PRIMAVERA
(Regilene Rodrigues Neves)

A chuva ronda
O vento sopra folhas secas...

Restos de outono
Que ficaram pendurados
Nos galhos da estação
Caem sobre a terra
Procuram a primavera
Para molhar de flores o chão...

Nos lugares ressequidos
Quero ver nascerem esperanças perdidas...

Cheiro longínquo
Parece perto
Já ouço as cigarras e os sapos
Chamar por chuva...

O riacho que molhava meus pés
Sente sede... Piso na areia
Que antes eu mergulhava para alcançar...

O sol escaldante faz suar a pele da flor
Que transpira ode entre suas pétalas
Cheias de poesia...

Já quase deitado no poente
O sol beija a face da terra enrugada pelo tempo...

Chega logo primavera
Deixar cair seus cachos floridos de beleza
Pelas árvores... Perfuma minha alma de alegria...
Sopra-me a poesia dos jardins
Para que eu sussurre felicidade
Ao receber tuas flores!...

Em 25 de setembro de 2010

POEMA APAIXONADO
(Regilene Rodrigues Neves)

Pedaço de sonho
Vira poesia
Enquanto a alma
Repousa sobre versos
Aquecidos de sentimentos...

O silêncio vigia a noite
Estrelas abraçam a lua
O universo conspira a favor da melodia
Eu imagino fantasias
Sonhando contigo
Aqui entre uma estrofe e outra de amor...

Inflamados de emoção
Confessam o amor
Que evapora frases feitas
Do meu coração...

Numa linha apaixonada
Eu beijo teus lábios
Noutra romântica
Eu te sopro minha paixão...

Invento palavras
Que ao final te chamem meu amor!

Te amo em toda extensão da minha sensibilidade
Sou frágil feito poesia
Sou quase um poeta
Que escreve páginas e páginas
De sentimentos em silêncio
Enquanto sonha...

Minha realidade
Vive um sonho de amor
Minha felicidade
Cheia de momentos guardados em verso
Sussurra da minha alma
Um bocado de verdades
Misturadas de querer te amar
Antes que meu sonho acorde
E eu encontre somente a solidão em volta de mim...

Em 24 de setembro de 2010

MINHAS ASAS ME LEVAM PARA FELICIDADE
(Regilene Rodrigues Neves)

Eu crio asas na minha solidão
Voou etéreas poesias
Na minha imaginação
Rasantes que contemplo na alma
Só eu e minhas asas
A procura de quimeras de felicidade...

Voou sem rumo
Entro em lugares que sonhei...

Sonho sonhos cheios de fantasias...

Toco em belezas imperceptíveis
Para sentir prazer nas coisas mínimas
Pegar na felicidade por alguns minutos
Segundos que seja alimentam minha alma
Energias puras me absorvem
E eu respiro um pouco de alegria...

Esta é minha utopia
Para disfarçar meus medos...

Inventar um lugar onde eu possa ir sozinho
Sem os anseios que aprisionam meu eu
Num labirinto de covardia...

Mesmo que por um caminho solitário
Minhas asas me levam...

Eu entro na minha tristeza
E faço dela um bocado de risos
Que arranco de mim numa hora
Que a lágrima teima em chorar
Para contrariar meu sorriso...

Vejo magia nas sombras de um lugar secreto
Quase pego na beleza involuntária do sol
Se não fosse meu olhar ser ofuscado
Ante a luz do seu espetáculo...

A felicidade está ali
Entre eu e o universo
Para que minhas aventuras
Possam senti-las...

É feita de momentos
Muitas vezes ignorados,
Mas cheios de completudes
De um vôo solitário...

Em 21 de setembro de 2010


SONHANDO CONTIGO
(Regilene Rodrigues Neves)

Meus lábios quiseram-te
Minha boca molhada de prazer
Sentiu sua volúpia
Percorrer de êxtase minha língua...

Num beijo pude sentir o amor
Sussurrar-me luxúrias...

Qual num sonho
Deitei-me nas nuvens
Rolei na intimidade do meu corpo
Misturado no teu...

Entre a lua e o céu
Gritei!
Meus desejos ecoaram
Em paredes de algodão...

Um sonho de amor
Por trás da porta
Atravessara a noite...

Beijos entre línguas misturadas
Corpos nus
Lua acesa de estrelas em volta
Entrelaçados não cabiam mais nada
Só beijar tua boca
Com sede de amor...

Sentir o gosto do desejo
Beber aquela aventura
Que sonhara contigo...

Amei-te até o infinito
Encontrar a manhã
E me acordar de ti
Um sonho de amor tão real
Que me fez senti-lo ao meu lado
Abraçado no meu corpo...

Em 14 de setembro de 2010

QUERO OUVIR O BARULHO DA VIDA
(Regilene Rodrigues Neves)

Que adianta querer viver em silêncio
Se a vida faz barulho dentro de nós
Sons mudos que tem som
De dias feitos de noites e manhãs
Mesmo que nas sombras vagas de quimeras
Por trás do tempo...

A alma fala seus segredos
Conta seus mistérios
Para que possa sentir o vento...
Não ouça suas ondas dilaceradas
De coisas inventadas
Para te afastar de si mesma.

Quer-se ouvir a solidão
De um precipício
Atire-se a ela sem asas
Talvez a liberdade ampare teus anseios
E devolva-te um pouco mais de tempo
Para pensar sobre tudo...

Quero o barulho da vida
Mesmo que breve,
Mas que possa em segundos
Deixar minha história
Cheia de acontecimentos
Alguns vazios, porém cheios de mim...

Quero vive-los inconseqüentes
Para que eu possa contar minhas aventuras...

Ah! Esse meu humor tão crítico me critica
Sem saber dos sorrisos
Que deram gargalhadas pra mim
Soltando minhas lágrimas
Por trás de aparências cheias de enganos...

Cometi minha própria solidão sem querer
Apeguei-me num amontoado de seqüelas
Que me dei de graça
Só por achar que só
Não precisaria de ninguém
Qual tolice amarrada dentro de mim
Num nó que dei querendo me esconder da vida!

Ela tem para mim tantas coisas,
Mas fiz um bocado de nada me achando melhor para mim...

Mas só me causei uma dor
Que joguei para o mundo
Apontando de volta...

Eu e meu silêncio
Não querem ser parte
De outra historia...
Só querem ouvir o som da minha alma
Chorar o pranto dessa dor inventada
Apontada para mim feito bala
Para tirar a vida que faz barulho dentro de mim!...

Mas nem sempre o silêncio é a melhor companhia
Sentir o barulho da vida
Causa felicidades imperceptíveis
Que faz sons mútuos de vidas intrínsecas!...

Em 09 de setembro de 2010





ANSEIOS
por Regilene Rodrigues Neves

Devagar anseio meus anseios
Um bocado de sonho
Um pedaço de amor
Noite e dia para ver a vida
Correndo por aí...

Seguir a rotina
Alterar as horas
Na hora certa
Sem pressa...

No meio de incertezas
Velar minhas certezas em silêncio
Para não alterar o tempo das coisas...

Tentar não me ferir
Se machucar curar as feridas
Palpando com amor
Os lugares arranhados
Para que mágoas não se alojem no peito
E as minhas dores sejam aliviadas por si
Sem deixar vestígios por dentro...

Que adianta amarguras
Melhor é fazer da dor
Uma lição que ensina
Que quem corre demais
Pode cair e machucar a alma...

Depois de tantos outonos
Vi as folhas caírem na terra
De tão ressequidas
Quebram em minhas mãos
Vi suas linhas e um bocado de pedaços
Caírem pelos meus dedos
Esfareladas de lembranças...

Saudades minhas que partiram
Umas rumo ao longe
Outras sem voltas
Estão não sei onde
Talvez apenas dormindo o sono eterno
Enquanto imaginamos tantos lugares para elas...

Nascer e morrer
Compreender o que não está compreendido
No meio do caminho
Entender as incógnitas do universo
Sem precipitar os dias...

Apenas ouvir o universo
Em seu imensurável espaço
De tempo e lugar
Cabem estrelas e sol no mesmo horizonte
E a poesia preenche todo infinito...

Meus anseios hão de se acalmarem no meu peito
Para que eu possa escutar o barulho do mar
As ondas que lá vão se quebrar
Irão ouvir a melodia da vida
Que escutava sentimentos
E ouvia pensamentos...


Em 01 de setembro de 2010