ANO NOVO
por Regilene Rodrigues Neves

Nasce uma luz
Onde a escuridão
Esteve por noites
Vestida de solidão...

O agasalho da esperança
Veste a alma
Que dormiu ao relento
Num ano de infortúnios...

É tempo de servir
Doar gestos de bem-querer ao próximo
Construindo laços de ternura
Onde o amor se fez carente
Num caminho solitário...

Alimentar a fome de caridade
Para que a prosperidade se alastre
No lugar da miséria...

É hora de renascer
Findar o velho
Construir um novo amanhã
Onde novos sentimentos
Desfaçam ressentimentos
E mágoas do nosso irmão
Preenchendo o coração de amor
Para que a felicidade se instale dentro de nós
Num sorriso fraterno de humanidade
Contagiando de alegria o ano novo
E possamos ter perspectivas
De um futuro melhor!...

Depende de nós
Fazer o bem
Para que o mal
Perca sua força
Para cada ato de caridade
É refletida energias de amor
Em torno do homem
Que abraça seu semelhante de bondade.

Se acendermos todos os dias esta luz
No nosso espírito venceremos a escuridão
Na nossa alma e Deus estará ao nosso lado
Guiando os nossos caminhos
Para abraçarmos o ANO NOVO!

Em 12 de dezembro de 2009

SE TODOS OS DIAS FOSSEM NATAL
por Regilene Rodrigues Neves

O natal entra dezembro a fora
Árvores enfeitadas de ilusão
Preenchem sonhos no coração
Aflora sentimentos na humanidade
Que parecem querer dar as mãos
Por um dia de paz e união

Jesus volta para ceia entre a família
Ouvimos os sinos das Sinagogas
Badalarem de euforia
E o coral cantar lá do alto
A magia do natal...

A cidade parece ouvir a felicidade
Entre fantasias e noites enfeitadas
O espírito do nascimento renasce na alma
E as crianças se preparam para sonhar
Mais um sonho de Papai Noel...

Nesse cenário mágico
A noite brilha
Iluminando ruas apagadas de miséria
Mãos estendidas esperam um gesto
Que afaguem olhares de esperança,
Porque mais um ano passou
Sem que o homem visse ao relento
Crianças abandonadas
Simplesmente condenadas ao seu infortúnio...

A fome continua no prato vazio
E a inocência é castrada pelo semelhante
Que passa ignorando sua verdade.
Na realidade de todos os dias
Não existe natal!

O desalento se aninha
Nos sonhos perdidos...

A luz da ilusão
Está apagada a tempos no coração
Somente uma sombra
Cobrem corpos frágeis
Sobre o papelão nas calçadas
Sonhando que fosse natal todo dia
Para que a sua alegria permanecesse
Estampada nas vitrines e as crianças
Pudessem ganhar seu sustento
Embrulhado de esperança
E todos os dias fossem natais sem fome
Porque o amor multiplicaria o pão
Sem ter que esperar outro natal
Tocar no coração do homem!...

Em 07 de dezembro de 2009

A POESIA DA MANHÃ
por Regilene Rodrigues Neves

Pouco atrás do dia
Vinha o sol
Correndo atrás da manhã
Jogava raios de luz
Por cima da montanha
Enquanto lá no horizonte
Sorria a felicidade
Nos lábios do infinito...

Correndo descalça
A liberdade
Rodopiava sobre a terra
Feito bailarina dançando pra vida!

No jardim
O beija-flor sugava néctar da flor
Feito beijo apaixonado de um romântico
Cheio de encantamento e prazer...

Da janela do casebre feliz
Ouvia-se uma composição plácida de pardais
Nos galhos da gameleira
Sussurrando juras de amor
Num ato disseminado de pura beleza.

A intensidade da natureza
Vibrava em raios de esperança
Pulsando sua energia sobre a terra...

A paz intrínseca no universo
Tornava imperceptível
A balbúrdia do homem
Dentro dos arranha-céus
Vestido de vidros fumê.

Momentos únicos eram perdidos
Na ansiedade de construir sonhos...

Dentro de um túnel fechado
De ambição
Não ouviam a poesia
Gritando nos arredores do amanhecer...

Esbarravam-se na pressa de ter
Esquecendo que ser
Era o bem maior conquistado!

Por todo lado ouvia-se gritos de solidão
Sem chão o homem procurava desesperadamente
Preencher um vazio surdo no peito
A alma não mais parecia estar ali
Ouvindo sentimentos
Aquelas emoções soltas lá fora
Eram vistas de uma sombra
Que sobrepunha entre a distância
Criada pela vaidade...

Quanto tempo não sai a pé pelas ruas
Sentindo o vento solto no rosto
Ouvindo a liberdade
Abraçando simplicidades
Tomando banho de chuva na alma
Lavando lágrimas escorridas
De noites cheias de solidão?

Por vezes é necessário escutar o coração
Deixar entrar fantasias...
Ouvir a felicidade!
Deitar no colo da alma
Sentir sensibilidades
Inspirar e respirar emoção
Porque se o homem vira só razão
Há de perder a leveza do ser
Sorrindo na poesia
Vista em cada amanhecer...

Em 07 de dezembro de 2009