LEMBRANÇAS SOLITÁRIAS
por Regilene Rodrigues Neves

Fico calada ouvindo o silêncio
Sussurrar dentro de mim
O barulho da alma é um gemido de solidão
Colado na carência do meu íntimo
Uma lágrima lá dentro
Faz tempo que não escorre no meu olhar
O medo da tristeza afaga meu peito
Carências de amor
Abrigam entre quatro paredes
Rabiscadas de poesia...

Manchas de sentimentos
Criaram crostas na alma
Que soltam textos
Cheios de sentimentalidades...

Algumas palavras feitas de areia
Caem depois que o tempo
Absorve a umidade do passado
Restos de fragmentos são varridos pra fora...

Versos que um dia sofreram de amor
Viram pedaços de carência
Numa aparência derruída...
A velha parede
Que ontem habitou meu presente
Está cheia de marcas do passado...

Arredor um quarto vazio
Onde moraram minhas lembranças solitárias...

Em 09 de fevereiro de 2010



SAUDADE ETÉREA
por Regilene Rodrigues Neves

Ah! Se eu fosse sonho...
Sonharia todos os dias contigo
Até esgotar minha saudade...

Que por vezes rasga minha alma
Procurando lhe encontrar
Aonde nos vimos pela última vez
Num reencontro de amor...

Você sussurrava me amar
Querendo me entregar
Todo amor no seu corpo...

Acariciou-me num olhar
Pedindo aos meus o mesmo amor confessar!

Gritou para mim seus anseios
Até explodir seu coração
E o silêncio ficar ali parado
Ouvindo a eternidade...

Seu corpo sobre o meu
Sem escutar minha alma desesperada
Sentindo a sua despedida...

Minhas mãos procurando lhe ouvir
Fechou os seus olhos que partiram
Vendo-me pela última vez...

Seus lábios falaram as últimas palavras
Cheias de amor...
Engasgada minha voz
Quis gritar o quanto lhe amava,
Mas você já não mais me ouvia...

Entre o pânico e o medo
Sofri noites de agonia
Você sempre voltando pra mim
Em sonhos em vão...

Até que a saudade
Tomou o seu lugar
Fazendo-lhe poesias etéreas de amor!...

Em 01 de fevereiro de 2010

PLANTANDO ESPERANÇA
por Regilene Rodrigues Neves

O sol aponta no destino
Aquecendo nosso corpo
Enchendo de energia nossa alma
Colhendo esperança
Onde plantamos nossa fé.

Uma força esparrama em nosso peito
Querendo levantar-nos das sombras
Que cercaram nossos dias de tempestades
O tempo nublado está ficando para trás
Um novo dia amanhece para nós!

A luz que emana do universo
É abençoada por Deus
E ela está sob o homem
Para que ele possa enxergá-la e se guiar...

Ele nos dá estações
Cada uma trás um período
Para colhermos frutos bons ou ruins
Depende do nosso plantio no tempo certo.

Estamos numa fila
Andando rumo a nossa sorte
Muitas vezes damos um passo para trás
Dando lugar a outro,
Mas continuamos nela
Até conquistarmos o nosso merecimento.

Avançar antes da hora
Faz-nos forçar o tempo
Em sua sabedoria Divina
A conseqüência é a queda
Temos um degrau por vez a subir
Pular pode ser fatal.

Mas errar não significa fracasso
Sim ensinamentos para uma colheita feliz.

Somos como uma folha
Nascemos verdes e amaduramos
Com as estações...

O tempo é o senhor do destino
O discernimento na espera
É o exercício da sabedoria
Para nossa vitória.

Onde plantamos esperança
Colheremos frutos maduros
Com sabor de felicidades!

Em 01 de fevereiro de 2010