UM POEMA DE AMOR EM ALTO MAR
De Regilene Rodrigues Neves

Viajo por um oceano de sentimentos
O amor - um naufrago de ilusões
Navega dentro de um barco a deriva...

O destino aponta no longínquo
Numa longitude quimera...

O silêncio das ondas oscila
Uma música romântica
O ritmo dentro do peito
Tem um som plácido de sensibilidade
Afagando a intrínseca distância...

Uma relação quase sentimental
De uma brisa me acaricia
Sopra meus cabelos
Arrepia minha pele
Despe meu corpo
De uma quase fantasia...

Sigo o mar
Seus arredores balbuciam
Notas de uma canção
Toca imperceptível
No meu silêncio...

Epopéias meditam dentro de mim
Escrevo uma ode
No rascunho do tempo...

Ouço uma voz lânguida no meu ouvido
Balbuciando amor... amor... amor...
Átimos de estrelas circundam a lua cheia
É quase meia noite
Querendo acordar outro dia no horizonte...

Um precipício de nostalgia se aproxima
De uma perfeita magia entre nós
Misturo sonhos a minha realidade
E sinto-te ao meu lado
Teus braços envoltos me abraçam
Encosto-me no teu peito
Enxergo por trás a silhueta de alguém,
Mas não sei quem me segura
Porque meu olhar atravessa o nada,
Mas pressinto a presença forte do amor
Sussurrando dentro de mim palavras bonitas
Algumas parecem dizer que me amam...

Viro-me contra o vento
Teu hálito provoca um arrepio de solidão
O beijo se prolonga na minha face
Tentando desesperadamente
Aquecer minha alma aventureira...

Seria mais uma noite de utopia
Velejando no meu íntimo?...
Será que fui atraída por outra poesia
De um poeta em alto mar?...
Procuro respostas a minha volta
Continuas ali por trás me abraçando
Encostada no teu corpo
Sinto atracando meu barco num porto seguro...

Velejo rumo à direção da poesia que contemplo
A saudade me surpreende vestida de amor
Era apenas uma lembrança
Por trás da minha realidade!...

Em 28 de fevereiro de 2009



POESIA A FLOR DA PELEDe Regilene Rodrigues Neves

A pele despida
Tem cheiro de poesia
O amor exala perfume de primaveras
E as flores são colhidas e entregues pela alma
Recebidas com cheiro de alegria
E olhar de felicidade
Esparramando suas pétalas pelo imensurável...

Caem sobre leitos
Corpos nelas se misturam
Fragrâncias impregnam uma na outra
Até deixar uma rosa vermelha sobre a cama
Numa despedida romântica de amor...

Às vezes a poesia
É um espinho que fere
Os dedos sensíveis
Que a escrevem no corpo cheio de solidão
Arranha a pele fazendo riscos de desejos
E depois ressequida viram migalhas do amor
Que floresceu no jardim dos ventos
Soprados pela brisa dos sonhos
Envolvida pelo destino que sopra sentimentos...

Florescem várias mudas de rosas vermelhas
Algumas têm essências líricas
Outras sangram paixão
Que de tanta emoção sentem ciúmes da estação
Que irá derruir sua ilusão...

Flores algumas coloridas
De manhãs de sóis outras cinzas
Cobertas por sombras da noite
Somente as estrelas sentem seu perfume...

Abelhas entre elas absorvem o mel
E o tempo colhe o fel que escorre
Do pêndulo sensível...
Degustado todo o sabor do pólen
Sobra o doce amargurado de um vegetal...

A poesia libera toxinas
Algumas são bálsamos
Antídotos necessários para alma
Que expurga venenos pelos espinhos
Para que a rosa não seja tão frágil
Em sua beleza efêmera...

A essência de tão pura
Exprime poesia
Contemplada em nuances no jardim da alma...

De uma cadeira encostada no pensamento
Avisto uma romântica
Entregando flores cheias de amor
Uma poesia caída entremeio a paisagem
Cria um cenário de versos perfumando o coração...

Em 27 de fevereiro de 2009


COMEÇA UMA AMIZADE
De Regilene Rodrigues Neves

No meio do anonimato
Surge um fotografo
Sem fotografia
Logo aparece na minha imaginação
Uma interrogação
Começamos uma conversa cheia de animação...

Misturamos nossos jeitos
E sobraram algumas afinidades
No meio dos nossos defeitos
Que já está virando amizade
Dessas que passamos horas
Jogando conversa fora
Sem entender por que...

Alguns nexos desconexos
Transformando em puro bem querer
Meio que simpatia
Cheia de alegria
Começou noutro dia
E terminou depois de quase um dia
Prometendo um novo encontro amanhã...

Um verso de uma letra
Vira encanto e magia
Que bom seria
Se pudéssemos cantar
Toda essa euforia
Cheia de folia todo dia
Deixando uma música no ar
Para nos abraçar...

Eis que começa
O velho jogo de perguntas e respostas
Será uma proposta
De namoro ou amizade?

Alguns risos
Transpiram sorrisos
Em nossas mãos
Agüenta coração
Vai embora solidão...

Um caminho sem rota
Numa direção oposta
Encontram-se na contramão
Destino ou mais uma ilusão
Desse sôfrego coração
Em busca de amor amizade e emoção
Ou seria confusão...

Sei que no meio das nossas diferenças
Não existe preconceito
Nem promessas,
Mas um jeito gostoso
De dois já quase grandes amigos...

Talvez o poema pareça sem noção
Nós dois sabemos que não!

Em 25 de fevereiro de 2009

A ÚLTIMA VEZ QUE TE AMEI...
De Regilene Rodrigues Neves

Nosso amor intenso
Cheio de idas e vindas
Nossos temperamentos
Que não se combinam,
Mas nosso amor maior
Sempre se rendendo
Se querendo numa proporção inteira
Nenhum pedaço de nós fora esquecido
O absoluto reverenciado em sua totalidade
Permitiu-nos o céu e o inferno do amor...

Nenhuma lagrima dividiu o meu sorriso
E nenhuma tristeza derrotou meus sentimentos
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu senti
Vivi meus fingimentos e vicissitudes
Complacentes ao meu amor
Nenhuma aparência me escondeu ao seu lado
Fomos inteiros e nossos pedaços
Sobraram para eternidade...

A última vez que te amei
Queria me declarar seu amor,
Mas engasgado com a morte
Somente sussurrou “te amo tanto... tanto” e suspirou...
Naquela agonia que por trás ouvia
Uma música romântica em nossa despedida...

O beijo ainda no mesmo lugar esquecido
Sente seus lábios ardentes por trás da nuca
Seu amor ainda queima na minha pele
E a saudade por vezes teima
Em lembrar a última vez que te amei...

Ali o tempo estático ficou
Numa lembrança frágil de nós dois
As lágrimas não me entristecem mais,
Mas sinto-me impotente
Dentro do meu coração
Um frasco vazio pingando solidão
Pelo chão que rolamos abraçados
Cheios de loucuras das nossas vontades
Tamanha liberdade meu amor gritou no seu peito
Que tremulo no meu corpo ouvia insistentemente
Te amo... Te amo... Te amo...
Para que nunca esquecesse o seu amor!...

Mesmo contraditório
Rendia-me aos seus encantamentos
Provocados pela intensidade
De um grande sentimento!

A última vez que te amei
Não sabia que aquele lugar
Entre quatro paredes
Seria a despedida do nosso amor
Sobre uma cama cheia de pétalas vermelhas
Uma rosa branca se misturou
Sepultando a fragrância do nosso amor!...

Em 23 de fevereiro de 2009





POETISA
Regilene Rodrigues Neves

Sou mil euforias
Planando num labirinto de anseios
A saída restrita a uma passageira
Que divide caminhos
Em direções opostas...

Sou mil asas de um pássaro
Porque posso voar dentro de mim
Saltar e planar sobre meus sentimentos
Como uma ave imaginária
Que silenciosa sobrevoa longínquos infinitos...

Nada sou, mas sou uma poetisa efêmera...

Meu destino será sempre um poema
Que divaga... Vaga por mil aventuras e sobrevive...
Assim sou poesia que nasce ao remanso das marés
E navega seu destino por vezes sem destino sobre o mar
Cheio de longitudes sobre as ondas
Alcançando sonhos perdidos do meu pássaro poeta...

Mas a direção da alma é o alvo que atinjo
Em meu principio meio e fim.

A história que dentro da estória
Vira uma fábula sentimental da poesia
Dilata pelas entranhas consumidas em versos
E cada estrofe rima muitas vezes sem rima alguma
Apenas para que me sintam nas entrelinhas...

Vivi tanto e nada vivi
Minha experiência é de uma expectadora aprendiz
Disposta a sentir através da alma
Meu lugar insano e puro
De amante e rainha
Porque dentro de mim todas as mulheres
Vivem de amor e sobrevivem de amar!...

Não sou nada apenas uma poetisa de versos
Que soltam do meu corpo e saltam da minha alma...

Nas asas de um pássaro poeta
Sou infinita e serei eterna enquanto dure
Que dure para sempre...

Em 22 de fevereiro de 2009


A FLOR DA PELE
De Regilene Rodrigues Neves

Meu beijo experimenta sensações da tua boca
Meus lábios molhados de volúpia
Matam a sede de amor ressequida nos teus
Nossos corpos vestidos
Sentem grudar na pele o suor
Que goteja dos poros em chamas
Pelo calor um do outro
Premeditando um encontro de prazer...

A noite cheia de sentimentos
Ouve fantasias lá para os lados da alma...

Tuas mãos transpiram ao me querer
Teus olhos simplesmente me desejam
E teu hálito quente desliza...
Depois do beijo demorado...
Explora minha nuca...

Arrepiados meus seios tocam nos teus
Intumescidos de vontade...

Um gemido sem querer
Quer possuir-me em quase um sussurro de paixão
Entre nossos lábios mordiscamos sentimentos...
Ouço quase um grito do meu corpo
Quando tuas mãos me despindo lentamente
Pegam-me através do desejo...

Corpo a corpo deitamos sobre o amor
Excitados de palavras pronunciamos arrepios
Um frisson de pêlos e delírios...
Já enlouquecido rasga a roupa mais íntima
Que nos separa
Nus entre quatro paredes
Ouvimos nossos segredos
Nenhum mistério do lado de lá
Porque cá estamos dentro de nós sós

Entrelaçados por pernas e braços
Corpos misturados se namoram
Um encontro quente
Umedece minhas coxas
A dança erótica do teu corpo
No meu ventre
O ritmo sensual da música pudica do meu
Vira uma linda canção de amor
Entregue num momento a flor da pele...

Em 22 de fevereiro de 2009

MEU JEITO POÉTICO DE DIZER QUE TE AMO
De Regilene Rodrigues Neves


Um pingo de poesia
Molha o papel de versos
Estrofes de sentimentos
Saem à procura de um poema
Que fale de ti meu amor!

A emoção te busca pela alma
Uma saudade arromba o peito
Querendo entrar desaforada no meu corpo
Para que eu possa senti-lo dentro de mim
Acariciando-me em rimas que se unem
Em quase um abraço poético
Declarando entre frases que te amo!

Um amor metódico
Que persiste te amar todos os dias
Porque durmo e acordo inspirada em ti
Declarando meu amor em alíneas
Dos meus vôos de pássaro poeta
Que ama desesperadamente
Porque metade de mim é amor e a outra também!

Rascunhos vão virando páginas copiosas
Pressentindo-te num livro aberto em meu coração
Algumas folhas já se soltaram pelo tempo
Diversas caíram de outonos e estações
Outras pregadas ao caule de uma rosa
Viraram primaveras...

Muitas foram entregues junto a um cartão
Cheio de declarações de amor
Porque de poema em poema
Ele se tornou eterno em outros braços
Para que pudéssemos existir no sempre
De uma etérea poesia...

Assim sobreviveremos em outros corações
Porque através deles
Irei te escrever todos os dias meu amor!

Esse pingo de letras no papel
Que se enchem de palavras sem pretensão
É quando tua saudade é mais forte
Que a minha razão que sofre de emoção
Quando tocas em meu coração
Com teu amor inteiro de lembranças
Procurando meu corpo com tuas mãos...

Às vezes todo o desejo adormecido
Vira um poema ousado
No meu corpo aclamado
Querendo em meus dedos ser acariciado
E por minha boca declamado!

Que ouçam os meus gritos
Abafados em sussurros e gemidos de amor
É a voz da minha alma e do meu corpo
Abertos neste livro de ternura
Porque te escrevo nas linhas
E entrelinhas dos meus versos
Confessos por um grande amor!

Em 22 de fevereiro de 2009



FANTASIAS DE AMOR
De Regilene Rodrigues Neves

À noite tenho pressentimentos
De amor no meu corpo
Fantasias me percorrem
Pelo quarto...

A suposição de um beijo
Deixa mel nos meus lábios
Posso sentir teu gosto doce na minha boca
Pressentir o amor ali colocado em aventura
De ser uma abelha em sua colméia
Alimentando corpo e alma...

Suponho ser um sintoma
Dos meus sentidos
A muito sentindo tua ausência
Fico sonhando acordada
Lado a lado tua pele roça a minha
Provocando meus silêncios...

Acende entre nós - fogo e chama se inflamam!...
Uma lareira crepita no quarto frio
Aquecendo a solidão
Que teima estar ali espreitando
O momento que aquece meu corpo de paixão!

Um cheiro de amor
Exala pelo quarto vazio
Posso sentir o aroma
De pêlo e suor misturados
A essência de sexo transpira
Num perfume de macho e fêmea
Molhando o lençol encharcado de desejo...

Frios entre calafrios me percorrem
Delírios e febre me atormentam
Reviro a noite pra lá e pra cá
Entre idas e vindas
Do teu corpo dentro do meu
Até uma explosão de lavas
De um vulcão adormecido
Preenchendo a distância
Que me acorda de um sonho
De uma masturbação mental
Para um prazer fatal
Que escorre manchando de amor o lençol
Encobertos por um virol de fantasias!...

Em 19 de fevereiro de 2009


QUERIA TER VOCÊ
De Regilene Rodrigues Neves

Queria ter você
Para dividir comigo
Esse pedaço inteiro de amor
Que me provoca carências
Por não ter com quem repartir
Esse sentimento que faz da minha alma
Um lugar cheio de solidão
Sofro de um mal vazio
De lados contraditórios
De uma sensibilidade aguda
Que me fere de uma ausência pontiaguda
Escorrendo lagrimas nas paredes do meu coração
Vestido de emoção acometido de desilusão...

Queria ter você
Para acariciar meus sonhos
Que dormiram esquecidos na alma
Em um porta-retrato sem rosto
Que seja para beijar sua fotografia todo dia...

Queria ter você
Para aliviar meus desejos
Que jaz sem refúgio nas sombras
Dos meus medos!

Queria ter você
Para as horas sem horas
Numa rotina de nostalgia
Que se repete todos os dias
Fazendo o tempo correr
Consumindo segundos e minutos
Sem eu perceber o presente lá fora...

Queria ter você
Para fazer plano
Além dos meus desenganos
Num sobressalto de alegria
Que me arrancasse toda essa poesia
E no lugar colocasse você...

Que adianta mil versos
De estrofes solitárias
Cujo silencio fecunda
Um diário empoeirado
No armário de um corpo
Jogado no quarto sem mobília
Onde eu possa tocar meus pertences
Olhando a ternura em cada pedaço
De um sentimento que toco
Limpando do móvel
Os fragmentos de abandono

Que ali esquecidos
Roubam do pensamento
Lembranças do passado
Para que o presente
Não sinta esse vazio interno
Que jaz o meu inferno
Feito um doente incapaz de se curar
Desse mal de ausência de ter você
Para acordar os meus dias
Para que possam sorrir junto a esse existir
Que só falta você!...

Queria ter você
Para que esse amor
Enclausurado num recanto poético
Pudesse ter a quem doar
Esse monte de sentimento do meu peito
Que me deixa desse jeito emocionado
Escrevendo em mim um poema triste chorado
Que sem você repete uma trajetória
De versos para não chorar!...

Queria ter você
Para me calar com um beijo
E dos meus lábios sugar
Toda essa poesia adormecida
Em ópio de um frasco etéreo de rimas
Que pernoita noites vazias
E dias esmaecidos de versos sem você!...

Em 19 de fevereiro de 2009





FASCINAÇÃO
De Regilene Rodrigues Neves

O céu derramando estrelas
A lua cheia entre as nuvens
O desejo deitado sobre o amor
O beijo misturado entre bocas
Corpo sobre corpo sobre a areia
Ondas flutuando sonhos
Atrás da noite...

A paisagem arrebol se enamora
Dissolvida numa fábula...

Entrelaçados no amor
Amantes se amam com sofreguidão
Os lábios sentem o sabor do beijo.
O gosto do desejo
É consumido feito algodão doce
Derretido na língua...

Mãos se pegam entre abraços ousados
Os seios roçam um no outro
Provocando arrepios
A brisa sente o prazer na pele...

Ainda seminus exploram o momento
A madrugada ouve a balburdia das ondas
Dançando no mar...
Jogados em cima da areia
O amor sussurra segredos da boca
Já consumido em mil beijos
Que se evaporaram em fantasias...

Sem pressa à noite
Em intensa folia de namorados
Esgota-se no cansaço deleite
Sob as estrelas
A paisagem de tanto amor sonha
Dormindo acordada
Para não perder a euforia do mar
Que de tanta alegria quis amar...

Flutua o silencio
Tem os acordes de uma música romântica
Bailarinos dançam um vai-e-vem de ritmos quentes
O som do coração bate no peito
A nota do amor é uma canção sonhadora
Que explora suas emoções
No compasso acelerado dos corpos
Desvirginando a madrugada...

Suavemente o horizonte se dissipa
Numa despedida nua do amor
Rendido na magia de uma noite
Que se entregara ao som de fascinação...

Em 18 de fevereiro de 2009

ESTRELA CADENTE
De Regilene Rodrigues Neves

Precipício de fantasias
Tempestades de ilusões
Redemoinhos de sonhos
Fome efêmera de quimeras
Alimentam a alma
Afugenta os desenganos
Enquanto as sombras
Por trás da lua
Espreitam estrelas...

Em algum cometa
Um pedido disfarçado jogado no universo
Cai sobre a terra
Um risco que vai do longínquo
Ao ápice dos desejos...

Numa pretensão desprendida da alma
Um vôo em dimensão alheia
Alcança arredores da lua
Fantasiada de noite
Roubando a cena do cometa
Que passa em sua incandescente fascinação...

Dissolvendo os segredos
O mistério pronuncia
O enigma das coisas
A chave que abre portas para o céu
Avista uma visão Divina
Cega aos olhos do homem...

Somente a beleza íntima vigora
Ao alcance dos ais soltos no infinito...

O pedido flutua circundo de energias
O positivo e o negativo se chocam
Numa explosão de corpos atraídos pelos astros
O desejo permuta com a vontade
Cheia de verdades despe a roupa da alma
Expõe o coração aberto
Aperta a mão do destino...

Debatendo por - morte
O amor ócio no abstrato
Repousa sonhos no tapete mágico do mundo
Promulga uma prece em louvor sagrado
Reza meditando em silencio da alma
Que expôs suas fantasias no leito da madrugada
Para que o amor abençoado
Caísse de uma estrela cadente
Sobre o corpo frágil de sentimentos
Deleites numa entrega absoluta!...

Em 18 de fevereiro de 2009

NAMORAR FAZ OS LÁBIOS SORRIREM
De Regilene Rodrigues Neves

Um sorriso passeou nos meus lábios
E um misto de alegria brincou com meu olhar
Querendo roubar minhas tristezas
Que há muito teimam em ficar...

Ceifa os meus dias uma cortina cinzenta
Chove lagrimas no meu peito
Uma sombra cobre minha alma
Uma possa d’água aqui outra ali
Escorrem num corredor de lagrimas...

Dias nublados se emendam lá fora
Sem lua nenhuma estrela aparece
A noite densa espantou a luz
Há espreita o dia demora acordar...

Até que o sol amanhece
Após virar todas as estrelas
E se tornar uma grande luz
Experimento uma sensação de esperança
No fim do túnel...

Para trás minhas lagrimas secaram
Levando o passado embora...

O presente trouxe um sorriso
Para que eu pudesse sorrir novamente
Meus lábios entreabertos
Sentiram o hálito de um beijo
O meu corpo pressentiu
O calor de outro corpo
Lado a lado nossa pele roçou sem querer
Nossos olhares sorriram dilatados
E o desejo pelo meu corpo passeou
Brincando de bem-querer...

Quis namorar feito adolescente
Passear de mãos dadas
Dormir com o pensamento cheio de saudade
E o coração transbordando de amor!...

Namorar faz bem alma
Enche de alegria a vida
E o os lábios voltam a sorrir...
Sorrisos do nada aparecem
Dissipam qualquer tristeza
Faz derramar a alma de beleza...

O baton dá brilho na face
A pele rosada tem cheiro afrodisíaco
O vermelho com gosto de paixão
Beija ávida a boca
O amor tem gosto de desejo de namorados...

O amor é lindo
Veste o corpo de fantasias
A alma sonha acordada
A felicidade sussurra palavras bonitas
Namorar faz os lábios sorrirem
Manda tristeza embora
E uma gostosa brincadeira
Alimenta a vida de esperança!...

Em 16 de fevereiro de 2009




ALEGRIA DE PRIMAVERA
De Regilene Rodrigues Neves

O último sonho acordou a primavera
Sorriram os passarinhos em algazarra...
Pombos alegres soltos pelas calçadas
Comendo as migalhas jogadas...

Festa de flores nos parapeitos das janelas
Sonhos devorando noites
E acordando manhãs orvalhadas
Em pétalas coloridas
Folhas verdejantes de esperança
Erguidas do caule maduro...

A alegria se desdobrava de fantasias
Regadas de felicidade...

Duetos de bem-te-vis e beija-flores
Sugando néctares das flores
Saciando fome de mel
Nos lábios das rosas vermelhas
Cheias de paixão
O amor escorria ali no jardim...

Sem testemunhas estrelas fantasiadas de amor
Beijavam a face da lua cheia
Que se deitava no horizonte sobre o mar...

Navegante de sonhos
Cobicei ser o poeta
Daquela poesia entorpecida de magia
Que derramara o frasco de ópio sobre o jardim...

A janela aberta sentia perfume de jasmim
Evaporar em céu aberto
Feito pluma encharcada em corpo de algodão
Dissolvendo a primavera...

A estação seguia um corredor aberto
Entre o jardim e a primavera
Sugando daquele caminho toda beleza
Esgotada de nuances enfeitando os arredores
De gotas de sonhos que pingavam na terra
Brotando fantasias pelo chão...

O jardineiro colhia pela manhã
Aquela sentimentalidade
Que colocava dentro de um vaso
Oferecido em prova de amor
Para exalar fragrância de sonhos
Colhidos com sentimentos de primavera!...

Em 14 de fevereiro de 2009

O TOQUE DA SAUDADE
por Regilene Rodrigues Neves

Resquício de amor toca a saudade
Memórias de carinho
Furtam lembranças do tempo...

O pensamento se distrai
Por alguns momentos
E o coração suspira apertado
Por aquele sentimento
Que deixou suas marcas
Num elo de recordações...

Teu amor consola minh’alma chorosa
Apego-me a nostalgia
Que pernoita dentro de mim
Virando meu avesso
Para te rever ali no meu passado...

Onde deixaste nossos momentos
Reviverem os carinhos
Que teu amor me fez
São declarações gravadas
Alguns pedaços de papel
A música que tanto amavas
Rascunhada pra mim
Frases inesquecíveis
Significando tua poesia
Para se juntar as minhas
Expressando simplesmente amor!

Companheiro e amigo
Nossa cumplicidade somara
O amante que amar me ensinara...

Ousado e cheio de proposta indecente
Batendo de frente com minha timidez
Que se rendia de amor...

Nenhum outro me falou assim
Cheio de coragem
Atrevido e ao mesmo tempo
O último dos românticos
Que em serenatas cantava seu amor por mim...

O amor que sobrou em meu coração
Hoje me acaricia de saudade
As lembranças caem como pétalas
Exalando teu perfume no meu corpo
Posso sentir teu cheiro
Misturado na minha pele
Teu amor impregnado.

Sentimentos cravados dentro de mim
Caem da saudade
Feito folhas de corações apaixonados
Espalhando pelo chão do meu peito tua recordação...

Em 12 de fevereiro de 2009

A BELEZA DA ALMA
De Regilene Rodrigues Neves

A jóia da alma adorna o corpo
A roupa íntima veste o coração
A leveza do amor transpira emoções
Nas mãos que lutam
Para escrever sua história...

A vida exala pelos poros
O calor dentro do peito
Aquece o corpo
Para notarmos quão precioso é viver
Na proporção de cada intensidade!

Poder sentir em nossos arredores
O verde da esperança
O colorido de magias
Na arte pintada no universo
Com certeza é um privilégio imensurável.

Uma tela de olhares
Entre milhões de transeuntes
Numa captação de energias
Soltas no ar

Respirar o mesmo ar
Sentir o mesmo perfume
Em fragrâncias diferentes
Extrair o sentido das coisas
Para absorver a essência
Só a alma é capaz
De explorar magnitudes
E colher flores entre os espinhos...

Através da alma
Fazemos viagens etéreas
E em cada estação
Vemos os trilhos do tempo
Passando pela janela do conhecimento...

A juventude ilumina a terra
Para a maturidade encontrar a luz
Que passa por vários caminhos
Até avisar a saída
Do amadurecimento do espírito!

Esta é a alma beleza viva
Que não perde a aparência
Pelo envelhecimento
Porque sobrevive de cada ano que passa
Tornando-se plena e absoluta
Numa imagem superiormente linda!

Em 12 de fevereiro de 2009

MEUS CAMINHOS
De Regilene Rodrigues Neves

Andarilho da alma
Tenho percorrido caminhos
De sóis e de luas...

O amor é a fonte
Onde sacio minhas sedes
Algumas tormentas de solidão me perturbam,
Mas nenhuma aprisiona minha alma

Sinto a felicidade entre elas
Algumas tristezas me tomam – confesso!
Mas muitas alegrias me concedem graças indivisíveis
Não sou um lamento que uivam sentimentos
Sou um coração que ama simplesmente

A pureza que toco em todas as coisas
É para não compartilhar com os meus desenganos
Porque posso mais que eles
A força que coabita minhas entranhas
Circulam vida e vida é esperança
Que nasce e renasce nas manhãs...

Meu merecimento não pertence a este mundo
Confiei-os ao Criador
Para que um dia eu possa conquistá-los...
Sei que atravessei caminhos largos
Que permitiram gritar minha liberdade,
Mas a maturidade me fez perceber
Que ser livre tem conseqüências
Que pagamos com o corpo e com alma

Padecer é um estado de crescimento
As aparências enganam a si próprias,
Mas não enganam a Deus
Que nos cobra de forma amorosa
Porque somente quem ama permite o livre-arbítrio...

Nossas dores têm lições imperceptíveis
Lê-las nas entrelinhas
É estar disposto a aprender com elas
Crescer junto extrair das tempestades bonança
Fortalecer a vida para que ela possa sobreviver
Ao apocalipse e conhecer o paraíso
Esta será a grande vitória
Atravessar o caminho estreito com sabedoria.

Fracassos não são necessariamente derrotas
Porque podemos reconstruir
Sobre escombros novos alicerces
A bomba atômica não matou Hiroshima e Nagasaki
Porque os sobreviventes a reconstruíram

As águas devastaram cidades
Mas os sobreviventes as reconstruíram
A fome e a miséria matam uma geração,
Mas os sobreviventes alimentam uma nação!

Somente a ignorância do espírito flagela a alma
Numa derrota sem volta.
Olhai os lírios dos campos
Para colher bem-aventuranças...

Persigo o meu caminho
Cometo meus erros
Porque preciso deles para crescer
Olho o mundo como uma fonte de inspiração
Cada detalhe a minha volta é uma arte de Deus
A perfeição de todas as coisas me ensina
Que tudo posso naquele que me fortalece!

Deus é meu principio meu meio e o meu fim
Sou eterna e sou uma estrela no meu mundo
Brilhar depende de mim
O meu caminho ilumina o universo
E aponta a direção da felicidade
Posso me perder por um labirinto de desejos,
Mas uma saída me espera lá fora...

Em 11 de fevereiro de 2009



DESEJO
De Regilene Rodrigues Neves

O retrato do desejo
Traça no corpo o amor
Viciado de vontade de amar
Transpira sua intensidade
O suor molha a carne
A volúpia escorre da sensualidade
Evaporando seu perfume de fêmea...

Latente o corpo em frêmitos de luas
Revira a noite procurando
Rasgar o vestido vermelho
Que veste o coração...

Entranhas dilatadas
Numa transfusão de paixão
Passa para alma
A vontade de possuir carinhos
No corpo cheio de sedução...

Os seios erguidos
Convidam o macho
A sugar o prazer
A língua desliza
Querendo descobrir
Caminhos perdidos
Entre uma estrada
De luxúrias e curvas perigosas...

Desliza as mãos
Querendo ter nelas
Essas curvas que levam
Aos gemidos da alma
Que em êxtase ofegante
Sussurra seus desejos...

Nos lábios os beijos
Querendo acordar dentro da boca
Sentindo a língua sensualmente dançando
A música que toca no corpo...

Dedilhando a carne
Os dedos percorrem
Um labirinto de fantasias
Hálitos quentes afogueiam a pele
Acendem chamas intensas de paixão!

O amor vira um vulcão
O fogo crepita
Até derramar lavas
Da gruta acessa
Sobre os desejos rendidos
No lençol misturado de corpos...

O amor finca sua haste
Para provar ali do calor
De suplicas derretidas do sexo
Em contato nu com o desejo
Até escorrer seu líquido quente
Entre coxas e pernas...

O caminho encontrara sua fonte
Amantes adormeceram abraçados
Enquanto a noite fantasia
Seu encontro com o dia
Onde possa beijar o sol
E despedir-se de toda magia...

Em 11 de fevereiro de 2009

MISTURA DE SONHOS
De Regilene Rodrigues Neves

À noite o travesseiro acolhe meus sonhos
Dormindo a poesia escreve dentro de mim
Seus segredos... Passo a noite tentando copiá-los...
Em vão minhas asas imaginárias os perseguem
Cheios de sentimentos eles reviram meu avesso
Escondem-se no meu íntimo tomando posse do meu eu.

Leio-os para entender os sonhos
Que se propagam dentro de mim
Num silêncio obtuso da minha ignorância
Que se divide entre o bem e o mal...

São sonhos diversos aleatórios
Em proporção de afinidades com meu íntimo
Um lugar secreto de epopéias submersas

Algumas ganham o mundo
Afloram absolutamente in loco
Do ápice do meu abstrato
Para divagarem em partilha de bens

Repartindo meus sentimentos com o mundo
Mato a fome de poesia carente na alma
Porque somente corpos
Sobrevive sua imagem de aparência enganosa...

O mundo reflete de um espelho exterior
Escondendo sua face verdadeira
Medos cheios de adversidades
Viram sombras para abrigarem
Um espírito de conflitos
Guerra e paz se debatem
Entre escombros de almas perdidas
O front avista ilhas de fantasias efêmeras...

O grito do amor ferido
Escorre da rosa
Espinhos por - morte
Do sangue vermelho de paixão...

Entre lençóis mancha a alma de desejos
Alguns impuros se destacam
No cetim branco do lençol
Escorrem do gozo dos corpos
Que queimaram em vícios de amor...

Lembranças de uma rosa
Acorda estendida na manhã sobre a cama
Joga pétalas de poesia dos sonhos...

Misturas secretas de amor e ódio
Desvendam mistérios da alma
Facetas de um diamante bruto
Adornam o corpo de uma jóia rara...

Estrofes combalidas me devoram
A vida amanheceu cheia de poesia
Jogadas nas avenidas de uma estrada vazia
A solidão passara antes dos sonhos
Soprando palavras ao vento...

O travesseiro guardou pra si meus segredos
Algumas estrofes caíram dos meus sonhos
Sem nenhuma pretensão sonharam com o amor
Seu perfume satisfez um poema metódico
E estranho ao entendimento,
Mas fora a imagem refletida por dentro
Misturada de sonhos e sentimentos
Que seu poema me sussurrou
E nesta manhã com o mundo partilhou!...

Em 10 de fevereiro de 2009





ALÍNEAS DE AMOR
De Regilene Rodrigues Neves

Vivo de um amor extraditado
Concedido sob abandono em minha alma
Partiu deixando alíneas entreabertas
De um parágrafo cheio de sentimentos
Querendo confessar meu amor...

Relatos de nós dois que sobreviveram
Contando nossa paixão desmedida
Nossos segredos nossos planos nossos medos
Volátil aventura que sobrevoamos juntos
Por arredores da alma
São entrelinhas cheias de paixão
Que ficaram entreabertas
Querendo continuar sua missiva de amor...

Mas o vento levou as páginas de utopias
Escritas de sentimentos e poesia
Algumas folhas amareladas e puídas
Cheias de saudades contidas
Que o tempo guardou
Em espaços preenchidos do nosso amor...

Reconheci os versos
Na letra da canção
A música
Ainda toca dentro de mim
“Quando um homem ama uma mulher”...

A emoção rola solta
O coração ouve o som
Das lembranças que viram uma chuva fina
Molhando meu rosto de lágrimas serenas de amor!

Cravado no peito alguns detalhes rasurados
Tentando apagar as lembranças de adeus
Que sem despedida me esqueceu...

Dentro do papel restam as marcas apaixonadas
Em letras retocadas de sentimentos
Que por vezes subscrevem teu nome
Transformo-me em pássaro poeta
Fazendo vôos rasantes no passado
Tentando nele encontrar a magia
Que sobrevivera nas alíneas
Ainda lúcidas no meu coração
Abraçando meu corpo com saudade e emoção!...

Em 08 de fevereiro de 2009

SOLIDÃO DE AMOR
De Regilene Rodrigues Neves

Cai um pingo de sentimento
Escorre num corredor vazio de amor
O coração aperta e a dor exprimida chora...

Sem nenhum carinho
A alma tenta escrever
Seus desejos e sentimentalidades
Submersas nas alíneas de um verso
Que fale de amor
Para sentir-se amparado
No colo da poesia!

Lá fora o destino corre solto
A revelia de um corpo carente
Ausente de mim o amor
Perdido por alguma estação...

Um passageiro efêmero acena
Para os meus sonhos,
Mas logo se despede...

Outra estrofe de solidão se repete
Um poema triste
Sem piedade aflora
Chora minhas lágrimas
Abandonadas num olhar
Entre a distância e a esperança
Os caminhos se fecham na porta do tempo
Estreitando as possibilidades...

Sinto-me uma ilha sem fantasia
O último desejo pingou no chão
Era mais uma lagrima
Que escorria do coração...

O papel cheio de amor
Manchado de vermelho
Escrito de paixão
Comovido de emoção
Lamenta por outro poema triste...

Cheio de amor
Contorna os lábios
Desenha o rosto
Abraça o corpo
Que a alma sente...

A poesia insiste
Para não me ver triste
Escreve sem parar
Amor... amor... amor...
Para que ele se aproxime
E sinta toda poesia que o ama
Apegada desesperadamente
Em versos melodiosos...

Sinto seu hálito tão próximo
Que o beijo numa invasão de privacidade
Sem nenhuma pretensão
Um toque de magia percorre todo meu corpo
E uma ilusão assusta meu coração
Copiosamente chorei de emoção
E um poema escorreu num pingo de sentimento
Externando esse momento cheio de intimidade
Causando-me um sofrimento poético
Cheio de pureza d’alma

Para que o amor possa sentir minhas verdades
Escritas nas paredes do meu íntimo
Escorridas nessa lágrima que o papel exprime
Para extravasar do coração
Outra ode cheia de solidão de amor!...

Em 06 de fevereiro de 2009






UMA NOVA MANHÃ PARA A VIDA
De Regilene Rodrigues Neves

A vida acorda em cada manhã
Afagando a face do dia
Com o carinho de Deus
Ele abre a cortina do céu
Orvalha as flores
Para que perfumem nossos caminhos
E nos dá as estações para que em cada uma
Possamos viver suas belezas
Colhendo em todas elas bem-aventuranças
Para nossas vidas!...

O prazer de acordar e respirar uma nova manhã
É um privilégio gratuito que não se repete
Porque cada manhã é única
Em cada uma sua força e energia exalam no ar
Para que possamos aspirar alegrias de viver
E inspirarmos da poesia do universo!...

A magia e o encantamento que nos cercam
Tem proporções superiores e Divinas
Agradecer a vida é um dever
Que nos dá o direito de renová-la em cada manhã...

Acordar e sorrir
Dar bom dia a vida
Abraçar o espírito cheio de amor
Olhar para o semelhante
E reconhecer a si mesmo
É um ato de doação
Para que a sua manhã
Conquiste um dia
De valores imperceptíveis
Cuja recompensa
É o regozijo da alma!

Uma nova manhã significa:
Estar vivo por mais um dia
Sinta esta alegria em seu espírito
E repasse esquecendo
Que ontem sofrestes
Intolerâncias maledicências amarguras
Que seu estado de ânimo fora avariado
Pelas intempéries, mas que está pronto,
Para renovar-se em uma nova manhã
Que te proporciona renascer
E conquistar todas as perdas
Que ficaram no ontem...

Desejo-te uma linda manhã
De conquistas e realizações.
A paz começa pela alma
Para alcançar o mundo
Depende que cada manhã
Seja sentida com felicidade
E agradecimento pela vida!

Em 06 de fevereiro de 2009

AMOR VIRTUAL
De Regilene Rodrigues Neves

Escrevo-te um amor
Nas sombras de uma poesia eterna
Que se repete cheia de saudade
Dos momentos únicos em partilha

Despimos-nos nossas almas
Em versos que significaram
Toda magia que dois corações
Pudessem alcançar em sua plenitude de amor!

Quantas vezes fizemos amor com a alma
Só depois nossos corpos misturados em fantasias
Pôde se tocar em pensamento
A distância entre nós era mera ausência
Porque tua presença era maior na poesia
Que falava em nossos corpos...

A música sempre tocando ao fundo
Daquelas imagens representando nós dois
Enquanto os versos falavam enfrente ao texto
E a poesia se consumia plena e absoluta...

Declarações alimentavam nossos dias
Quando uma simples caixinha virtual se abria
Mostrando mensagens de amor
Trocadas num diário de sonhos...

Vivemos a beleza contida naquelas entrelinhas
Fora o meu poeta roubando versos
Que correspondessem os meus
Para que o nosso amor
Fosse declarado na mesma intensidade
Que não diminuíssem os meus e os teus versos
Porque a poesia era superiormente linda entre nós!

Apesar de virtual
Apaixonei-me perdidamente
A ponto de sentir o ciúme que nos separou
Deixando para sempre teus versos dentro de mim
Rascunhando essa saudade
Que se repete em poesia...

Sinto falta de abrir teus e-mails
Devorando meus sentimentos
Para que correspondessem
Alimentando-nos da felicidade contida
Numa poesia de amor!

Em 04 de fevereiro de 2009

O QUE TRAGO NA ALMA
De Regilene Rodrigues Neves

Aqui estou só
Neste cético pensamento
Não tenho nenhuma aparência
Perco-me entre o feio e o bonito
Sobrando apenas alma...

Dentro do meu grito
Solitário sobre o papel
As palavras conversam comigo
Estrofes de mim vão saindo
Entre alguns versos
Exponho-me numa folha
Caindo do outono
Mostrando somente a nudez de uma poesia
Que transparente se mostra cheia de liberdade...

A roupa íntima
Além de um corpo seminu
Provoca fantasias
Fazendo viagens dilaceradas de prazer...

Assim provoco meu eu
Tentando fazer aflorar minha sensualidade
Que por vezes escorre solitária no papel
Os versos sentem o desejo
Dedilhando as entrelinhas
Provocando vontades reprimidas...

Desfaço-me de alguns pertences
Jogo meus pudores e preconceitos para fora
Apego-me intimamente as letras
Desenhando seus contornos
Enxergo a silhueta de uma mulher em sua quimera...

Sua ode nua
Numa fotografia seminua
Derrama seu líquido viscoso
De amor da alma semi-oculta no papel
O plano de fundo negro
Destaca a utopia que em letras brancas
Mostra a alma em paz!

O vermelho sangra
Toda paixão envolta
Em seus mistérios
Escorrendo segredos das sombras...

A poesia veste de arte a fotografia
Para que não seja visto
Somente um retrato seminu
Que se perdera entre o feio e o bonito
Sobrando uma alma dentro do corpo...

Uma rosa vermelha joga pétalas do coração
Para mostrar O QUE TRAGO NA ALMA!...

Em 04 de fevereiro de 2009

AMO-TE DE POEMA EM POEMA
De Regilene Rodrigues Neves

Amo-te a cada toque íntimo no meu corpo
Em cada palavra submersa no meu interior
Em recôncavos e convexos sentimentos por ti.

Amo-te neste silêncio de solidão
Porque nele posso sentir tua ausência
E nessa comoção entregar-te minha ternura!

Amo-te numa conseqüência inconseqüente
Da minha razão e emoção
Nas linhas avessas da minha vertente
Cheia de amor e ilusão...

Amo-te com minha intensidade
E minhas fragilidades
Dilatadas de verdades
Até escorrer todo meu ópio
Adormecendo teus sonhos no meu peito...

Amo-te com meu lado incomplexo
Cheio de incompletudes,
Mas que ama assim mesmo incompreendido
Pelos opostos que se atraem.

Somando o amor que em sua ventura
Aventura-se a amar cegamente
Simplesmente porque é amor
O que me proponho a declarar
Em versos únicos
De estrofes melodiosas...

Porque amo-te
Assim de poema em poema
Fazendo-te sentir meu amor!

Por vezes devora-me esse sentimento
Que percorre toda minha alma
Com sua paixão desmedida
Atiçando meu corpo
Rasgando minha intimidade
Com seu desejo
Fazendo acender minha pele com a tua

A vontade de amar-te
Suspira cativa no meu corpo
À noite me procura
Assediando minhas vontades
Possuindo meus sonhos
Querendo que me entregue
A esse amor etéreo
Que de mansinho me toca
Nessa música suave
Que abre a porta da minha emoção
Entrando com sua voz romântica
No meu coração...

Em 03 de fevereiro de 2009

O TEMPO DA VIDA
De Regilene Rodrigues Neves

O tempo
Um relógio insano no meu corpo
Rasga minha roupa de juventude
Amadurece minha alma

Expõe minhas rugas
Para a face da maturidade
Minha idade avança
Começo a sentir suas fragilidades
Alguns dissabores amargos
Medos que outrora eu desaforava
Hoje me apavoram!...

A fila da morte anda
Desesperadamente corro para trás
Para que não chegue a minha vez
Por medo e por tudo que me apeguei aqui:
Meus filhos e alguns pertences da minha alma
Que tornam minha presença
Cheia de necessidades...

O tempo me absorve
Em lentas proporções me devora
Sinto-me frágil como uma borboleta
Apesar de voar em minhas asas imaginarias
Meu vôo de ilusões
Está submerso em desilusões
Apegando-me a esse sentimento contraditório
De coragem aparentemente obtusa...

Sou apenas um frasco de perfume exótico
Essência forte que dissipa na pele da minha alma
Exalando a fragrância amadeirada da minha personalidade
Vivo escondida nas sombras de uma aparência íntima
Porque sou um poema que escorre
Cheio de sentimentos... Palavras e letras
Estendidas num varal de sonhos...

A linha do horizonte
Cada vez mais longínqua...
O passado cheio de lembranças e saudades
O presente uma comoção alienada
Ao meu coração cujo ritmo
Acelera descompassado desentoando a canção
De amor que nele tocou
Escorrendo seu liquido de paixão dentro do peito

Que por vezes derrama no papel
E vira a poesia de uma declaração
Cheia de emoção!...

O tempo
Leva-me pelo meu destino
Para trás uma história de vida
Contada em poesia
Para não perder sua essência
Alguns sentimentos resistem
Ainda cheios de amor
Para deixar um aroma
De ternura no ar...

O tempo das coisas
Saciam a vida...
As intempéries
Amadurecem o fruto
Para que seu discípulo
Um dia seja mestre
Aprendendo e ensinando a vida!...

Em 03 de fevereiro de 2009