A SOMA DOS INSTANTES

por Regilene Rodrigues Neves


A vida é a soma dos instantes

De cada momento 

Que cultivamos e cativamos.


Do amor que doamos,

Da paciência e da tolerância

Que exercitamos:

Com a criança, com o jovem,

Com o idoso, consigo mesmo.


Sabendo que atravessaremos 

Todas as idades e na soma delas

É que vamos amadurecer

E um dia olhar para trás

E ver que crescemos...


Em cada bondade, generosidade,

Apregoamos o amor de Cristo

E nos aproximamos de Deus.


Eleve a sua alma na prática

De como gostaria de ser tratado,

Construindo um ser humano melhor

Dentro da sua casa, para que lá fora

Você seja o mesmo...


Cobrar o que não se pratica

É jogar palavras ao vento.

O que não está no coração

Não retorna na mesma complacência.


Qual seria a lógica da criação

Se o sentido não fosse amar

O próximo como a si mesmo...


Em 25 de dezembro de 2021



 

COMO NÃO FALAR DE SAUDADE

por Regilene Rodrigues Neves

 

Como não falar de saudade

Se todos os dias ela me acorda

Me vira do avesso

Sem entender a sua ausência,

Se morro de saudade sem você aqui...

 

Essa perda que rasga o peito

Da falta de você,

Que sai lhe imaginando pela casa,

Mas que apenas o porta-retrato

Guarda a sua presença...

 

E a memória solta suas lembranças

Ouve sua voz, pega na sua mão

Sente seu cheiro

Lembra seus últimos desejos...

 

Passo a passo refaço

Seu caminho

E meu dia termina triste

Vazio de natais...

 

Em 25 de dezembro de 2021

 

 

COLHENDO A MINHA FELICIDADE

por Regilene Rodrigues Neves

 

Adormeci minhas dores no passado

E plantei a fé nos meus lugares sombrios,

Reguei de esperança o terreno árido

E ermo do meu solo,

Que por vezes quis produzir ervas daninha.

 

Fui cultivando o tempo

Aos poucos vi brotar força

E um bocado de coragem em volta.

Cerquei-me de amor

Por todos os lados,

De repente floresceu

Sobre o solo ressequido...

 

Deus derramara sobre ele

Suas bênçãos e me disse:

Colha a sua felicidade!

 

Lágrimas foram molhando meu solo,

Mas não havia mais nenhuma tristeza.

A vida as absorveram

Nas lições dos meus dias

E um sentimento inexplicável

De gratidão preencheu o meu silêncio...

 

Em orações confiei em Deus

Todas as minhas dores

Físicas e de alma.

Quem hoje vê o meu jardim florido

Sequer sabe,

Quantas tempestades enfrentei

De lágrimas solitárias,

De seca e desesperança...

 

De medos profundos

Que por vezes nasceram

Dos meus anseios...

 

Me feri de espinhos

De escolhas mal feitas

E em muitas estações

Vivi de solidão...

 

Até brotar, precisei de Deus

E da sua compaixão,

Para passar cada estação

E ver a felicidade

No meu jardim florescer...

 

Aprendi que há tempo,

Para plantar e para colher,

Que sobre nós há um Deus

Do impossível e do milagre,

Que vivemos

Segundo a sua vontade.

 

Fé, esperança e confiança

São adubos para terrenos áridos

Que se não regarmos todos os dias

Com amor e perseverança

Não há colheita feliz.

 

Em 20 de dezembro de 2021