SEGUINDO EM FRENTE
por Regilene Rodrigues Neves

Segui o silêncio do destino
Que levanta a aurora
Embevecida de luz
Raios de sol amanhecem jogados
Sobre a terra cultivando esperança
Na face do solo
Onde um caminho
Sai andando seguindo o horizonte...

Deixo para trás roupas rasgadas pelo vento
Em face de um novo encantamento
Que me espera lá na curva
De uma estrada
Que me levará para a felicidade...

Aqueço-me no calor da liberdade
Correndo com a menina
Que existe em mim cheia de alegria
Solto meu sorriso pela manhã
Abraço o dia que orvalha as flores
Respiro o perfume colhido dos jardins
Suspiro meus desejos pelo tempo...

Procuro energias positivas
Soltas ao meu redor
Para desfazer as tempestades
Que eu possa encontrar
Se alguma me molhar de lágrimas
Serão de mudanças para uma nova estação
Que me ensinarão que chorar e sorrir
Fazem parte da vida!

Assim vou seguindo em frente
Plantando flores entre as pedras
Construindo meu destino
Com pedaços inteiros de amor
Onde o mal suas marcas me deixou...

Para trás deixo folhas
Cheias de sentimentos
Escritas no passado
Poesias de alegrias e tristezas
Seguem contando minha história
O destino tem sua trajetória
De algures e glórias!

Em 23 de junho de 2009

RASTRO DE UM SONHO
por Regilene Rodrigues Neves

Segui um rastro de sonho
Dormindo sobre um tapete
De folhas de outono
Algumas amareladas de lembranças
Outras ressequidas de desilusão

Fazem-me debater sentimentos
Ousados de um sonho
Ainda amadurando nos galhos da vida
Que frondosa e verdejante
Joga-me suas folhas de esperança...

Em sono profundo m’alma
Refugiava-se nessa quimera
Cheia de fantasias...
Corro atrás da alegria
Feito pássaro na gameleira
Assoviando ilusões de utopia...

Em devaneios
Sigo um caminho
Por uma estrada
Que passa dentro de um coração
O amor escorre vermelho de paixão...

Desejos sangram
Entranhas dilatadas
Expulsam emoções
Contidas num corpo
Sobre o tempo...

Somente o pensamento acordado
Refugiado no colo da memória...

De olhos fechados
Enxergo apenas um sonho de amor
Que teimara dormir comigo
Quando ainda me deitava...

Um vento andarilho
Cobre-me de folhas
Escondendo-me a face
Solitária da noite

Sem estrelas o céu
Perde-se na escuridão
Sem nenhuma compaixão
Por um sonho
Que ali no meio do nada
Vaga do meu corpo...

O amor procura
Um lugar onde possa acordar
Dentro de mim
Sem ter que viver de sonhos perdidos...

O dia amanheceu varreu as folhas
Daquele dia de outono...
Imperceptível uma nova estação se aproxima
Os restos do meu sonho
Ainda seguem seu rastro...

Pegadas por um caminho de amor me levam
Pedaços do meu sonho jogados numa estrada
Por ela eu sigo sem perder
Meu sonho de vista
Dentro de mim ele grita não desista
Quem sonha um dia conquista
Só assim esse amor vai me encontrar
E o meu sonho realidade se tornar!...

Em 22 de junho de 2009







SONHO DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Deito-me ao lado de um sonho
Seu nome é amor
Sua boca sussurra
Palavras que me aquecem
Seus lábios me beijam
Dissolvendo nuvens...

Além quimeras eu me sinto
Numa fantasia etérea de desejo
Enrosco-me no teu corpo
Jogado sobre o meu
Misturo-me no teu abraço
E nos teus braços
Ouço a noite lá fora...

As estrelas envoltas num manto
Me cobrem de felicidade
Um cheiro de saudade
Entra no quarto
O perfume da noite
Tem fragrância de lua...

Me aninho dentro de ti
Abandonada num átimo de ternura
Confesso meus segredos
Ouço seus mistérios
Na dimensão do infinito...

Um grito de euforia
Sai do meu peito
De um jeito louco
Quase afoito
Atravessa o silêncio
Corre pelo jardim
As rosas não falam
Simplesmente roubam
A essência de m’alma...

Meu sonho dorme lado a lado comigo
É um amor inteiro
Puro e verdadeiro
Que sorrateiro me toma
Veste meu coração de ilusão
Sonho um sonho acordado
Ouço nossos risos
De amor misturado

Absoluto
Desvirgina a madrugada
Em sua utopia
Vira uma poesia
Que corre solta lá fora
Aqui dentro um sonho me devora
Somente o travesseiro me consola...

Amanhece
É quase aurora
O sol entra na janela
Acordando um sonho
Que dormiu comigo
Numa linda fantasia de amor!

Em 18 de junho de 2009






SAUDADE
por Regilene Rodrigues Neves

Que saudade é essa
Que dói no lugar da presença
Que faz a ausência
Ser infinita lembrança
Num caminho onde a esperança
É feita dessa saudade
Que traz para perto
O que o ontem me levou...

Roubando-me a felicidade
Que era estarmos juntos
Partilhando alegrias e tristezas!

Ah! Saudade...
Tamanha é a falta
Que deixa meu coração impotente
Numa dor de amor
Que me faz sentir vazia
Tornando os meus dias
Em melancólica nostalgia...

Saudade incompleta
Numa parte que me falta
No pesar da minha alma
Que dilatada
Se abre em profunda falta de ti!...

Quisera tantas vezes em pensamento
Traze-lo nesta saudade
Para mais um minuto
Estar perto da tua presença,
Mas somente as lembranças
Sobraram entre nós
Deixando para trás esse rastro de dor!

Maior que a saudade é meu amor
Que não o deixa partir
Fazendo-te existir nos meus dias
Que seguem sentindo falta de ti!...

Em 18 de junho de 2009

PINTANDO DE AMOR A VIDA
por Regilene Rodrigues Neves

Pintei de rosa alguns sonhos
As paredes da minha alma
Colori de fantasias...

Corri feito menina
Na minha imaginação
Pintei de vermelho minha paixão
Escorreram alguns sentimentos de amor
Outros ainda em flor
Coloriram minha alma...

De rosas enfeitei minha vida
Alguns espinhos me feriram,
Mas nada que a beleza
Exuberante de uma flor
Não pudesse me afagar de amor!

Nesse cenário
Algumas vezes imaginário
Pintei minha felicidade
De cores cheias de alegria
Pintei poesia no colo de uma utopia
Que por vezes me fez pintar
De esperança meu coração!

Quisera nele viver cores
De doce ilusão
Mesmo que virasse
Somente uma tela de emoção
No meu solitário coração!

Nesta paisagem
Retoquei alguns sonhos perdidos
Para que não perdessem
A beleza dos sonhos
Que nascem e renascem
Para colorirem a alma
De sonhos de amor!

Pintei primaveras
Em cada estação
Mesmo que algumas
Cheias de outono
Caíssem nas manhãs
Ressequidas de noites solitárias...

Algumas frias de inverno
Pintadas de cinzas
Encontravam pétalas soltas
Dentro do peito!

Por esse caminho
Andei ilhas
Até encontrar um sol de verão
E novamente aquecer meu coração
Que espera sempre uma linda primavera
Para pintar cores
De alegria e emoção!...

Em 17 de junho de 2009

HISTÓRIAS DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Voo em direção ao vento
Seguindo pensamentos de amor...

Nuvens se aproximam
Desenham um rosto
Num coração exposto...
Na calada da noite
Ouço a voz do silêncio
Meditando no longínquo...

Sentimentos derramam
Do meu frasco de ternura...

No chão uma lágrima caída
Reflete a saudade
Que escorre por um caminho
De lembranças...

Meu olhar se perde no infinito
Atravessa o tempo
Imprimindo do peito recordações
O amor cheio de emoções: Suspira!
O ar parece respirar
Meus sonhos adormecidos...

Meu sorriso esquecido
No canto dos lábios
Nem se lembra mais da felicidade
Ela passou na velocidade do tempo
Nem deu tempo de descer na estação solidão
Tentei segurar na sua mão
Que doce ilusão!

O amor intacto
Resvala numa parede
De sensibilidade
Escreve versos para a saudade
Que segue no vagão solidão...

Para trás ficou o passado
Mostrando a paisagem
Que passa em frente
O presente feito de memórias
Corre atrás do futuro
E de uma outra história de amor...

Em 16 de junho de 2009

ESSE CAMINHO QUE EU MESMA ESCOLHI
por Regilene Rodrigues Neves


Por onde caminho meus passos se perdem
Numa estrada de curvas fechadas
Retas incertas me esperam
Do outro lado do destino
Feito andarilho percorro sentimentos
De uma vida em descaminho...

Meu ontem e meu hoje
Sem nenhum futuro...

Me acovardei com a perda dos sonhos
A medida de uma realidade brutal
Fui me apegando aos meus medos
Virei ilha dentro de mim
Prisioneira minhas asas sobrevoam
Rasantes de incertezas...

Não passo de um poema triste
Jogado a ermo na alma
Uma lágrima cai do pensamento
Enquanto olho para frente
Sem ver o poente...

Vou seguindo a noite
Que se aproxima em silêncio...

O abraço da solidão
Vira carinho
E eu passo a senti-la
Como uma companheira
Dos meus dias solitários...

Atravesso meu destino
Sem saber para onde ir
A vida me leva
E eu levo a vida
Dentro de um poema sem rumo...

Ás vezes penso em parar
Grito dentro de mim
Para que ninguém ouça meu lamento
Não quero pena sou maior que ela.

Apenas uma tristeza que se apegou a mim
E fez minha alegria ir se esvaindo aos poucos...

Hoje sou uma folha de outono
Cai de uma árvore
Outrora frondosa de primavera
O mais perto que chego
É de um inverno frio
Que rouba dos meus sentimentos minha emoção

Viro um espectro passageiro da vida
Sem nenhum sonho dentro do peito
Ainda procuro um resto de esperança
Para não morrer esta poesia que me consola

Talvez em algum poema eu sobreviva
E sopre a última quimera dos meus sonhos...

Vou seguindo em frente
Ando devagar porque já tive pressa
E só chorei demais
Esta música toca dentro de mim
Vou repetindo cada estrofe
Seus versos me inspiram

Descubro que nada eu sou
Que nada eu sei...

Vou seguindo em frente
Tento não olhar para trás
Para não me perder de vez
Quem sabe lá onde meu olhar não alcança
Algo melhor me espera
Acho que ainda resta uma esperança
Minha fé em Deus ainda me faz acreditar
Num dia melhor que ontem...

Preciso ir
Vou continuar nesse caminho
Não sei se chego lá,
Mas quero tentar pelo amor que tenho na vida
Ela ainda respira dentro mim
Numa inspiração de amor
Mesmo que eu não for
Num poema chegarei lá
Para que eu possa encontrar a minha paz!

Em 04 de junho de 2009