PERFUME DE FLORES
por Regilene Rodrigues Neves

Enquanto olhava a primavera no jardim
Ouvia a felicidade cantando arredor
Na alegria imperceptível
No sorriso que simplesmente sorri
Sem se importar com as diferenças...

Deixei meu peito respirar o ar da manhã
Seu perfume de fores ficou no meu corpo
Para que sentisse a fragrância de Deus
E aquele momento impregnasse minha vida
Do cheiro do amor emanado da natureza!

Quis colher essências
Para que minha alma
Pudesse extravasar toda energia do bem
Numa doação mútua da graça
De Deus para o homem.

Quis orar ante todas as coisas colhidas do universo
E que muitas vezes se quer olhamos para o lado
Seguindo em frente um caminho de materialidade,
Mas não fosse esse momento Divino
A vida não seria possível
Porque sem sua beleza
Não existiriam manhãs cheias de gratidão!

Obrigada Senhor por esta sensibilidade
Que planta flores na fidelidade de um jardineiro
Regando a terra para que floresça um lindo jardim
E possamos acordar perfumados
Com essências de ternura!

Em 27 de outubro de 2009

DO OUTRO LADO
por Regilene Rodrigues Neves

Um sonho
E eu acordo do outro lado
Você encaixado na minha alma
Feito poesia de amor
Meu corpo tateado
Nas folhas soltas do meu íntimo
Misturadas minhas intimidades
Em cada linha desalinhando de utopia meu eu...

Entre lençóis brancos lhe escrevo
Descrevo sobre o papel que encobre minha voz
O silêncio da saudade escuta estrofes
Largadas no passado...

O tempo acordado
Ouve o destino em frente
Ruídos de solidão
Faz barulho na alma...

A ode vaga procurando envolta
A poesia que se perdera
Ainda procura um resto de palavras
Que confortem os sentimentos
Quisera falar de amor
Sem que ouvisse minha sensibilidade
Do avesso expondo minha carne ao seu desejo...

O prazer na minha pele dilatado
A poesia escorrendo pra fora
Fantasias querendo me tocar
Beija o colo envolto de prazer
Sacia a fome de amor do meu corpo
Para que minha alma possa sentir
Esse espasmo de volúpia...

Um sonho dentro do peito
Sussurra sentimentalidades
Molha os lábios
Sinto o beijo se aproximando
A boca chamando exalando paixão
Enquanto o coração se aproxima
Dos seios nus e entre nós
Gritos de amantes se perdem no meio da noite...

Pela manhã encontrei sua poesia do meu lado
Ainda aquecia meu corpo encaixado ao seu
Do outro lado o dia amanhece solitário
A solidão correndo envolta
De um poeta sonhador...


Em 26 de outubro de 2009

SOBRE TEUS OLHOS
por Regilene Rodrigues Neves


Sobre teus olhos enxerguei dentro de mim
O teu amor ouvia minha poesia
E a minha poesia te amava
Eu me punha a escrever-te
E tu me seguravas em teu colo
Como se eu acabasse de ser salva por tua carícia
E me sussurravas que aquelas palavras que eu te escrevia
Eram versos de amor
E então tu me lias com teus olhos...

Tuas mãos percorriam os segredos do meu corpo
Então me esquecia que morri de amor
Tantas vezes nos teus braços!

Amava-te também com a alma
Feito um cego tateando meus sentimentos
É sempre o mesmo desejo
A vontade que despe minhas fantasias
E eu entregue a ti
Feito lua entregue a noite...

A verdade que te devoto meu amor
Como um servo ao seu dono
Sinto-me uma escrava que te ama todos os dias
E passo a acreditar que és: meu amo e senhor!

Gosto quando escuta meu coração
Quando vasculha minha alma
E adivinhas onde ninguém antes tocou
Imaginando-me sempre tua...

Cobre-me com teus lábios
Um lençol de hálito quente
Que aquece minha boca
E prova o sabor da felicidade dentro de mim
Enveredas em meus caminhos
Segue a minha senda
Acha os meus seios
Aperta-me contra o teu peito
Para que eu ouça o som do teu coração
Pulsando de paixão...

Então viro poesia
Sou uma mulher que se dissolve
Nas linhas insanas da emoção
E um amor vai me percorrendo
Descortinando sonhos volúpia e ilusão...

Até que a vida paire no meu silêncio
E a única voz ouvida seja de amor!

Percebo que teus olhos me escutam
Encontro-te dentro de mim
E passo a repetir que te amo
Um amor sem fim...

Debruçada sobre teus olhos
Eu escalo as alturas e me perco
Nesse poema de amor
Que infinito segue o destino
Procurando teu olhar por onde for...

Em 22 de outubro de 2009

POESIA E AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Eu amava como um verso amava a sua poesia
Sem saber por que, eu amava e sonhava um mesmo amor...
Coisa de poeta que se encanta com uma flor
Achada na calçada por descaso de algum desamor!

Eu amava como se soubesse
Que ali viesse encontrar
Aquele que como eu
Se perdera do seu amor!...

Eu amava como uma poesia
Que pudesse ouvir minh’alma
E soprar seus versos do meu peito
Com a mesma intensidade
Capaz de causar amor e felicidade por onde for...

Na certeza desvairada de um poeta
Que teima amar em leal ventura de amor!

Eu amava como jamais poderia deixar de amar
Como essa poesia que escrevo em vão
Eu amava nesse destino solto em minhas mãos...

Eu amava sentindo a companhia do amor
Porque amava simplesmente estar ao teu lado
Declarando te amar eternamente mesmo que ausente
E tão somente e sempre em poesia e amor!...

Em 21 de outubro de 2009

UM SONHO DE FÉ
por Regilene Rodrigues Neves

Uma gota de sonho cai da noite
Molha a manhã a espreita de uma aurora
O ar respira na face lépida do dia
Pelo chão - pétalas largadas pela primavera
Cheiro de felicidade misturado à liberdade!...

O sol já ilumina o horizonte
Prece de esperança alivia o lavrador
Que colhe sonhos da manhã...

A vida é um ato de amor
Concebido por Deus
Em sua enorme benevolência.

O universo medita sobre a terra
Para que o homem pense
E em cada pensamento
Possa enxergar o firmamento
E agradecer por mais um dia!

O amor abraça quem Nele crer
E a fé reza para que possamos vencer
Nossas maledicências e infortúnios...

Nada é por acaso
A dor é um ensinamento necessário
Ignorada pelo homem
Que clama pelo seu alivio,
Mas sustenta sua ignorância e orgulho.

Haveremos de sonhar sonhos lindos
E acordar realizados
A fé nos mantém retos
No caminho da justiça
Esta é a certeza de que Deus existe!

Quem confia não teme o amanhã
Porque à hora é chegada
Fenecerá a injustiça e o mal
E sobre os escombros será construída
Uma nova terra para o fiel
Que alimentou sua fé!

Sonhar é estar vivo
Para mais um dia
Vencermos nossos caminhos
Mesmo que numa terra cheia de lágrimas
Deus derrama sonhos
E a esperança nasce nas manhãs
Cheias de desilusões...

A fé é a sorte de quem confia
Quem dúvida suspeita de si mesmo.

Sonhar é crer na esperança
E torna-la possível todos os dias
Por mais nublado que pareça
Existe um lindo dia de sol
Se visto pela sua fé.

Em 16 de outubro de 2009

FLORES PARA UM QUERIDO AMIGO
por Regilene Rodrigues Neves

Ás vezes a gente pega uma estrada sem rumo,
Mas um dia voltamos porque a saudade é uma via
De mão dupla dentro da alma
Leva e traz pessoas que nos são caras e especiais
Sem elas não existiria saudade
E eu não estaria aqui
Sentindo essa falta que você me faz!

Tão caro é um amigo
Que mesmo que um outro caminho nos leve enfrente
Ele irá conosco seja como uma jóia guardada no peito
Seja adornando nosso coração
Um amigo é um talismã
Que nos traz sorte
Quando tudo parece perdido

Porque mesmo na sua ausência
Sabemos que ele está ali em pensamentos
Que sustenta-nos de energias positivas
Capaz de amenizar qualquer tristeza
Um amigo é sempre uma alegria
Um sorriso despercebido
Sem nenhuma pretensão
Dando leveza a alma
E felicidade ao coração!

Te levo comigo amigo
Porque sem ti este caminho
Não seria possível
São tantas elevações e tropeços
Que a escalada não seria possível sem teu ombro!

Hoje viajei no tempo
Pelo caminho encontrei uma linda primavera
Sai colhendo flores pra você
Escolhi fragrâncias suas
Para que o seu perfume fique na minha pele
Feito essência de bem querer...

Vim matar essa saudade
Que nos torna possível estes momentos
De transpor barreiras
E estar presente mesmo que a distância nos separe

Porque posso ser uma palavra
Que viaja mundos e te alcança
Trago flores e alegria pelo teu existir!

Saudades de você!

Para cada amigo que atravessou o meu caminho
E deixou dentro de mim sua essência de amizade!

Em 14 de outubro de 2009

ENTRELINHAS SURDAS DE UM POEMA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Seguindo a estrada onde passa o amanhã
Enfrente sonhos atropelados pelo caminho
Para trás pedaços de desilusões derruídas...

Rastros seguem uma rotina aleatória ao seu querer
Fragmentos de emoções soltam da alma
Rabiscam um pedaço de papel
Um poema largado a esmo
Esvai versos pelos vãos dos dedos...

Uma rota nasce dentro do peito
Abre a força o destino desconhecido
Linha sobre linhas escreve sentimentos de amor
Paixões delineadas pelos dedos
Feito prece devota

Reza a palavra em seu púlpito
Um coração voraz de fantasias
Cujo sonho um amor eterno
Para seu louvor!

Há de amar mesmo que em poesia sôfrega
Todo poeta predestinado a este dom
Que suga da alma todo ópio
Que bebe cálices de luas
Onde tantas vezes dormindo
Com ele sonhou sua poesia etérea de amor!...

Estrofes dedilham o corpo ao lado
Beija a pele em paz
Depois de amar desesperadamente
A silhueta envolta em fantasias...

A boca próxima
Respira o hálito
Rósea da paixão que sonha
Alíneas escorrem em gozo
Os lábios desvirginados
Expõem o prazer numa ode de amor...

A voz rouca e lírica sussurra
Declama sua utopia ao som do silêncio
O peito ouve a melodia romântica
Que da entranha se dilata...

O perfume de amor do papel exala
A essência ainda cheia de desejos!...

Suados de tanto exaurir sentimentos
Poros e pele absorvem os sentidos
Plagio de amores efêmeros
Copiados tantas vezes do coração
Que nem sabe em qual caminho se perdera
Apenas a poesia insiste enquanto vaga
E divaga sonhos de amor pela alma...

Sou apenas um poeta seguindo enfrente...

Entre luas e noites os sonhos dormem
Aquecidos de poesias ao léu
A rota em sua rotina é mais um poema de amor
De entrelinhas surdas
Que desalinham a alma em sua dor...


Em 13 de outubro de 2009

ANDANDO POR AÍ...
por Regilene Rodrigues Neves

Ando por aí
Vivendo das aparências
De um destino insólito...
Na bagagem um misto
De tristezas e alegrias
Guardam sentimentos no peito!

Na rua um caminho
A lua deitada entre o ontem e o hoje
A sorte me leva
Enquanto olho para o amanhã
Sobre algures do tempo...

Sigo as marcas dos meus passos
Me disfarço entre a razão e a emoção
Sem perder a ternura que resta no coração,
Porém jaz por morte minha alma
Um lugar cético de desilusões...

A vida em sua maestria Divina
Contracena entre o bem e o mal
Meus medos me despem
Enquanto meu corpo se veste de amor
O traje não condiz com minha aparência de luto!

M’alma ao relento chora
O peito molhado de lágrimas
Enxuga sentimentos aflorados
O silêncio ouve a solidão cravada dentro de mim.
Solitária... Ando por aí...

Ás vezes... Sento na calçada do pensamento
Meditando algumas lições que a vida nos impõe
Tento entender que nada sou
Apenas um discípulo do grande mestre do universo,
Para que a vida que em mim habita possa sempre aprender!

Sofro por não saber conviver com o meu eu
Cheio de ansiedades que aqui fora são sugadas
Como nada porque precisam cultivar a paciência
Para colher sabedorias semeadas na alma,
Mas nessa luta muitas vezes perdida
Sobrevivo das conseqüências que me restam,
Porém sou uma rosa e tenho espinhos
A essência extraída
Às vezes sangra entre o perfume
A fragrância é o ópio que sobra dentro do frasco!


Sinto cheiro de primavera
O caminho entre o passado e o presente
Esperam outra estação para colher flores no amanhã...

Em 07 de outubro de 2009