ENCONTRO DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

No espelho
Reflexos do olhar da alma
Saudade póstuma de um amor
Espera deleite dentro do peito...

O perfume da estação se mistura
Ora em fragrâncias amenas e exóticas
Ora em essências adocicadas de ilusões...

Sua imagem cultiva flores no jardim
Alguns espinhos machucaram a pele
Frágil viu escorrer sentimentos
Manchando a sensibilidade de poesia...

O amor estancado com versos
Absorve o gosto da paixão
Explora estrofes de fantasias
Que sonha sua face lírica no coração!...

Românticos sonhos
Partiu da estação solidão
Escuta no infinito quimeras de amor
Pensamentos partiram foram te buscar
No tempo em algum lugar
Penso te encontrar...

No corpo de um poema
Sinto teu cheiro
Acaricio teu corpo
Minhas mãos seguram as tuas
Escrevem intimidades nossas na pele
Que arrepia ousada de fantasias...

Meu beijo nos teus lábios
Confessam toda espera
Minha língua tem sede de te amar
Bebe a tua até ficar embriagada
Numa tontura insana de prazer...

Em êxtase provoco a poesia
Sinto-te nos meus versos
Sussurro-te meus sentimentos
Para que ouça meu coração
Implorando teu amor!

Entregue me entranho na ode
Arranho tuas costas
Grita tua boca num gemido
Múltiplo de prazer
Entrelinhas dilatadas ao sabor
De um encontro de amor!...

Em 31 de agosto de 2009

RUAS DA ALMA
por Regilene Rodrigues Neves

Ruas da alma
Vontade de partir
No medo de ficar
Param na contramão
O caminho inverso
Segue sem olhar para trás...

A razão explora a emoção
O coração cheio derrama
Molha a calçada do tempo...

A saudade mudou para perto
Vive entrando e saindo do peito
O jeito é sentir essa lágrima
Que teima em rolar
De um olhar preso no passado...

Lembranças permanecem
Nas vielas transeuntes da alma
Cada passo passa pelas veias
Que levam a vida
Para a estrada que segue...

A liberdade corre
Na rota aleatória da felicidade
Enfrente ao presente
Passa o caminho para o futuro
Quem vai partir quem vai ficar
Um rastro faz marcas na passagem...

Me abraço num carinho contra a solidão
Arranha-céus olham solitários para o céu
Aqui a alma longínqua
Vaga na direção de um sonho...

Próxima uma quimera dorme comigo!

Na esquina do firmamento
Um pensamento solto
Absorve a imaginação...

Lobos devoram a face da periferia
Arredores tristes dos meus medos
Sepulcros de amores derruídos
Jazem por - morte dentro de mim
Poças vazias abertas
Num terreno baldio de ilusões...

Ideais perambulam sem destino
Quisera uma escolha infeliz
Acovardar o peregrino
Predador de sentimentos
Sem nenhum merecimento...

A lua ilumina a rua da alma
Que dorme sobre a esperança
E amanhece cercada de sol...
No parapeito da janela da poesia
O poeta grita para a ode que passa
Pelas ruas da alma...

Em 26 de agosto de 2009

UMA NOITE DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Acordei lendo um poema
Cheio de volúpia
Alguns desejos
Ainda no corpo da poesia
No céu beijos sugados
Roubados da boca
Que ousara sentir vontade
De se perder de amor...

Entre lençóis
Escorreu a poesia erótica
De uma noite ensandecida
Vencida entre quatro paredes...

Fantasias espalhadas pelo quarto
Enxergavam a sensualidade despida
Teus olhos devorando minha intimidade
Teus lábios ressequidos querendo provar
O sabor do meu corpo

Eu arranho tua pele
Assanho nossos instintos
Provo carícias na ponta dos teus dedos
Sinto frêmitos implorando por mais...

Até que a posse das tuas mãos
Cheias de sofreguidão me pegam no colo
Deslizam estrofes profanas sem nenhum pudor
Versos carnais molham de prazer
O meu íntimo...

Em êxtase a poesia declama
Seduz-me o poeta
Entregue a sua ode erótica
Explorada pela ânsia de amar
Até findar um poema
Cravado de luxuria
No lençol de seda branco
Cujo papel escrito sobre o leito
Lia nas letras de um poema
Uma noite de amor!

Em 24 de agosto de 2009

AO LADO DE UM POEMA
por Regilene Rodrigues Neves

Ao lado de um poema
O amor suspira versos
Lábios molhados de poesia
Mancham a pele dos sentimentos de vermelho
O coração cheio de rimas borbulha odes no peito
O jeito é amar cada estrofe de desejo
Dar sentido aos sentidos do corpo
Que bebe nas entrelinhas taças de fantasias
Ao sabor da alma que sacia sua fome de quimeras
Ouvindo odisséias de amor batendo nas ondas do infinito...

O grito das letras
Ganha asas imaginarias
Qual um poeta apaixonado se entrega
Amante insaciável beija a musa
Deitada em suas mãos...

O papel em branco dilatado
Absorve a emoção...

Cálida magia
Aquece o peito
Deitado um poema sonha...

A brisa da noite
Causa frisson de utopia
A pele arrepia
O silêncio sussurra
E um olhar de ternura
Enxerga uma poesia de amor!

O papel escorre sua tinta de sentimentalidades
Entre o preto e o branco do papel escrito
Rabiscos de entrelinhas ávidas
Perdidamente apaixonadas
Até que o êxtase derrame o gozo
Molhando as partes íntimas
De um poema de amor...

Embriagado o desejo dorme abraçado
Entre lençóis brancos de papel
Misturados de letras impressas do peito
Versos de amor sonham...

Em 17 de agosto de 2009

NAS ASAS DO SILÊNCIO
(Poema do leitor anônimo)
por Regilene Rodrigues Neves

Sou o silêncio imperceptível
Que ouve tua voz
Lê as alíneas do teu pensamento
Escuta os sussurros do teu peito
Que voa feito pássaro poeta
Ao som do infinito...

Sou um passageiro mudo
Que escuta em silêncio
Sem fazer alarde.
Ouço teu coração
Ainda cheio de amor
Derramando sentimentos...

Sou gaivota sobrevoando ninhos
Repouso meu átimo na poesia
Que da tua alma aflora
Fascina-me todo encantamento dos teus versos
Ouço epopéias livres
Feito andorinhas rodopiando
Entre anseios de liberdade
Ouço gritos de felicidade
Onde jaz a solidão
Que se despede da noite solitária...

Vim aqui ler tuas entrelinhas
Embevecida de sentimentos
Beber na tua fonte
Matar minha sede de aprendiz
Que pelo recanto pousa em silêncio!...


Em 17 de agosto de 2009

RETRATO DE PAI
por Regilene Rodrigues Neves

Retrato de pai
Sobre a escrivaninha
A saudade revolve lembranças
A infância refletindo ao seu redor...

Sabedoria e discernimento
Do tamanho do ensinamento
Cada palavra abraçando a vida
Para ele sorrindo sonhos prematuros...

Passos ainda aprendendo a andar
De braços dados
Seguram suas mãos firmes
Se apóiam na confiança de um olhar...

Enfrente o futuro
Que o presente precisa lhe ensinar...

Na face um sorriso solto
Brincando nos lábios
Ainda um bebê inseguro em suas mãos...
Assim fora crescendo contigo aprendendo
Cada passo da vida!...

Infância e juventude cercada de amor
Alicerce feito de honra e caráter
Bases feitas de humildade
Com significado de paternidade!

Seu retrato sobre a escrivaninha me aquece
Seu calor ainda me abraça
O hálito do seu beijo
Permanece no meu rosto...

A saudade chora para mim
Sem querer minhas lagrimas
Sentem sua falta no meio das lembranças...

Enquanto comemoram o seu dia lá fora
Dentro de mim você mora
Todos os dias eu peço sua benção
E contigo oro seguindo em frente
O caminho que você me ensinou
Para trás uma herança de ternura
Você me deixou para que todos os dias
Sinta comigo seu imenso amor!

MINHA HOMENAGEM A TODOS OS PAIS QUE ENSINAM OS PASSOS DO AMOR PARA OS SEUS FILHOS!


Em 10 de agosto de 2009

CICLOS DA VIDA
por Regilene Rodrigues Neves

A lua chega enfeitando o céu
À noite ainda no crepúsculo
Veste sonhos no horizonte
No parapeito da janela da vida
Deita uma fantasia no infinito...

Quimeras ao léu viajam
Estrelas despontam
Quase imperceptíveis
A luz ainda nas sombras do poente
Grita sua epopéia latente!

Do lado de cá
Permeia um misto de felicidade
Que rodopia recônditos de alegria
Dentro do peito!

O poeta inflamado
Na beleza de tanta poesia
Faz uma oração de agradecimento ao universo,

Para que Deus ouça sua prece
Derramando bênçãos do céu
E a noite durma em paz
Até que aurora molhada de orvalho
Sinta o cheiro da manhã
Completando ciclos da vida na terra!

Em 10 de agosto de 2009


BOM DIA!
por Regilene Rodrigues Neves

O sol beija a face da terra
Que acorda irradiada de sonhos
O céu iluminado
Rabisca raios no horizonte
A vida espreguiça
Nos braços da esperança...

De alegria rodopia felicidade
Sorrisos fascinados
Devoram os lábios
Num beijo de amor
Desejando bom dia!

Arvoredos jogam no chão
Suas flores esmaecidas
Ainda molhadas de orvalho...

Numa festa matinal
Pássaros cantam o hino da vida!

Algazarra de alegria
Começa o novo dia
Transeuntes no caminho dos sonhos
Fazem rastros nas ruas e avenidas do infinito
Laboram suas conquistas
Nas mãos do futuro...

O presente maravilhado
Descortina sua ode
Que grita epopéias da alma
Para que num olhar enxergue
Toda beleza Divina!

Desejo-te bom dia!!!

Em 06 de agosto de 2009