OLHOS SOBRE O TEMPO
por Regilene Rodrigues Neves

Olhos sobre o tempo
Os cabelos do vento desalinhados
Sentimentos de amores expurgados
Alma e corpo misturados
Cinzas de um coração alado...

Euforia de um lamento
Tecendo fios para o seu casulo
Se aquecer nas sedas de um inverno frio...

Quando lá fora minhas fantasias se deitam
Fazendo amor debaixo de um cobertor de sonhos...

Roubados da minha essência frágil e tola
Carências de sentimentalidades de amor
Entranhadas em sentimentos
Caídos nas folhas de outono...

Apenas cinzas puídas
No meu coração abatido
Pela saudade que outrora
Acariciou-me de amor!...

Sopradas ao relento de uma quimera
Que espera abraçar outro dia...
Lá onde nascem esperanças
Entre planícies e horizontes...

Beijando a face esmaecida da tristeza
Meu coração sentido de chorar
A falta que faz abraçar
Sentir o colo do amor
Desalinhando os cabelos do vento
Soprando novos sentimentos
Dentro do casulo esquecido
Nos galhos do tempo...


Em 23 de junho de 2008

AO SABOR DE UM VINHO TINTO
por Regilene Rodrigues Neves

Sou nesta taça
O vinho degustado
Num olhar de desejo
Bebido frente a frente
De uma mesma vontade...

Descendo em meus seios
Ávida tua língua
Me bebendo me tomando...
Provocando todos os sentidos
Desse vinho tinto
Que me embriaga
De doce mistério...

Cálice que entorpece
Meus lábios
Na volúpia de um beijo
Vermelho de paixão...

Rasga minha pele
Com tua boca de sedução
Pelo meu corpo
Faça caminhos
Aflorando meu tesão...

Explorando cada parte
De mim sem pudor...
Me rendo a esse cálice
Absorvido de prazer...

Façamos uma mistura
De corpos dilatados
Molhados desse sabor insano
Provocado pelo calor das sensações
Êxtases de emoções derramadas
De um cálice de amor!

Na pele me tortura...

Quente o meu corpo
No teu corpo
É fogo é brasa
Que abrasa minhas vertentes

Ascendendo chamas
Dormidas em leito
De outrora solidão...

Acorda meus sonhos...

Beba minhas entranhas
Sangra o vinho que destila
Em minha alma de amor
Neste gozo insano
Que extravaso de taças e taças bebidas
Ao bel prazer da luxúria
De um cálice de vinho tinto
Embriagado da lasciva carne
Do meu corpo feito de amor...

Em 22 de junho de 2008



UM PRESENTE UMA EMOÇÃO


grafite em pó/madeira - 1997 -( 65x75)Esta obra é um presente para a minha amiga-irmã Regipoeta Poetisa Regilene Rodrigues Neves e seus filhos May e Lucas ousei um acróstico "a mi manera"..rsss regipoet_A_miga


R ica mensageira de afetos
E m versos-esperança, ao ritmo de tuas vivências
G ritas, sussurras carinhos-doação, soprando perfumes
I mensuráveis, abençoadas letras do teu sentir
P eregrina mulher-poesia, misto de poeta e musa
O lhar de menina
E nfeitas o mundo
T ingido de sangue
A partando desamores, rejeições, espinhos
M imosa mãe, amor perpétuo
I ncondicional amiga, fada-mulher vestida de amor fraternal
G eras harmonia, instigas sorrisos, inspiras poesias
A mante apaixonada da vida, do amor e da genuína amizade. Miriam Braga

ODE PARA UM POEMA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Com olhos de desejo
Eu te beijo na face de um poema
Versejo cada estrofe em teu nome
Num sentimento voraz de ti:
Meu amor!... São rimas desta ode
Que podes nem ler... Mas serão eternamente
Escritas em teu nome do meu coração!...

Mesmo que nelas não te encontre
São versos espalhados em mim...

Rascunhos de sonhos
Dormindo nos silêncios de m’alma
Velando nostálgicos momentos
De poemas que escrevo para ti...

Como último dos românticos
Declaro-te para que não morra
A última serenata
Ao pé da tua janela
Esperando que abras,
Para que eu possa entrar
No teu íntimo nesta ode
De um poema de amor!...

Quem sabe nessa canção
Tu ouças minha declaração
Que de amor ama
Com tamanha emoção...

Não sei mais não ser romântico
Nem o que fazer com toda essa ode
Deste poema se derruir meu corpo
Nesta epopéia de amor!

Mas preciso de ti para viver mais um dia
Outro sonho, porque preciso de todos os sonhos,
Para compor esta ode inspirada em ti
Desta alma que em silêncios guardam
Poemas jogados...
Nela espalhados em mim como fôlego de vida...

Porque esse amor é o que me faz existir
Que seja em mais um poema desta ode
Inversa dentro de mim querendo sair
Talvez pensando em te encontrar
Ou meramente declarar
Um poema de amor...

Que importa é o amor
Que me alimenta
Da ode de um poema,
Para ser eu este poeta
Que faz versos para um eterno amor!...


Em 21 de junho de 2008




DEIXE ENTRAR O PERFUME DA VIDA
por Regilene Rodrigues Neves

A porta da vida
Está aberta para um lindo jardim
Plantado de flores lindas
São seres especiais
Que nele Deus plantou
Na forma de flores
De qualidades e essências diferenciadas
Para alegria e prazer
De sentirmos o perfume
De cada um exalando lá fora...

Cada flor
Está perfumada de amizade... amor e paz!

São elas amarelas
Igualmente belas
Dedicadas com ternura
A quem chama de amigo (a)!

Vermelhas de pétalas aveludadas
Apaixonadas e carregadas de amor
Dedicada à pessoa amada!

Brancas em simbólicos desejo de paz
Jogadas do alto para caírem sobre a terra
E nela germinar harmonia e serenidade
Entre os homens...

Mas na amplitude desse jardim
Várias espécies são cultivadas
Estão elas misturadas e miscigenadas
Na amizade no amor e na paz!

Colorindo assim a vida
Numa porta aberta do coração,
Para deixar entrar todas as fragrâncias
Impregnando nosso corpo desse bem querer
Exalado em flores de um lindo jardim
Deixando entrar o perfume da vida!...


Em 21 de junho de 2008

ETERNAS LEMBRANÇAS DE AMIZADE
por Regilene Rodrigues Neves


Escrevo nessas mal traçadas linhas
Sobre um singelo poema
Minha amizade
Que vida afora me acompanha
Levando junto tua saudade...

Minha alma eternamente rascunhando
O teu significado no meu coração,
Para que em palavras deste dom
Eu me vista, para sempre te escrever
Em como é grande minha amizade por você...

Sei que nesses caminhos que nos separam
Viveremos carinhos eternos
Que se encontrará em poemas meus
Jogados pelo tempo...

E um dia numa esquina qualquer
Dos nossos pensamentos nos encontraremos...

Em tamanha saudade leremos juntos
Esse poema sobre o tempo guardado,
Para te lembrar como é grande esta amizade
Que me abraça de ti em versos de amor
De um amigo que para sempre meu coração marcou!...

Em 21 de junho de 2008

PERFUME DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

O frasco do perfume do teu corpo
Derramado na minha pele
Misturando teu cheiro de amor
Que esteve no meu coração impregnado
Do prazer absorvido gota a gota
Do teu cheiro no meu corpo...

Quantas saudades dormem em mim
Desde o dia que partira
Numa despedida de vida por morte
Absorvida na essência do perfume
Teu que ficara em mim
Num frasco de saudade...

Meu corpo debruçado
Em tuas lembranças
Recorda todo amor
Extraído da tua pele
Na minha num último momento
De carinho exalado nas paredes
Finas deste coração
Que escorre teu perfume
Impregnado eternamente na minha pele
Em saudades sentidas
No frescor deste perfume de amor!

Agora um frasco vazio ao meu lado
Trazendo etéreas lembranças
Do teu rosto numa caricia
No abandono do meu corpo
Largado sobre as minhas pernas
Chorando as lágrimas de tantas saudades
Vividas em mim neste frasco
Guardado do teu perfume...

Revira o teu ópio em meu corpo
Adormecendo sonhos
Que outrora me fizeram experimentar
A essência do amor
Num perfume hoje velado na minha pele
Escorrendo em lágrimas de saudade...

Em 21 de junho de 2008

NAVEGANTE AMOR DOS MEUS SONHOS
por Regilene Rodrigues Neves

Meu amor caudaloso derrama da alma
Correndo dentro de mim em suas águas
Ora mansas ora em ondas sobre o mar
Navegando sentimentos profundos
Que ora emergem em sede de navegar...

Lá por trás do horizonte
Que se deita no ocaso dos meus sonhos
Ele desponta imensurável de desejos
Trazendo para mim teus beijos
Na face de um sorriso pleno de amor!...

Vem trazendo meu amado
Nos braços da esperança que me afaga
Abraçando o meu corpo carente de espera,
Para uma entrega de amor absoluto
De um resoluto coração
Estremecido pelo sabor da sensação sublime
De amar e ser amada na mesma intensidade
Que a felicidade proporciona a quem ama.

Ao teu encontro navego
Para que esse amor
Exista no front
De um campo minado de sentimentos
Por ti declarados ao longo desse caminho
Que navega meu barco sobre o mar
Aberto de esperança de te encontrar...

Para juntos navegar sobre o leito
Que dorme o luar
Por nós a conspirar esse encontro
De amor eterno que de vidas em vidas
Existe em meus sonhos de amar...

Um amor que um dia irei abraçar
Sobre o caudaloso mar de m’alma
Derramando em águas profundas
Esse oceano de amor que em mim se formou...

Em 21 de junho de 2008

SAUDADE DA NOSSA AMIZADEpor Regilene Rodrigues Neves

O amor esconde quimeras no horizonte
Beija manhãs espalha sorrisos
Na face da felicidade
Que entra coração adentro enchendo
A vida de bem querer...

A esperança acorda
Espreguiçando no infinito...

Da janela aberta da alma
Uma chuva fina
Molha sentimentos
De saudades
Estendidos na face
De doces lembranças
Passageiras longínquas
Numa visita que chega
Na estação do tempo...

Vindo abraçar
Lembranças felizes do passado
Fotografias vivas na memória
Relembram nossa amizade tão forte
Marcada de tantos momentos felizes
Que vão passando num álbum de fotografias
Carregadas de saudades...

Um olhar amigo de ternura
Massageia a alma
De carências de uma solidão
Que nos separou ao longo dos caminhos...

Mas a certeza da nossa amizade
Traz a companhia da saudade
De tantos momentos nossos
Ainda vivos repousando sobre a alma...

Acordando em manhãs de sonhos lindos
De amigos exalados na presença do infinito
Que guarda um etéreo poema
De lembranças deixadas no tempo
Vindas na estação saudade,
Para abrigar em meu coração
Esse sentimento de felicidade
Pelo seu existir que todos os dias me sorriem
Alegrias incontidas na saudade de você!...


Em 20 de julho de 2008

VOLÁTIL
por Regilene Rodrigues Neves


Andante de poema em poema
Devoro almas dentro de mim
Ao longo deste caminho insano
Que percorro em ilhas
E sobrevôo em silêncios
De um pássaro poeta...

Sou navegante de destinos...

Solitária
Atravesso luas e sóis
Ocasos erguidos
Infinitos perdidos
Nesta devasta solidão
Velada de um poema...

Taciturnos versos
Do meu templo
Que contemplo
Debruçada nas alíneas
Entre parágrafos
Ora de amores
Ora de amizades
Ora de saudades
Ora de meros devaneios
Que a alma comunga
Em prece de um verso

Que alivie a sensação
Desse sabor destemido
Que jaz no meu coração
Feito sombras de epopéias
Deitadas na volúpia
Do meu corpo volátil...

Sobrevivente de vôos
Da alma que perjura
Meus medos numa força
Que esconde sensibilidades
Das minhas verdades
Nas aparências frágeis de um poema
Escrito a esmo de um momento
Meramente meu...

Rasgando meus silêncios,
Para pegar desesperadamente
Em algum lugar que possa
Me afagar dessa tétrica ternura...

Aflora uma ausência de mim mesma
Perturbando meu sossego plácido
De uma quietude velada
Em segredos de um poema
Que confessa páginas de m’alma
Por toda vida retirante
Andante de caminhos sem destino
De poema em poema...

Por vezes sou uma metade inteira
Outras vezes em duas metades
Me reparto e me reporto
De uma felicidade-mor de amor
Entre limites infinitos de sonhos...

A vida é meu amuleto
Minha fortuna minha sorte
Nela compreendo meus mistérios
Meus elos nos anéis de saturno
Velado por morte...

Noturno planeta entre luas
Sobrevivente de luz fosforescente
Esfuziando relâmpagos
Na caligem das nuvens
Num abraço temporão
De um velado poema
Que acorda nas alíneas
Do meu corpo volátil...


Em 19 de junho de 2008

SONHOS DO CORAÇÃO
por Regilene Rodrigues Neves

Sou uma noite dormindo sonhos
Acordando luas para amar estrelas
Que estiveram noite adentro comigo a sonhar
Caímos de um cometa de pedido em pedido,
Para os amantes nos pegar
Tal o desejo de um amor encontrar
Numa linda noite de luar...

Passeamos de mãos dadas
Vestidos de luz
Brilho intenso de paixão
Prisioneiros cativos de um coração
Que de amor dorme luas
Sonhando sonhos noturnos de ternuras...

Acariciando a face oculta de um sonho
Velado em noites e noites
De madrugadas enluaradas
Acordadas por lindos sonhos de amor...

Soltos ao léu do firmamento
Pelas avenidas do pensamento
Abraçando de carinho intrínsecos momentos
Que estivemos sonhando sonhos do coração...

Sou todas as luas
Sou todos os sonhos
Porque sou puramente amor
Sobre todas as noites
Que me deito a sonhar
Este sonho que nunca quis me acordar,
Para te encontrar na noite mais linda de um luar...

Em 19 de junho de 2008

ENTARDECER DE UM POEMA
por Regilene Rodrigues Neves

A tarde cai taciturna de um poema
Em imensurável beleza
Desnuda a dimensão do belo
Entre um verso temporão

Lampeiro nasce sobre planícies
Para contemplar
Sua fascinação pelo universo
Que não se cansa
De mostrar sua abundante tenacidade
Arraigada de liberdade...

Em esplendoroso ocaso
Que se deita sobre o infinito
Tão bonito que meus olhos fascinados
Perdem-se em sua direção...

Exalada de tamanha emoção
Componho esses singelos versos
Ovacionados do meu coração...

Querendo pegar nas mãos
O encontro desse momento
Que nasce em ápice de comoção
No entardecer de um poema...


Em 18 de junho de 2008

MISTURA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Misturo nossos corpos ao amor
Deito junto a ti minha alma
Que ouve teu coração
Sussurrando para mim tua emoção...

Ao fundo tua voz
Um murmúrio de desejos
Percorrem-me em tuas mãos
Procurando meus segredos
Cheias de magia e sedução
Envolvem-me... Deslizam-me...
Dedilhando minha pele
Que já queima em súplica de paixão...

Por todo o meu corpo
Faz tua via sacra
Conduzindo-me ao êxtase
Que aos poucos me consomem
Numa entrega ávida por teu amor...

Ao som de uma doce canção
Ouvida pelo coração
Teus lábios sobre os meus se calam...
Só nossas línguas dançam
O beijo que é ora suave
Ora querendo possuir-me...

Exploram-se nesta sede
De matar nossas vontades...

Todo o corpo que se mistura
É feito de amor
Dentro dele
Invadimos noite adentro...

Entre nós não cabe mais nenhum segredo
Os mistérios foram desvendados
Somos mais que amantes
Somos macho e fêmea
Vestidos de sensualidade
E pura sedução... Somos feitos de paixão!...

Conspira lá fora a noite
Embevecida de estrelas
Guardando nossos segredos
Que por luas veladas em silêncio
Guardamos-nos para todo esse amor
Que se mistura agora em nossos corpos...

Caminhos percorridos com loucura
Emergindo todo suor da carne
Molhada de idas e vindas ao céu...

São vistos apenas um véu de estrelas
Que alcançamos entre o amor e o gozo
De toda paixão cometida
Possuída pelo teu corpo colado ao meu
Numa mistura de amor!...


Em 18 de maio de 2008


INFÂNCIA
por Regilene Rodrigues Neves


Ainda menina resvala na saudade
Trazendo na memória a minha etérea criança
Que ainda brinca com meus filhos
Que em cada brinquedo relembra
Os tempos da minha infância
Nas únicas lembranças de carinho
Do meu pai que sempre a caminho da igreja
Ia levar para nós brinquedos
Único gesto de amor entre nós...

O resto são lembranças de maus tratos
A minha amada mãe e meus pequenos irmãos...

A lembrança dolorosa
De quando ele voltava
Das longas viagens a trabalho...
Era que largava o prato
Se estivesse comendo
E debaixo da cama me escondia
Tamanho medo da sua presença...

Mas nesses dias únicos
Dele me aproximava
Num gesto de pai...
Os olhos se enchiam de maravilhada alegria
Entre meio a tantas necessidades
De minha mãezinha para sustentar-nos
Sete filhos, cinco homens e duas meninas.
Separados pelas fraquezas dos seus vícios
Que a maltratavam com seus espancamentos...

Essa era nossa única ligação
Encontros a caminho da igreja
Uma recordação etérea
Em puro coração de criança
Que sem mágoas só queria
O amor de um pai!

Mesmo nas dores marcadas na minha infância
Estas são as memórias guardadas do seu amor
Que em encontros esporádicos levava assim
Um pouco de carinho paterno
Talvez para que não nos esquecêssemos
Que tínhamos um pai sobre tantos sofrimentos
Que ele nos deixara na alma...

Não pelas necessidades que essas superamos
Em lutas diárias da vida,
Mas no coração de uma criança
Ficam marcas profundas
Que crescem conosco
Muitas são superadas pela própria vida
Que tem necessidade de crescer,
Mas esse crescimento é paralelo
Ao retrato da nossa infância...

Hoje numa reflexão
Como mãe de filhos
Também sem a presença dos pais
Penso será que temos que carregar
De geração pra geração
Nossas frustrações e infelicidades...

Porque ele também tivera a mesma sorte
Não recebera amor dos seus pais
Perdidos ainda criança pelos mesmos vícios
Que nele alimentou vida afora...

Confesso sinto um dissabor de fracasso,
Por ter dado para os meus filhos esse mesmo legado
De uma infância roubada
Da presença de amor do pai
Sinto o mesmo olhar de tristeza
Em seus olhos levando para um futuro
Ainda incerto, mas já tão cheio de marcas...
Na pequena infância...

Que só quisera ser simplesmente criança
Inebriada de alegria de brincar
Soltar sonhos de felicidade pelo ar...

Sei que eles vão superar assim como superei,
Mas lá no coração fica pra sempre
Uma marca inesquecível
Cheias de lembranças melancólicas
Que não temos como disfarçar
Tem sempre o dia dos pais
Que teima em nos lembrar
Como queria meu pai
Ter podido todos os dias abraçar...

Não sinto nenhuma mágoa dele
Apenas tristezas pelo nosso legado
Que vem passando de geração para geração
Como uma maldição infeliz a ser carregada...

Contudo a infância tem sempre
Alegrias em nossa alma
Que temos que lembra-las acima de tudo...

É a nossa infância que marca para sempre
Nossas doces e tristes memórias...


Em 18 de junho de 2008







OUTRAS VIDAS OUTROS AMORES
por Regilene Rodrigues Neves


Quantos eus dentro de mim procuram-te...

Rascunhos velados de um amor-próprio
Prisioneiro íntimo cativo em meu peito
Escritos nas quadras deste reverso
Andante de vazio em vazio
Por outrora vidas em m’alma...

Sobre silêncios andarilhos
Perseguidos de quimeras
Voa jaz desse finito infinito
Fenecido na flor murcha
De uma estação de primavera
Que ficará ao relento de um outono
Levado pelo vento
Rolando pra lá e pra cá sobre o tempo
Coberta pela poeira do esquecimento...

Na pele sobras tuas esquecidas
Reviram sentimentos jogados
Pétala em pétala de uma rosa vermelha
Ainda de paixão recolhida de sentimentalidades
De um efêmero amor que caminhara em mim
Deixando pegadas na pele...

A carne rasgada
A alma exposta
Mostra aberto
Todo coração
Dentro do peito
O amor frente
A uma face oculta...

O olhar sobre o tudo
Enxerga o passado
De vidas em vida
Estradas feitas
De rastros de esperança...

Manhãs despontadas de horizontes
Buscando sóis
Dormindo luas
Debruçados na janela do firmamento...

Passaredos seguindo passarelas sem destino...

A liberdade lá fora
Solta o poeta
Que vira poesia
Sobre os sonhos da alma...

A estrela cai levando um pedido
Escrito na calda de mais uma quimera
Agora de outra vida que renasce
Em mais uma primavera...

A flor
Que hoje rolava pra lá e pra cá
Pelas esquinas de outros tempos
Fora pega e entregue para algum amor
Transeunte de felicidade...

Levando minha certeza
De que existem vidas
E outros amores,
Para que o meu sobreviva...


Em 16 de junho de 2008

AMOR DE TODA UMA VIDApor Regilene Rodrigues Neves


Amor
É tão suave o teu toque
Que dedilha em minha face
Tua serenidade...

Tocando minha alma
De um encantamento superior
A esta fragilidade
Que faz de mim
Uma devota tua

Amando-te pelos caminhos da alma
Que se entrega a parte mais fina
Da minha essência
Que exala por ti
Todo perfume de estações
Colhidas para ofertar-te meu amor!...

Amor
Quando falo de ti
Perco-me entre emoções
De um infinito sentimento
Que consente em mim palavras
Extraídas desse sensível coração que te ama!

Sobremaneira me proponho
A te declarar por todos os dias da minha vida
Esse amor que faz de mim
Um devoto em prece a Deus
Agradecendo eternamente
Este amor que é dádiva
Sem ser posse
Porque é livre em mim para simplesmente amar-te!

Ser-te qual um menino
Que brinca solto
Correndo nos quintais da alma
Tua liberdade feita de alegria
Na graça indivisível da tua magnitude

Que derrama dentro de mim
Toda força desse sentimento
Maior e, sobretudo indivisível,
Tamanha beleza do teu significado.

Amar-te está numa dimensão mágica
Que fascina meus olhos
Quando teu olhar encontra os meus
Numa paixão superiormente sublime
Que me rende a uma escravidão
Que me torna prisioneira cativa de ti!

Amor
Não é só uma pequena palavra
Composta de adjetivos
Em face do êxtase
Caudaloso que derrama das tuas águas
Matando esta sede de beber-te eternamente
Porque é amor o que te compõe e o resto
É apenas o que te declaro em merecimento!...

Este amor não separa em mim
São duas metades inteiras
Únicas em minha devoção
Tendo por ti uma emoção
Que se renova no infinito de Deus!...


Em 16 de junho de 2008

EU QUERIApor Regilene Rodrigues Neves

Eu queria
Um dia de felicidade
Para esquecer tanta saudade
Que no meu corpo invade
Buscando a alma de um carinho
Que passou despercebido de um abraço
Em laços de ternura...

Eu queria
Minha doce juventude
Amadurecida sem as folhas de outono
Ressequidas sobre o tempo
Que insiste deixar marcas profundas em mim...

Eu queria
Sentir o sabor que o amor
Deixa nos lábios
Depois de um beijo apaixonado,
Para que meu coração
Não mais seja obrigado
A sentir esse gosto amargurado
De frustração já esquecido dessa emoção...

Eu queria
Colher flores
Sem espinhos
Depois de sangrar
Feridas abertas
De ferimentos
Da última rosa colhida de amor!...

Eu queria
Apenas a essência
Que mistura na pele
O perfume da alma
Exalando aos quatro ventos,
Apenas fragrâncias de amor
Para que amassemos mais
E vivêssemos mais desse amor!...

Eu queria tudo
E não queria nada
Apenas o simples e necessário,
Para ser feliz!...

Eu queria
Que todos sentissem
O forte abraço de Deus
Sobre todas as coisas
Que ele nos doa,
Para construirmos bem-aventuranças...

Eu queria mais simplicidade
E menos egoísmos
No meu semelhante,
Para que não vivêssemos
Em tantos desencontros
Construindo somente vazios
E caminhos de solidão...

Eu queria
Menos miséria
Mais consciência
Menos guerras
E o mínimo de paz,
Para tantos sofrimentos
Que assolam nosso universo...

Eu queria
Que num verso
Todos os poetas
Soprassem da alma
Somente pétalas
Que construíssem um lindo jardim
Entre as nações
Tecendo-nos da face aveludada
De coloridos de mais alegria...

Eu queria
Que pelas manhãs
Saíssemos colhendo flores
Ofertando aos transeuntes
Que trazem sobre os ombros
O peso da matéria
Que os impedem
De um sorriso de energias
Perfumadas de manhãs
Cálidas de carinhos
Jogadas do firmamento,
Para impregnarmos de bem querer...

Eu queria
Que entre ódio e o amor
Houvesse uma distância infinita,
Para que nunca mais se encontrassem
Nos nossos corações
Tornando-nos melhores como pessoas...
Eu queria
Que esse querer não fosse
Mera utopia de uma poesia,
Mas infelizmente só posso querer
Sem ter o poder de fazer
Todas as coisas acontecerem
Junto a essa poesia
Que tanto eu queria de bom
Para mim e para você!


Em 16 de junho de 2008


ALMA DE UM PÁSSARO POETApor Regilene Rodrigues Neves

Voa alma desvela teu pássaro
Quem sabe o poeta te alcance
Nesta liberdade...

Para que somente
O amor seja feito de aventuras
Em comunhão de almas
Livres no universo...

Abraçaremos infinitos mundos
Invadiremos o cósmico
Deitaremos sobre estrelas
Na eterna lua dos sonhos...

Pegaremos na calda dos planetas
Seremos pequenos príncipes
Andarilhos de poema em poema
De coração em coração...

Sendo o verso que arrebata a alma
Escrevendo sobre linhas
Entrelinhas de emoção...

Voaremos etéreos no absoluto
Amantes de quimeras
Despidas em nuas fantasias...

Corpos feitos de almas
Trajados apenas de pureza
Sem máculas somente a ode despida
Entre o pássaro e o poeta
Sobrevoando alíneas
De versos únicos
Rasgando a pele fina
Que expõe a poesia
Taciturna de utopia...

Nestas asas sem destino
Encontraremos velados nossos sonhos
No horizonte deitado sobre o infinito...

Lá fora nosso vôo será etéreo
Sem principio sem meio sem fim...
Aclamados apenas pela ode embevecida
De um vôo rasante de sentimentos...

Quem sabe nesta relação
Pássaro e poeta alcance
A plenitude de um verso
Ao teu contentamento...

Rasgando o prazer da carne
Em encontro de almas...

Em 15 de junho de 2008






COPIOSAS LÁGRIMAS
por Regilene Rodrigues Neves


Hoje me recolho a uma devasta solidão
Ouço o choro das lágrimas em m’alma
Escorrendo em paredes finas e frágeis
Que temo romper as sombras
Que se erguem em mim
Num vazio copioso de dias melancólicos...

Oscilo alegrias e tristezas sentidas...

Sinto-me uma folha de papel
Aberta em branco sobre a alma
Entrelinhas transversais
Abertas a espera...
Não sei se de uma saudade
Ou de um amor
Ainda a ser escrito
De algum lugar em mim adormecido
Entre lágrimas... Porque choram?

Sei que traduzem uma dor
Mergulhada de profunda tristeza...

Não quisera chorar estas lágrimas
Ainda tinha tantos sorrisos de alegria,
Mas foram me roubando um a um
Sem que percebesse já chorava
E tinha esquecido meu último sorriso
Que volto procurando nesse caminho
De tristezas que fazem rastros em mim...

Adentro saudades... amores...
Voltando caminhos...
Risos soltos
De uma solidão que era ainda distante...

Vestida de alegria
Permitia-me sentir simplesmente
A felicidade esvoaçada
De doces aventuras...

Não versava sobre um papel
Em branco procurando
Entrelinhas de esperança
De reencontrar meus sorrisos...

Eles eram donos do absoluto
Propagados nos quatro ventos
Do hemisfério dos meus sonhos de alegrias...
E tudo agora que me resta
São copiosas lágrimas
Que persistem chorar...

Talvez um desabafo
Delas devolvam
Algum sorriso
Mesmo que tímido
Da minha alegria perdida...

Não importa, mas preciso sorrir...

Para espantar toda essa tristeza
Que me toma de um vazio
Que persiste em me afagar
Da sua tétrica ternura...

Preciso jogar fora esse lamento indócil
Que se acumula em tamanha solidão,
Para não mais sentir o exaspero das lágrimas
Copiosas em m’alma nessa forma vazia
De um papel em branco molhado
Dessa tristeza que se esvai alma adentro
De um soturno coração...


Em 14 de junho de 2008




MENTIRAS DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves


Porque se disfarça nas mentiras desta razão
Que teima em ferir meu coração...
Porque essa indiferença
Que fere um amor sem maldade...
Porque rouba minha liberdade
Tornando-me prisioneira
Desse sentimento cruel
Que me fere a fogo e fel...

Porque permite
Essa dor de amor
Que dói a flor da pele
Que espinhos
De uma linda rosa expelem
Segregada de m’alma
Numa lágrima incontida
Sobre o coração que molha
Sentimentos frágeis e sensíveis
Perdidos em meio a sonhos
De um jaz amor por morte
Que se quer teve a sorte de amar
Sem sofrer esse momento
De dor de amor...

Mentes amor
Tua mentira insana
Rasga o papel
Rascunhado deste coração partido
Vertido nessa lagrima
Que teima chorar-te
Quando quisera simplesmente ignorar-te...

Mas a força do amor
É maior que o encontro de dois rios
Meramente navegantes
Que deixam meu barco à deriva
Sobre as marés que me devolvem
Ao mesmo ponto de partida,
Mas sempre partindo em teu encontro...

Não importa tuas mentiras
É simplesmente amor
Que sobrevive a tudo
Até mesmo essa mentira
De dizer que não te amo mais
Quando a verdade é que te amo...
Amo... Amo... Amo...

Sem que as mentiras desse amor
Enganem minhas verdades
Em lealdade de amor
Soprando vendavais dentro de mim
Levando mar afora meus loucos
Sentimentos desse amor
Que numa mentira tentou se enganar
Porque por vezes tentara o matar
Em mentiras de amor!


Em 13 de junho de 2008

MEU AMOR
por Regilene Rodrigues Neves


Te amo
Quando desisto
De insistir que não...

Que ainda quero
Viver esse amor
Que no tempo sobrevive
Velado nas entrelinhas do meu eu...

Confessando em m’alma
Eternamente te amo
Sem fingir para mim mesma
Que não te quero mais
Quando ainda quero mais que tudo
Esse compulsivo amor
Que bate desesperadamente no meu coração...

Despido em frágil emoção
Quando ouço tua voz macia
Chamando-me meu amor!...

Eu me rendo
A todos os medos
E incertezas que pairam
Nas sombras dessa distância entre nós...

Ultrapasso essa solidão tamanha
Que dantes eram navegantes caminhos
Em tua direção tomando a dimensão
De uma porção mágica que me alimentava
De amores por ti... Persisto em navegar
Teus caminhos para que meu barco
Não fique a deriva sem destino...

E que eu volte a sonhar
Sonhos que eram teus
Roubados por ciúmes infundados meus
Que quisera tão somente inteiro no meu eu
Pelas carências marcadas em mim
Amando um amor, sobretudo maior que a razão...

Que dantes se perdera em sôfrega obsessão
De ser amada na mesma proporção...

Mas hoje nada mais quero
Que ser esta declaração
Que nada espera de ti
Apenas que ouça
O som do meu coração
Que é fortemente feito
De amor e emoção...

Ainda que dele não partilhe mais
Não mais importa
Não preciso mais de ti para amar-te
Ele já cresceu e sobrevive solitário
Andante nas avenidas do meu...

Precisa apenas de ti
Para sentir um olhar
Sobre o silêncio
E navegar mares adentro
Nas ondas que se beijam no infinito
Ouvindo esse grito de amor
Que parte rumo ao teu coração
Em louca emoção de amar-te novamente...

Para que eu suspire
Suspiros de uma felicidade
Meramente minha de um amor teu!...


Em 13 de junho de 2008



O BEIJO QUE TE ESPERA
por Regilene Rodrigues Neves


Tua boca procura meus lábios
Ávidos de sedução
O despe com paixão
Devora-me adentrando tua língua
Que na minha dançam
Um balé de tentações...

Neste prazer nos perdemos
Em horas de um beijo ardente
Que prende o teu corpo ao meu
Em abraços apertados e quentes
Sentindo a compulsão dos desejos
Inebriados de volúpias
A nos percorrermos
Ante uma entrega de amor!...

Sentidos mexidos
Entre sabores diversos
Ora o mel
Escorre para que tuas lambidas
Me provoquem entorpecidos
Prazeres carnais e meus gemidos
Acordem adormecidos desejos
No tempo guardado de espera
De um beijo ardente
Que ascendesse novamente a mulher
Esquecida em mim
Em luas de uma loba solitária,
Mas ainda ardente compulsiva de amor...

Ora o sabor
Adocicado de um morango
Que mordida a mordida
São solvidas em néctares profanos
Sobre olhares maliciosos
Se preparando para mordida fatal...

Ora no picante prazer
Apimentado colocado
Ante uma reação
De extintos aguçados
De um caçador de sensações
Lascivas e provocantes de torturas...

Ora no vinho que se derrama
Da taça virada
Entre meus seios
Descendo teus lábios
Mordiscando-me
Entre lambidas sugadas
De delirante prazer...

Macho preso a sua fêmea
Em loucuras de um beijo
Cheio de delicias ousadas
Acariciadas na boca
Em mero sabor dos desejos
Que partem pelos nossos corpos
Inteiramente despidos em sede de amor...

A findar interminável beijo
Deitando-nos sobre o leito
De uma lua uivante
Já enlouquecidos fazendo amor!...


Em 13 de junho de 2008

SILÊNCIOS DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves


Paira em m’alma silêncios múltiplos de amor
Ora carregados de desejos ora carente e sensível
De ouvir uma declaração despida de segredos
Sem mistérios de amor apenas entregue a mim
Numa palavra simples que confesse puros sentimentos...

O resto fala por si
Sem disfarces sem medos
Sem meras utopias...
Apenas escrita: Te amo!...

Pelo coração
Que começa e termina
Numa etérea declaração
Solta na alma em laços de ternura...

Nada mais quero que ouvi-la
Após silêncios de um olhar
Que desmonte minhas estruturas sólidas,
Disfarçadas de forças para não ser
Aquela que sempre te procura
E você não houve meu chamado...

Querendo romper as barreiras
Da distância que nos separa
Em longínquas quimeras de amor...

Levando m’alma por devaneios teus
Ouvindo-te sussurrando dentro de mim
Mais que uma declaração entregue
Num poema deixado sobre a escrivaninha
Enquanto adormecida sonhava contigo...

Silêncios nos separam
Ao sabor sorvido de uma lágrima
Que escorre triste
Velada de solidão...

Ignoradas debaixo de um mesmo teto
Onde passamos opostos sobre o mesmo caminho...

Ainda nos lembro
Numa paixão desmedida
Cheia de declarações infinitas
De um amor que nunca se separaria
Por mais que as interferências do dia a dia
Teimassem em dizer que não
Elas jamais seriam maior que o amor
Que um dia nos completou...

Ainda não compreendo o que nos separou
Fora tudo o que o meu coração mais amou...

E agora preciso estar aqui nestas sentimentalidades
Despindo-me a ti para que ouça o nosso amor
Batendo na porta do meu coração
Querendo viver-te toda uma vida
Até que a morte nos separe...

Mas em vão ouço apenas silêncios entre nós dois
Numa despedida de indiferenças
Rasgando m’alma de um poema teu
Escrito para sempre te amo
Mesmo que o som do meu coração
Seja apenas ouvido por silêncios
De uma triste canção que toca
Bem fundo meu coração
De um amor teu!...


Em 11 de maio de 2008

NAMORANDO-TE
por Regilene Rodrigues Neves


Namoro o teu jeito de ser...

Quando me olha
Quando me toca
Quando me beija
Quando me ama!

Quando brinca
E espalha dentro de mim
Teu sorriso de anjo
Menino matreiro
Todo faceiro me encantando...

Namoro-te
Enamorada de carinho
Que pega no colo
E acaricia teus cabelos
Sentindo-os sedosos entre meus dedos...

Passeando pela tua face
Dedilhando teus lábios
Admirando-o em meus braços adormecido
Todo largado no meu colo esquecido...

Namoro-te assim
Juntinho a mim
Face a face
Dengosa toda melosa
De amor por ti!...

Namorar-te é um prazer sem fim
Que te preenche dentro de mim
Nas horas que me perco namorando-te
Pelos suaves caminhos do amor
Que de paixão namora-te com ardor!...


Em 11 de junho de 2008


FLORES
por Regilene Rodrigues Neves


Um poema deita-se sobre as flores
Perfumadas de manhãs ensolaradas
Exalando essências no ar
Impregnando a vida transeunte
Que respira aromas raros
Coloridos de belezas...

Nuances de todas as cores
E de todas as espécies
Enchendo nossos olhos
De alegria e contentamento
Pelo prazer sentido!...

A poesia do encantamento
Se espalha vestindo
Sentimentos de amores e amizades
Dedicados em flores
Colhidas para ofertar da alma
Um gesto de carinho
A quem lhe é especial!

Versos e flores se misturam
Para aflorar no coração
Fragrâncias indivisíveis
Que nos permeiam
De forte emoção!

Capaz de extrair em nós uma lagrima
Ante a felicidade de receber flores
Tocadas num poema
Que se deita sobre etéreos jardins
Orvalhados por lindas manhãs
Extenuadas de bem querer...

Dedico-te flores
Colhidas de m’alma
Impregnadas do imenso carinho
Que cultivo por ti
Em amor e amizade
Pela felicidade do teu existir!


Em 11 de junho de 2008

Dedico flores a todos os meus leitores perfumadas com carinho do meu coração!







AMANTES
por Regilene Rodrigues Neves

Amor
Quero teus braços trocando abraços
Teus lábios beijando meus lábios
Numa mistura de corpos
Nos mesmos desejos
Provocando volúpias
Na pele que se entrega de luxurias...

Ousando sussurrar um ao outro
Vontades reprimidas
Em silêncios de amor...

Assim invadiremos a noite...

Entre paredes nos despiremos
Caindo peça a peça a roupa que nos separa
Viveremos a eterna lua dos amantes
Cobrindo-nos sobre os lençóis brancos de cetim...

Respingados de estrelas
Na luz da paixão a nos seduzir...

Olharemos para o imensurável céu
Em reluzido amor
Derramando sobre o nosso leito
Eu arfando sobre o teu peito
O prazer bebido dos teus lábios
Até a inesgotável tortura desta entrega

Que te oferece a fêmea
Em cio pelo teu amor
Que em mim a galope cavalga
Deliciosamente deixando em meu corpo
Marcas íntimas desta deliciosa tortura
Que me leva a um mar de loucuras
Pelo teu amor!...

Minhas unhas cravadas em ti
Deixando o sabor emergido
Desta fonte inesgotável de amor
Derramando dos nossos poros
O suor dos nossos corpos misturados
A fome de desejos um do outro
Que pela a noite adentra
Em som profano de amantes...

Estocando minhas paredes internas
Em busca do gozo completo de nós dois
Que entre línguas bocas beijos corpos
Se invadem até escorrer
Nos lençóis brancos de cetim
Todo amor represado em nossos desejos...

Abraçados
Teus lábios me beijarão
E adormeceremos entre sonhos
Do nosso amor
Levados pela alma
Numa viagem sublime seguirá
Secreta no coração
Debruçada em serena emoção...

Sobre o leito paira uma noite de amor...


Em 10 de junho de 2008

NAVEGANTES SONHOS DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

O corpo despe a alma
Que por ti declara-se em silêncios
Que navegam a deriva
De um destino de amor por morte
Velada em teu desencontro...

A flecha certeira que me atingiu o coração
Abre uma ferida que não cicatriza
Esvaindo-me de sentimentos por ti...

A dor causada pelo ferimento
De uma despedida sem encontro
Deixa uma triste lagrima
Caída sobre o peito
Molhando a seiva de amor,
Para não derruir meus sentimentos
Que é tão somente teu... Amor!

Sobrevivo no colo da esperança
Que me acaricia a face
No infinito olhar a distância
A espera de te encontrar...

Olhando barcos ao léu navegar
Vejo o passaredo alegre a revoar
Sobre os sonhos de algum deles
Ver-te um dia desembarcar...

A brisa se abate no meu corpo
Soprando a última quimera
Num frisson que passa pela espinha
Sentindo teus lábios beijando-me
De uma paixão superiormente
Velada sobre o tempo...

Navegante o mar
Em seu caudaloso encanto
Leva sobre as águas
O barco que pensei ver-te chegar...

A paisagem nua
Estampa sua silhueta de magias
Escrevendo-te em mais um capitulo
De uma lúdica poesia
Jogando com m’alma
Esse passatempo de amor
Que por vida
De um amor sem sorte
Jaz sobre silêncios
De um navegante
A deriva do seu amor!...

Em 10 de junho de 2008

DIA DOS NAMORADOS
por Regilene Rodrigues Neves


Amor
Um poema te espera
Velado em mim
Calado nas entrelinhas
Dos versos que te chamam...

Vem... Chega logo,
Para comemorarmos juntos
O dia dos namorados...

Guardei uma linda declaração
Para ti feita cheia de emoção
Pelo meu coração!

Sei que nosso encontro
Está marcado
Contemplando o dia
Mais lindo a tua espera...

Trarás uma rosa vermelha na lapela
Exalando paixão soprando pétalas
No meu coração...

Vem amor
Deixa te pegar,
Acariciar e te beijar,
Brincar com essa fantasia
Que para ti faz poesia,
Sussurradas em versos
E desejos de amar...

Tão logo chegues
Correrei ao teu encontro
Braços abertos,
Para o nosso abraço
Passadas compassadas,
Cadenciadas em câmera lenta
Na cena já pronta na minha imaginação...

Feito um filme passado
Pós-data numa declaração antecipada
Gritando em m’alma
Que te ama eternamente!...

Mesmo que teu rosto
Seja apenas um esboço
Nesta minha poesia,
Para que minha alma sorria
Ante a felicidade da espera
De uma poesia para o teu dia...

Passaremos sobre o luar
Fazendo inveja a quem passar
Encantados com nosso jeito de amar...

A felicidade escancarada na face
Sorrindo boquiaberta sem querer
Acreditar que frente a frente
O meu amor estará a me olhar
Que veio enfim para ficar...

Escrevendo no dia dos namorados
O poema mais lindo de amor,
Para outros namorados copiar
E ao seu amor declarar...

Esse é todo amor que no sempre guardarei,
Para quem sabe dia dos namorados te dedicar...


Em 07 de junho de 2008

SONHO MEU
por Regilene Rodrigues Neves


Sou um sonho
Que divaga
Pelos lugares
Secretos da alma
Criando desejos
De um amor...

Vibro com loucura
Em teus braços
Que me pega
Cravejando em meu corpo
Sentimentos ávidos dessa paixão...

Exploro-te numa nota
Compondo mais que uma canção
Em nome desse amor,
Porque somos o próprio amor vivido
Numa dimensão além sonhos
Que se entregam sem limites pra sonhar...

Numa nota composta
Pelos caminhos do coração
Percorrendo de mãos dadas
Contemplando infinito sonho
Debruçado na alma
Enquanto ela dormiu
Te procurando...

Nas paredes pintadas de sonhos
Havia teu nome escrito
De forma intrínseca
Copiosamente seguia
Te amo... Te amo... Te amo...

E eu o perseguia
De mãos dadas contigo
Sabendo viria me acordar
Um dia numa doce realidade
Abraçado junto a tua felicidade
Que tanto e tanta vezes
Me fizeram sonhar...


Em 07 de junho de 2008

PRAZER DE UMA SAUDADE
Por Regilene Rodrigues Neves


Um cheiro perfumado de lembranças
Vem da saudade exalando essências
Sobre a alma impregnada
Do amor deixado aberto
Derramando no frasco do coração
Em desejos de beijos molhados de emoção...

Pela saudade deixada
Sobre o gostoso prazer
De sentir o perfume do amor
Num convite estendido no tempo...

Cheio alegrias sentidas
Sorrindo numa gostosa saudade
Que agora me invade
Lembrando-te com ternura
E felicidade advinda
Em serena tranqüilidade...

Aliviando esta tua saudade
Que me abraça e me invade
Suspirando do passado
No meu corpo abraçado
Cheio de saudades...


Em 04 de maio de 2008

ENAMORADA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves


Em sua simplicidade
O amor bate na porta do coração
Pedindo atenção
Querendo gritar de emoção,
Mas apenas chega de mansinho

Falando coisas
Que a alma nunca pensara ouvir...
Assim nasce uma paixão
Suspirando na alma
Significados de amor!...

Nesse calor de emoções
Me envolve de tal maneira
Que a felicidade escancara
Sorrisos de alegria...

Viramos meninos
Brincamos como dois
Eternos namorados...

Enxergamos a lua
Que dantes dormira sozinha
No silêncio... À noite
Não é mais uma simples madrugada
De solidão... Agora está vestida de paixão!...

Me deita sobre os sonhos,
Para sonhar sonhos de nós dois...

Amar passa ser uma conspiração do destino
Predestinado para o meu coração!...

Enamorada eu danço como bailarina
Sobre as estrelas de uma noite linda...
Que de mãos dadas
Rodopia o amor dentro do peito...

De um jeito próprio
Fala pra mim
Seus desejos cheios de vontades
De me pegar e acariciar
Minhas carências dele...
Deitando-me no seu colo
Acariciando minha face
Com olhar de ternura...

Assim ele bateu na porta
E fez morada... Abraçado ao meu corpo
Dormiu sobre as estrelas
Num sonho lindo de amor!...


Em 02 de junho de 2008

NOS BRAÇOS DA SAUDADE
por Regilene Rodrigues Neves


Saudade dos braços do amor
Do último abraço sentido
Em seu colo...

Do carinho dedilhado
Nas pontas dos dedos
No meu corpo...

Da sua voz
Surrando eu te amo
Em meu ouvido...

Do riso envolvido
Na alegria de nós dois...

Das horas do tempo
Viajando ao seu encontro...

Da paisagem maravilhada
De luas e sóis
Abrindo a cortina da felicidade...

Desse amor
Entrando porta adentro
Do meu coração
Extasiado de emoção...

Vibrando em meu peito
Ritmos de uma linda canção de amor!...

Mas a saudade desaforada
Sobre o tempo te guardou
Dentro do infinito de uma lembrança
Do último abraço do amor...


Em 02 de junho de 2008