ASAS DE SOL
por Regilene Rodrigues Neves

Abro minhas asas de sol
Para acender um pouco de luz no meu céu
E sentir a alegria da vida
Sorrir dentro de mim!

Contagiar-me de esperança
Enxergar felicidade
Na face do horizonte...

Ler poesia na manhã que acorda
Escrevendo versos iluminados de aurora!

Tomar banho de sol na alma
Desfazer as sombras tristes
Dos dias amargurados de melancolia...

Realizar um sonho
Solto no universo
Ao meu contentamento
Enxergá-lo na simplicidade
Da felicidade que me abraça!

Rodopiar para a liberdade
Até voar nas minhas asas de sol...

Em 26 de novembro de 2010
SAUDADE AMIGA
por Regilene Rodrigues Neves

Acordei com o cheiro da saudade
Da sua amizade
Das lembranças muitas
Da doce recordação do seu carinho...

Suas palavras suaves
Feito plumas
Caindo no meu coração
Acariciando minha alma de ternura...

O perfume adocicado do seu amor
Resvalando no meu íntimo
Derramando ópio do seu afeto
Dedicação pura de amiga
Que tão somente sorri para alma
Enquanto abraça os sentimentos
Para que transponha a distância e o tempo
E exale sua saudade...

Amizade
Que me alenta
Acalma meus anseios
Que me reporta bondade
Longevidade para enfrentar as animosidades
Que muitas vezes me absorvem de tenaz sentimento...

Logo eu procuro sua alegria
Para esquecer as tristezas que me rondam
Seus gestos cheios de amizade
Que me tocam de lembranças e saudade...

Nosso ontem corresponde
A um jardim florido
Onde a primavera todos os dias
Exala sua essência de paz
No meu presente...

E eu sinto seu cheiro
Quando em mim aperta a saudade...

Em 22 de novembro de 2010
ESTAÇÃO CHOROSA
por Regilene Rodrigues Neves

O sol chora uma lágrima de chuva
Na estação... Enquanto nuvens escuras
Atravessam a luz...

Quase noitinha
E o céu já melancólico
Pressente a solidão em volta...

A noite vira um bocado de lágrimas no chão
Riscos d’água atravessam a rua
Fazem uma estrada que corre para baixo...

Em vãos abertos feito veias
Correm numa mistura de terra e água
Matando a sede de beber
Toda lágrima do céu...

Até amanhecer outro dia cheio de luz
E aquela estação triste escorrer
Pelos vãos da terra...

Em 21 de novembro de 2010
AQUELA NOITE...
por Regilene Rodrigues Neves

Os olhos da noite
Piscaram iluminados
Cheios de fantasias
Acenderam chamas
Que inflamaram nossos corpos
Entre paredes cheias de amor...

Amantes em segredos
Abraços e beijos
Sussurros apaixonados
Gritos ecoados
Sintonizados com os sentimentos...

Alma e pele se falaram
Enquanto gestos de intimidade se tocaram
Provando o sabor da sedução...

Na evocação sublime da poesia
A rima delineou tua boca
Teus lábios molharam
E eu experimentei teu fetiche...

Entreguei-me aos teus braços num abraço...
Meus seios encostaram-se ao teu peito
Sentindo o bater febril do teu coração
Numa atração já perto do êxtase...

Fora uma noite linda
A poesia se prendia nas estrelas
Enquanto o amor
Sorria nos meus lábios
Pronunciando frases cheias de paixão!

Guardei aquele dia
Num porta-jóias de lembranças
Do nosso amor...

Olho para a noite
Sempre que a saudade
Abre a caixinha de sentimentos
Procurando por carinhos teus...

Em 08 de novembro de 2010
CAPÍTULOS DE UMA VIDA
por Regilene Rodrigues Neves

Completei mais um capítulo do meu livro
Quarenta e sete anos se passaram
Escrevi nele tantas histórias...

Páginas de sôfregas lições
Viradas em dias complexos...

Foram tantas lutas
Travadas pela batalha do amor e da vida!
Alguns sentimentos ainda vivem
Cheios de lembranças na alma...

Rascunhos passados a limpo
Noutros que se perderam
Ainda incompletos...

O tempo virou a página,
Mas fui em frente
Levando dores ainda vivas
Que se misturaram a tantas outras
Virando seqüelas
Que machucam meus dias de tristezas...

Tento amenizá-las sorrindo pra mim
Disfarço procurando minhas alegrias
Que sei que as tenho
Porque as conquistei em alguns capítulos...

Não quero ficar remoendo dores
Quando ainda existem lutas pela frente
Enxugo minhas lágrimas
E olho o presente...

O sorriso dos meus filhos
Compensam meus anseios...

Fortaleço meu alicerce
E misturo minha fé
As minhas orações a Deus
Para encontrar minha paz...

Andei só metade do caminho
Para vencer meu legado
E escrever mais um capitulo
Até terminar minha história
Memórias de uma mulher
Sobretudo feliz!

Em 08 de novembro de 2010
DE FRENTE PRO SOL
por Regilene Rodrigues Neves

Hoje abri a janela da alma
Para entrar sol
Quis sentir a primavera
Dos meus anos
Que chega sorrateiro
Comemorando a vida...

Ver minhas folhas amaduradas
De belezas imperceptíveis
Misturadas de essências líricas...

Enxergar nos jardins
A verde esperança
Que entrelaça as flores
Num abraço de alegria...

Deixar para trás meus invernos
Cheios de solidão
Respirar a nova manhã
Que me propõe uma nova estação...

Recomeçar onde o tempo parou
E só senti lágrimas durante algum tempo...

Coloquei a alma pra fora
Estendida para o sol
Para secar o mofo
Guardado nas paredes
Ressequidas de sentimentos
Contrários as minhas vontades...

Não me dei conta
Dos dias ensolarados lá fora
Que se abriam todas as manhãs
Aquecendo meu corpo
Do carinho de Deus
Que persistia em me aquecer
Enquanto me preenchia de invernos sombrios...

Sinto a vida absoluta
Colhendo sonhos
Que dormiram em segredo...

Quis abrir os meus
Perdidos na alma...
Em algum lugar do tempo
Lembro-me que deixei de sonhar...
A realidade fora os devorando
Como se não me pertencessem...
E eu me acostumei à desilusão
E as carências multiplicadas no meu coração
Esqueci da mulher em mim
Que escrevia poesia
Para melhorar os sentimentos
E de alguma forma tocar e ser tocada
Para amar e ser amada
Em versos íntimos...

Mas hoje é outro dia
Quero largar essa mania
De machucar minha auto-estima nos espinhos.

Quero respirar o perfume das flores
Sentir o sol pelos meus recantos
E nessa primavera
Abrir janelas
Para entrar luz dentro de mim!

Sorrir meus sorrisos
Até virarem felicidade...

Em 03 de novembro de 2010