MIRIAM
por Regilene Rodrigues Neves

Meu coração doe de saudade
Sinto falta da sua amizade
Das conversas jogadas foras
Nas horas solitárias
Que vinha me dar seu ombro amigo
Para chorar minhas tristezas...

De ouvir suas palavras de força
Quando as minhas não mais reagiam
E também das poucas alegrias
Que nos arrancaram risos
Perdidos na alma
Em meio a tantos infortúnios...

Sinto-me um lixo de amiga
Por tê-la afastado de mim
Numa conversa estúpida e impensada
Das minhas palavras mal ditas na hora errada!

Muitas vezes energias negativas
Conspiram para que os nossos inimigos
Alimentem-se das nossas fraquezas.
Quanto mais eles nos atingem
Mais se engrandece e nos afastam
Do nosso bem maior – o amor!

Tenho certeza que a nossa amizade
É maior que essas conspirações negativas
Que nos usam para ferir e magoar a quem amamos
E que você em sua infinita grandeza e bondade
Tornará menor esse dia insignificante
No meio de tantos que partilhamos
E construímos nossa amizade.

Fui fraca e covarde
Ao deixar minhas frustrações
Interferirem entre nós
A ponto de criar essa animosidade
Na nossa amizade e minar uma relação
De afeto que alimentava de alegria
Os nossos dias cheios de amargura.

Minha amizade se rende a tua
Para pedir perdão
Por meus estados de ânimos
Que são muitos,
Mas nenhum é maior
Que o sentimento de amor
Que trago em minha alma
Para fortalecer-me diante das intempéries
Que nos trazem dias negativos e tristes...

É com esse amor
Que te abraço do fundo do meu coração
Para que a nossa amizade volte a sorrir
E partilhar a afinidade das nossas almas!

Em 27 de maio de 2010

O AMARGO E DOCE SABOR DA VIDA
Autoria Regilene Rodrigues Neves

O sabor da alma
Ora doce ora amargo
Reflete as energias do universo
Que aspiramos e inspiramos
A gosto do tempo
Que em seu destino
Desvia nossos caminhos
Para que possamos sentir
Todos os sentidos
Que a vida através dos mistérios
De Deus nos proporciona
Para elevação do nosso espírito!

Até mesmo o fel
Trás em sua essência de amargura
O gosto sutil do mel
Sentido após beber
Todos os seus anseios de ilusão...

Nenhuma folha
Desvia-se do outono
Mesmo que o vento
A leve contra o seu destino...

A dor e a tristeza
Assim como a alegria e o prazer
É transitória a medida
Do que constrói a nossa alma.

O nosso merecimento
É construído dia a dia
Visto que nossas imperfeições
Retarda as nossas conquistas...

A felicidade não está por aí
Onde nos facilitaria o seu encontro,
Mas dentro de nós
Onde raramente a sentimos
Viciados a olhar para fora
E nunca dentro de nós!

Nossos orgulhos e egoísmos
Muitas vezes obcecados de ignorância
Sem nenhuma humildade
Desvia-nos da sabedoria de senti-la!

O doce sabor da vida
Advém de passarmos pelas amarguras
Com astúcia na alma
Ao sabor do coração!

Em 27 de maio de 2010

NOITE SOLITÁRIA
Autoria Regilene Rodrigues Neves


Coração vazio
Acha uma poesia
Solta na alma
Uma página escrita
De sentimentos solitários...

Sem carinho procura afeto
Num pedaço de papel
Alguns desejos em chama
Queimam em palavras
Cheias de amor...

O verso solitário se mistura
Acende a volúpia
De uma noite de fantasias...

Sobre a pele em febre
O contato da língua nos lábios
Molha ante a vontade de um beijo
A imaginação te procura
Despe teu corpo
Beija tua boca...

Sinto teus dedos
Desalinhando meus cabelos
Meu corpo um pedaço de fogo
Queimando em teus braços...

Palavras se amam
Em verdade absoluta
Luta contra a solidão
Vestida de carência
Cuja essência vira poesia
Derrama feito gozo sobre o papel...

O cheiro de amor
Fica no quarto
Em meio a fantasias
Criadas por um solitário poeta
Em noite vazia...

A cama fria
Sente a poesia me aquecer
Fingindo-me um amor
Até que um sonho me adormeça
E um poema amanheça
Solitário num pedaço de papel...

Em 24 de maio de 2010


A FELICIDADE PASSA PELO FRONT...
Autoria Regilene Rodrigues Neves

O sol aquece a felicidade
Raios de alegria
Sorriem para manhã
A vida respira
Enquanto o tempo
Se esvai sobre o front...

Os ventos de outono
Sopram para primavera
Suas folhas ressequidas de solidão...

Choram as rosas
Sentimentos molhados de versos
Sentem o gosto da poesia
Na cavidade da alma
Brotar suas flores cheias de emoções...

Pétalas apaixonadas caem
Deixando um rasto de essência
De amor pelo caminho...

A felicidade segue sorrateira
A manhã que sorriu
Vê sua alegria partir...

O tempo debruça sobre o horizonte
O dia fecundo copia seu verso
Cheio de poesia no front...

Em 23 de maio de 2010

SER MÃE
por Regilene Rodrigues Neves

Ser mãe
É o momento confesso
Do seu estado – Grávida!

É uma viagem
De nove meses no ventre
Se auto-descobrindo: Mãe!

É sentir as mãos de Deus
Colocando dentro do ventre – O amor!

Ser mãe
É parte de um caminho eterno entre ambos...

É ser mais que gerar
É adotar com amor a maternidade
Na sua condição – Mãe!

Ser mãe
É se sentir maravilhada com a vida
Através da graça recebida.

É sentir o êxtase da felicidade
Acariciando mãe e filho!

Ser mãe
É doar-se inteira
E sem limites todos os dias
Para que seu filho
Absorva todo amor da sua alma
Em sublime afeto de mãe!

Ser mãe
É ser completa
Numa força invisível
Que a sustenta de coragem e proteção
É ter asas para abrigar
É se multiplicar
Em leoa se transformar
E seu filho amar... amar... amar...

Em 08 de maio de 2010