FOLHAS DE OUTONO
por Regilene Rodrigues Neves

Sopra venturas do lépido outono
Que por trás enxerga a primavera que partiu...

A prece da manhã agradece pelo dia
Afagando luz no rosto do sol
Dedilhando em seus raios
A energia complacente da aurora
Para sentir arredor o frescor da esperança
Misturada entre os verdes
Que escorreu orvalho da última estação...

Restos de folhas sobre o chão
Num rastro de lembranças
Procuram suas memórias
Em seu átimo de amor...

Um bocado de luas
Viram noites em claro
Sonhos espalhados
Feito folhas ao vento...

Lição noturna escrita
No colo da solidão...

Vestígios de primavera
Marcaram sua presença na poesia
O novo dia acaricia a alma
Faz estrofes melodiosas no peito
Procurando seu destino
No parapeito da manhã...

Quem sabe em seu sorriso matinal
Abrace a felicidade
Que acordou cheia de alegria
Escrevendo poesia
Nas folhas de outono...

Em 26 de abril de 2011
LENDO A VIDA
por Regilene Rodrigues Neves

Sem pressa vou lendo a vida
Capítulos escritos a mão
Histórias de uma trajetória
De passos íngremes
Cheios de comoção...

Muitos anseios precipitaram o caminho
A juventude por vezes
Contracenou com as perdas
Perdendo a ilusão
Ceifando a desilusão...

Sem pressa aprendi há ler os dias
A tirar das lições esperança
Do que o ontem ensinou pro hoje
Sem esquecer as alegrias
Que me fizeram sorrir pro amanhã
Mesmo que por uma rota alternada de desvios,
Mas sempre absorvendo seus ensinamentos
Em arrimo da razão
Que por vezes equilibrou meu coração.

Li nas entrelinhas o amor
Que me ensinou sem pressa
A ir em frente
Que dos escombros construímos outro dia
E uma nova página da vida será lida
Mesmo que escrita da emoção
De um capítulo triste,
Mas feitos de momentos de felicidade
Sobrepondo os desenganos
Sempre ensinando uma nova lição
Com sabedoria e verdade...

Muitas vezes as lágrimas tristes do hoje
Serão as lágrimas de alegrias do amanhã...

O tempo lê devagar
Para que absorvemos cada capítulo da nossa história
Construindo pro futuro um caminho de vitórias
O importante é ler sem pressa
As lições de cada dia...

Em 12 de abril de 2011
AUSÊNCIA
por Regilene Rodrigues Neves

O amor desceu a escada do tempo
Passeia entre a saudade e a ausência
Enquanto meu coração caminha em silêncio
Minha alma ouve sentimentos...

A solidão anda no meu peito
De um lado pro outro
Revira minhas lembranças...

Ronda o amor que por lá viveu
Mostra retratos teu e meu
Aquele dia nunca mais te esqueceu
Sempre voltando nos sonhos meus...

Um aperto suspira dentro de mim
Uma lágrima cai da saudade
Do teu amor ausente em mim...

O tempo corre em tua direção
Dilata minha emoção
Escorre molhando a saudade
No meu coração...

Lá fora o passado foi embora
Levando meu amor
Agora só a saudade me consola
Aprisionando o tempo dentro de mim...

Em 12 de abril de 2011
ESSÊNCIA DE AMIGOS
por Regilene Rodrigues Neves

Adicionei minha alma na tua
Para seguir teus ventos
E soprar amor no silêncio
Até perfumar teus sentimentos de flores
E sentir tua essência
Exalando amizade em mim...

Teu aroma de alegria
Cai na minha pele
Sorrindo pra mim tua energia
E eu sorvo tua fragrância de poesia
Sentindo em volta tua presença
Num abraço de sol

Enquanto a felicidade
Contamina arredores de luz
Contagiando-me da beleza
Dos jardins da tua alma!

Acrescentei meu carinho no teu
Para te oferecer flores
Cultivando essência de amigos
Para que as primaveras
Não perca seu perfume...

Em 11 de abril de 2011
ESSÊNCIA DE POESIA
por Regilene Rodrigues Neves

Em volta dos sonhos
A alma procurava alegrias
Sorria para si mesma
Entreabrindo os lábios
Pronunciando um sorriso
Para o horizonte bem-vindo
Do outro lado da campina...

Enquanto acordava
Sua quimera de poesia caudalosa
Cheia de copiosas fantasias
O poeta em seu devaneio
Percorria o universo
E seus versos sussurravam para o dia
Que em frente gritava sua aurora...

O sol emanava luz
Abraçando a terra...

E via a felicidade
Estatelada na natureza
Que expunha sua beleza
Em fascínio absoluto de uma musa
Inspirando poesia da alma
Que ousava sua melodia
Para o silêncio...

A ode em sublime sensibilidade
Elevava as alturas uma prece
E ao dia agradecia a vida!

Os sonhos embalados arredor
Esparramavam conquistas
Feito folhas escritas
Da verdejante aura da manhã...

Pairava esperança pelos jardins
E suas flores exalavam primaveras nos recônditos
Enquanto a alma absorvia seus sonhos
A poesia emanava sua essência na terra
Para enfeitar sua manhã...

Em 11 de abril de 2011