SOBREVIDA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Restos de fantasias
Soprando ilusões em mim...
Fotografias de um grande amor recolhidas
Guardadas numa caixa de segredos puídos
Meus medos revoltos
Do lado de fora...

Lado a lado uma companheira inseparável
Minha frágil e sensível alma
Pedaço maior do meu corpo
Porque nela guardo tantas coisas
Vividas ao longo de uma vida
De sobrevida de amor...

Meu espaço itinerante
Retirante de uma longa jornada
Buscando um destino ilógico
Contraditório a minha realidade...

Tornando-a escrava de um desejo
Que não passa de mera poesia
Jogada ao vento caindo ao relento
De um caminho sem direção...

Numa derrocada de sentimentos
Escritos em dor por meu coração
Sôfrego de amor...

No desencontro a imagem dilacerada
Rasgando o peito
Cansado de enxergar
Somente a face oculta
Desse desejo puramente meu de amor!

A pele dantes aveludada de uma rosa
Avermelhada de paixão... Agora:
Não passa apenas
De um botão ressequido guardado
De forma íntima no coração
Marcando páginas viradas de desilusão...

Mas um resto de fantasia sobrevive
Fingindo sempre uma poesia de amor
Encontrada sobre os escombros da alma
Contando para mim histórias erguidas
Em castelos de sonhos
Em campos floridos de primaveras
Em sobrevida de amor...

Em 16 de agosto de 2008

POESIA DA NOITE
por Regilene Rodrigues Neves

Pedaços de estrelas jogados ao léu
Murmúrio de luz nos céus
O véu da noite estendido
Os sonhos dormindo em noturno silêncio...

A poesia da noite suspirando no peito
O leito um tapete mágico flutuando
Na dimensão do infinito...

A efêmera passagem de um cometa
Riscando a face deleite do firmamento...

Uma prece louva o absoluto de Deus
A plenitude derrama sua beleza no universo
Um verso é escrito derredor da lua...

Seguimento de uma rua que termina
Lá onde ilumina a boca noite
Beijando o rosto do Criador
Em imensurável gesto de amor!

Em 15 de agosto de 2008

ALMA SOLITÁRIA
por Regilene Rodrigues Neves


Um brilho pálido de noite sem luz
Nas sobras conduz seu fascínio
Embevecido de solidão
O vazio em sua apoteose
Velado por morte no coração

Oculto dentro de um corpo ilhado
Bebendo seu cálice de insólita amargura
Diluída no copo da alma...

Sentimentos expurgados nesse espectro vazio
Consumido lentamente por um fantasma transeunte
Em direção oposta aos desejos
Derramados do lado de fora dos sonhos
Dormidos em lindas noites de fantasias...

A cena roubada de um cenário mágico
Vê apenas o derruir do mar
Desmaiando suas ondas na areia
Onde um corpo se mistura em delirante absinto...

Sem disfarce o oposto de um sorriso
Escorre na outra face
Refletindo o lado frágil
De uma força aparente
Mostrando a nudez
De uma aparência vestida de ilusão...

Em 13 de agosto de 2008

PROMESSA DE ESPERANÇA
por Regilene Rodrigues Neves

Esperança de sonhos acorda a aurora
Debruçada no parapeito do horizonte
Uma sombra de luz vem rompendo
Sorrateira abrindo caminhos...

Um aroma de felicidade exalando no ar...

Fantasias explorando o longínquo
Cheio de desejos acariciando a manhã
Com cheiro de amor alimentando a alma...

Um beijo de epopéia no rosto do céu
Desenha corações nas nuvens...
Olhos fascinados contemplam a esperança
Na expectativa envolta num abraço de sonhos...

O brilho do sol acomoda-se nas paredes do âmago
Acendendo chamas apagadas em solidão
O coração reage ávido em fogo de desejos
Esgotado de temperanças guardada em voraz esperança
Abrindo auroras sobre os olhos do infinito...

A luz da manhã adentra no interior da alma
Escorrendo sua seiva em paredes soturnas de desilusão...

Acreditando que a esperança maior
Realiza sonhos jogando flores
Sobre as cinzas de um coração puído de amor!...

A aurora chega
Trazendo promessa de esperança para o coração
Que arrebatado se entrega extravasado de emoção!

Em 11 de agosto de 2008



ESTAÇÃO SOLIDÃO
por Regilene Rodrigues Neves

São tantas luas
Nesses trilhos me levando...

Minguante nova
Crescente cheia
Pedaços de vida
Fazendo caminhos...

A sorte apontando meu norte...

Fases querendo mudar o destino
De um peregrino de estação em estação
Sobras de ilusão numa miragem sem direção...

Rastro insano de um coração
Que persegue o amor
Sem endereço
Pagando o preço da solidão...

Viagem ilhada de mistérios e segredos
Perseguindo uma linda noite de luar
Querendo somente abraçar
Devaneios soltos no ar...

Última quimera despida
Numa fantasia lânguida
Da minha alma
Perdida de amor!

Vou para onde ele me levar
Em algum lugar deve chegar
Se nada encontrar deve voltar
Minha rota sem destino retornar
Na estação solidão deve parar!


Em 04 de agosto de 2008

NOITE DE LUA
por Regilene Rodrigues Neves

Um pedaço de lua minguante cai da noite
Avisando que em breve será lua nova...
Estrelas circundam piscam feito olhos iluminados
Tomadas de plenitude fascinam todo universo...

Num êxtase de poesia
A noite se abre em versos,
Para que o poeta verseje
Sua serenata manifesta da janela da alma
Fazendo seresta de utopia...

A lua nova ainda dormindo
Imperceptível coberta em manto de esperança
Levita sonhos em sombras noturnas
Sutil como um gesto de liberdade...

Ouve-se apenas a respiração da madrugada
Num sussurro de canção de carinho
Tocada na pele num frisson de brisa leve...

Passageira ela se despede
Deixando sua poesia escrita no céu
Vestida de fascinação
Velada de emoção...

Em 04 de agosto de 2008

MINHA CASA UM CORPO DE SENTIMENTOS
por Regilene Rodrigues Neves

A minha casa é um corpo
Abrigando um coração cheio de sentimentos
Um adocicado cheiro de amor
Por ela se espalha como incenso
Exalando seu perfume intenso...

A alma é um cômodo onde guardo
Todos os pertences de uma vida...

Passado e presente intrínsecos!

Por vezes nela entro
É a saudade que me chama
Querendo revirar lembranças...
Velhas fotografias do meu passado
Nela jogada pelo tempo...

Encontro pedaços de memórias etéreas...

Sombras de sonhos
Escorrem em devaneios...

Batem no peito velhas recordações
Ainda vivas recolhem fragmentos do meu íntimo
Fagulhas de amor espalhadas ali
Sobre silêncios taciturnos...

Sentimentos derruídos no esquecimento
Sofridos de mutações de melancolia...

Nenhuma tristeza aparente
Somente a saudade que vive nela
Resgatando velhas lembranças...
Para não tomar de completo vazio esse momento
Sabendo que dentro de mim moram velhos amores
Feitos de grandes sentimentos...

A velha casa onde guardo emoções
De alegrias e tristezas
Cheia de paredes frágeis
De aparência enrijecida
Um corpo de aspecto estranho
Cheio de traços de uma vida!...

Face oculta de mistério
Puídos segredos de amores recolhido
Uma mera casa dentro de um corpo
Soprando folhas de outonos vividos...

Em 03 de agosto de 2008

EMBRIAGADO DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Bebo goles de amor
O coração uma taça cheia
Derrama molhando toda alma...

O sabor absorvido na essência...

A bebida degustada lentamente
Dentro do peito
Embriaga meu ser
Mais um cálice e me deixo levar
Pela volúpia do meu corpo
Tomado de prazer absoluto...

Quero mais
Até que a embriaguez
Dissipe minha dor
De um frenesi de solidão...

Embriagado de amor
Quem me solve é meu corpo
Uma garrafa jaz bebida de desejos
Tomada em taças cheias de ilusão
Procurando em mim sabores
Sentidos na luxuria de um botequim
Vendendo sua bebida mais consumida... Amor!

Em 03 de agosto de 2008



SAUDADE DE MÃE
por Regilene Rodrigues Neves


A saudade que hoje você me deixou
É tão íntima que posso tocá-la e acariciá-la
Em amor de mãe
Não é de tristeza,
Mas de alegria
Por ver cresce-la dentro de um sonho...

A distancia nos separa,
Mas o amor está ligado eternamente...

Deus preparou o teu caminho
Num alicerce forte e seguro
Não podia ser diferente
Pelo que teríamos que vencer
Sempre foi uma etapa íngreme
Que abraçamos e vencemos juntas...

É como uma escada subida degrau a degrau
Se usar de sabedoria
A porta do sucesso será alcançada
E a vitória será erguida no sabor da realização
Se usar de ignorância irá voltar o caminho
Numa lição amarga e sofrida,
Para aprendê-la... O tempo é o mediador do futuro...

Você é uma guerreira
Que luta contra as interferências da vida
Jamais se deixou vencer pelos insucessos
Constrói com grandeza a menina hoje mulher
No caminho dos sonhos...

A saudade é o amor
Que fica no silêncio da alma
Revirando lembranças
De quem amamos,
Para estamos sempre juntos
Através da distância!...

Meu amor filha
É incondicional
É amor de mãe!

A minha vida
Não teria sentido sem o teu existir,
Porque você me ensinou
A ser quem hoje eu sou
Alguém que antes não conhecia
A força e o tamanho do amor,
Mas ser mãe me ensinou!

Te amo além do que posso te amar... Por toda minha vida!...

Em 01 de agosto de 2008

PAISAGEM DE SONHOS
por Regilene Rodrigues Neves

Ontem a poesia era de um sonho
Que nascia no horizonte
Hoje ela desponta ao meu lado
Mostra um arco-íris colorido de esperança...

A aurora sorrateira deita sobre o infinito
Contemplo a morada da felicidade
Deleite em verdes campos de sonhos...

A noite beija a lua
Para juntas dormirem quimeras...
Pirilampos de estrelas luzem
Derredor do universo
Compondo seu verso de magia...

O amor me abraça
Companheiro acaricia meu corpo
Num toque leve e suave
Envolve toda m’alma...

Meu olhar é um devaneio de sonhos...

Paisagem que contemplo cá dentro de mim
Estendida num manto de paz!...

Mistérios sussurram seus segredos
Amores dormem lado a lado dos sonhos
O coração avista espetáculos nus de poesia
Escrevendo na alma um verso de utopia...

Em 01 de agosto de 2008