MELANCOLIA
(Regilene Rodrigues Neves)

Há dias assim:
Sem luz e cheios de melancolia...

Só uma estrada sem rumo
Apontando pro ermo
E o peito in loco
Avistando sua dor...

As lágrimas caem dentro da alma
Enquanto ela se veste
Na aparência de um sorriso
E se disfarce numa alegria
Que engane a si própria,

Porque assumir tamanha tristeza
Causa repúdio a sua volta
Por ser melhor viver como um fingidor
De uma aparente alegria
Do que assumir a própria dor
E revolta com sua covardia...

Aceitar que o sol ás vezes se esconde
Por trás de nuvens tempestuosas
É aceitar o medo
De não ver a luz novamente
Apavora a escuridão lá fora...

Assim como apavora
Simplesmente não mais sorrir
Nem ver outra aurora...

Eu sei que o grito surdo
Que ecoa nesta voz
Procura compreensão a dor sentida
Que não condene esse sentir
Hoje tão sem alegria,
Sem sol e cheio de melancolia
Sem vontade de sorrir...

Porque há dias assim: simplesmente tristes...

Que recolhem a luz a nossa volta
Derramando lágrimas dentro da alma...

Mas a poesia em volta não desiste
Chora o que há pra chorar
Até secar toda tristeza
E no longínquo avistar
Uma fresta de luz brilhar
Dissipando esses dias
Feitos de completa melancolia...

Em 14/02/2013