos” tocados ao fundo...

Esta sempre foi à canção
Que inspirou meu coração
Quando a poesia dentro de mim
Saia procurando almas afins...

A quem fiz sofrer por minhas intempéries
Peço perdão e deixar-lhes-ei meu amor!

Em 15 de janeiro de 2014



A VOZ DA ALMA
(por Regilene Rodrigues Neves)

Ouvindo uma voz de dentro
Escrevo minha alma
Leio minhas páginas
Conto histórias minhas...

Rascunhos de uma vida
De um caminho...

Curvas sem destino
Amores achados e perdidos
Atropelados vividos
Loucos sofridos...

Passo a passo
Sigo um corredor de sonhos...

Sonhei tantos amores
Tantos valores
Que pela estrada afora
Foram ficando
Lutando contra o destino...

Guiei meus passos por caminhos ermos
Que hoje são feitos de solidão
Solidão sem dor cheia de amor
Um amor preenchido de sentimentos
Colhidos pelo caminho...

Caminhos de guerra e de paz
De lutas e tempestades
De fé e de esperança
De saudades e de lembranças...

Caminhos preenchidos de Deus
Enxergando o céu sobre o horizonte...

Por vezes nele me perdi
Fiquei vagando nas sombras da alma
Passei frio, passei sede, senti fome,
Sem o toque do afeto,
Com sede de carinho,
Com fome de amor...

Enxergando dentro da alma
Todos os carinhos e amores perdidos
Fui me embriagando de todos eles
Bebendo-os dia a dia
Que se tornaram meu maior vício...

Hoje na minha solidão
Os acaricio da minha ternura
Um lugar de poesia
Que inventei para me abrigar
Das noites traiçoeiras de desilusão
Nelas visto meu coração
De todos os amores
Que não me pertenceram
Viajo em fantasias minhas
Quimeras de um poeta
Em meio à solidão...

Amante ela me faz carinhos na alma
Grita o amor dentro de mim
Num eco surdo e meu
Ecoando lá fora
Toda poesia de dentro...

Um jardim florido
Onde plantei amigos
E cultivei meus afetos
Para não perder a ternura
De sentir minha essência
De colher flores nas minhas estações...

Outonos amadurados de ensinamentos
Invernos introspectos
Verões altruístas
E primaveras colhidas
Nos jardins de dentro
Exalando a fragrância
Do amor fraterno
Sem apego nem posse
Simplesmente o amor
De quem se viciou em amar
E viver por amor
Escrevendo poesia sobre o front...

Em 15 de janeiro de 2014






COLHENDO FLORES NOS JARDINS DA ALMA
(por Regilene Rodrigues Neves)

O nosso lado esquerdo da alma
É tão lindo e puro,
Porque não enaltecê-lo
Ao invés de deixa-lo criar fungos
Que se nutrem por absorção do mal
Propagando e proliferando
Ervas daninha no nosso amor
Transmitindo para o universo
Somente aquilo que se voltará
Contra nós mesmos?

Porque não começarmos hoje
A cuidar melhor da nossa alma
Limpando-a e purificando-a
Com bálsamos e aromas de carinho
Para que todos em volta se impregnem
De essências do bem
E se libertem dos rancores, magoas,
Orgulhos e egoísmos
Que tantos nos causam dores?

Porque essa necessidade masoquista
De nos autopunirmos exalando
Da nossa alma o nosso pior
Quando Deus deu-nos um coração
Para amar e perdoar?

Esse amor tão perfeito
Que nos faz acasalar
Para gerar nosso semelhante,
Semelhante que é mãe
Que é pai, que é filho,
Que é irmão, que é amigo,
Companheiros na nossa solidão...

Porque essa necessidade
De ostentar esse lado ruim
Contaminado por desamores
Ao nosso semelhante?

Façamos uma reflexão
Olhando para dentro de nós
Apontando para nós mesmos as causas
Do que está nos corrompendo
Tornando-nos vazios de almas
Cada vez mais apegados a nossa vã matéria
Mais solitários e afastados de Deus...

Somos tão contraditórios
Gritando para o mundo o amor
E em nós praticando o desamor...

Porque não o amor verdadeiro
Sem apego nem posse
Somente amar o próximo
Como a si mesmo, sem nada exigir?

Quem sabe se eu e você
Começarmos a praticar gestos de afeto
O próximo ano
Que já desponta no horizonte
Faça-nos sentir
O suave perfume do amor
Exalar da nossa essência
E pelo caminho possamos seguir
Sentindo perfumes seus e meus
Misturados de amor fraterno...

E que esse amor se transforme em lindos jardins
Que eu colha flores pra você e você pra mim!
  
Em 01 de janeiro de 2014





PALAVRAS – ASAS DE UM PÁSSARO POETA
(por Regilene Rodrigues Neves)

Que minhas palavras sejam asas
A me levarem por aí
E a ti encontrem pássaro meu
E da alma alcemos voos etéreos
De infinita poesia...

Que eu escreva
O significado do amor
Letra a letra
E que elas junto
Seja a plenitude dos sentimentos...

E que todos os meus sentimentos
Resumam-se em palavras de amor
Colhidas no coração...

Como flores colhidas no jardim
A serem oferecidas com carinho
A quem simplesmente amo
Sem me apegar
Nem querer me apossar
Simplesmente oferecer meu amor!

Como um jardineiro que cuida
E ama suas flores
Sem lhes pertencerem...

Sem pretensão eu escrevo
Palavras do meu íntimo...

Voos simplórios de um amador
Que abre suas asas
E da alma explora lá fora
Sem nunca sair do lugar...

Sinto o gosto da liberdade
Livre nos meus lábios...

Num beijo mudo
Solto palavras entre meus dedos
Rascunhando sonhos...

Por vezes,
Sinto molhar meu olhar
Escorrendo lágrimas adentro
Ao dissabor das ilusões...

Mas outras vezes sinto
Meus lábios sorrirem
Todos os sorrisos dentro de mim
Numa gargalhada de alegria
Que espanta a felicidade
Rasgando de dentro
Folhas e folhas de sentimentos
Escritos a revelia em forma de poesia...

Que as minhas asas
Que jazem cheias de palavras
Façam rasantes e pousem na alma
De quem como eu
Voa por aí
Entre a poesia
As palavras e os sonhos
De um pássaro poeta
Sobrevoando jardins
Colhendo flores para o amor!

Em 31 de dezembro de 2013