OUÇA O AMOR DENTRO DE MIM
por Regilene Rodrigues Neves

Encoste seu ouvido no meu coração
Ouça meu amor batendo
Descompassado e cheio de emoção
Querendo saltar pra dentro de ti
Declarando que te ama
Sem a menor pretensão
De ouvir a mesma declaração
Apenas repetir copiosamente que te ama
Acelerando em meu peito esse amor maior
Que a minha intenção de dizer que te ama!...

Apenas ouça o que ele sente por ti
Um amor sem medida
Querendo fazer parte da sua vida
Sem querer ser atrevida
Ele te ama te ama e te ama
E a ser amado te convida

Sinta-o escrever dentro de ti
Esse poema de amor
Que sai do meu peito
No seu jeito mais que perfeito
Que atravesso cada minuto do absoluto
Vivendo-o dentro de mim
Nesta constante inspiração de amor!

Sem querer ser
Apenas mais um poema
Que diz que te ama
Ouça-o dentro de mim
E sinta-o sussurrar que te ama...
Te ama... Te ama... Mesmo sem saber
Porque tanto te ama!

De uma maneira inexplicável
Em sua forma incontestável
Que incondicionalmente ama
Sem questionar meu humor
Meus estados de loucura meus ânimos
Sei que sensivelmente é assim que te amo!

Talvez nem esse poema
Descreva todo meu amor
E nem ouça esse coração
Que pensa sem razão de pensar
Apenas com o pretexto de amar
Irracionalmente incomparavelmente
Apenas porque te ama
Mesmo que não queira meu amor escutar!

Em 25 de setembro de 2008

INSTINTO SELVAGEM
por Regilene Rodrigues Neves

Quanto desejo sinto em teus lábios
Cheio de pronuncias de paixão no meu corpo
Vicio de amor te consome
Querendo possuir minha carne
Render-me aos caprichos das tuas fantasias
A despir-me em teu olhar de cobiça

Cerca-me de palavras ousadas
Provocando minha resposta
Provando a reação da minha pele
No arrepio de duas taças que se erguem
Brindando a volúpia entre nós

O roçar da tua boca
Mordiscando a minha sensualmente
Descendo em meu pescoço
Cheia de carícias e marcas da tua voz
Sussurrando sua vontade
De experimentar no meu corpo
Nove semanas e meia de amor...

Querendo invadir minha privacidade
Provar todos os sentidos
Da minha boca e do meu corpo
Vendando meus olhos
Amarrando minhas mãos
Colocando na minha boca
Sabores entre picantes amargos e doces
Para provar minhas reações
E deliciar-se do seu instinto selvagem
Fazendo minha fêmea acender seu macho

Soltar-me para uma dança erótica
Despindo-o querendo possuir
Todo sexo provocado em meu corpo
Que em fogo exala labaredas de desejos
Queimando minha pele colada na tua
Que transpira sua luxúria dentro de mim

Umedecendo entre minhas pernas
A gruta que escorre
O líquido lascivo do meu corpo
Enquanto brincavas com tuas vontades
Em reações de puro êxtase

Até chagar ao gozo prolongado dos nossos corpos
Rendidos a essa dança erótica
Que termina com teu sêmen
Derramando dentro de mim
Provando múltiplos orgasmos
Em face dessas delicia de torturas
Que me fizeram mulher
Completamente felina
Cravando em tua pele
As marcas do meu prazer!

Em 25 de setembro de 2008


PROMESSA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

A fórmula do amor
Dentro de um frasco
O alcance da promessa
A expressão do sentimento
O envolvimento
A sombra do futuro
Cá nesse momento
Conspirando sua poesia...

Me dá sua palavra
Que lhe sopro meu verso...

A noite repousa
Seu silêncio de amor
No meu corpo
Das minhas sombras
As minhas sobras lhe pertencem

Solto dentro de mim
Seu universo a reverso
De um verso
Pelos cantos da minha alma...

A paz em sua solidão vagando
Pelas ruas do meu eu
Fingindo aceitar sua quietude em meu peito...

A curva do universo
Escondendo meu destino
Não sei aonde vai esse pensamento...

Só o que me interessa
É que sussurre seu amor na minha alma
A lógica do vento
Vai trazer você
No salto do desejo
Na voz da intuição
Sinto que os ventos sopram ao meu favor...

Acalmo a minha pressa
Atraso o tempo
Vou virar o jogo
Transformar a perda
Em nossa recompensa

Aqui lhe derramo
Nesse papel em branco
O meu frasco
Cheio de sentimentalidades
Devoto à lógica do amor
Que lhe devora dentro de mim...

A fórmula do acaso
Dentro de um rótulo
Às vezes é um instante
Cheio de promessa de amor!

Em 24 de setembro de 2008




DESEJO DE UMA LINDA PRIMAVERA DENTRO DE MIM
por Regilene Rodrigues Neves


Dias cansados de solidão
Debatendo nas asas dos meus sonhos...

Folhas secas caíram dos meus galhos...
No meu chão: Frondosa desilusão espalhada
Num corredor de sentimentos perdidos...

Quisera minhas asas voar alto
Até enxergar a primavera
Ver os ventos que derruíram minha ilusão
Levarem de mim meus dias de solidão...

Sentindo a vida renascer
Em folhas verdes de esperança
Nascer flores dentro de mim
Colhendo um novo dia
Cobrindo de alegria
Os galhos que soltaram minhas folhas ao vento...

Deixar para trás essa estrada de folhas secas
Ressequidas e quebradas
Em suas linhas de desencontros
Sentir um caminho
Com cheiro de terra molhada
Regada com perfume de flores
Brotadas em nuanças de felicidade
Esgotada neste vôo de liberdade...

Em asas mágicas quem sabe de uma fada
Derramar luz no meu vazio
Avistar um arco-íris no meu front
Em cores vivas de sonhos
Dentro de uma nova estação
Desfazendo essa nuvem
De sombria solidão
Com desejo de uma linda primavera dentro de mim...

Em 24 de setembro de 2008

UM POEMA EM SUAS LEMBRANÇAS DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves


Meu pensamento invade a tua lembrança
O principio de um sorriso em teus lábios
O olhar completo de magia
A pele de uma flor rósea aveludada
Por mim tão amada...

Teu corpo
Delgado e esguio
Em curvas alongadas
De pura cobiça
Escorrendo teu doce sabor
Em minha boca
Me assanha me atiça me enfeitiça
Perfumada flor...

Numa admiração quase latente
Posso sentir o hálito
Da tua respiração ofegante
Nos meus lábios quentes
Próximos a consumir um beijo
De mútuo desejo...

Olhando tua fotografia
Em meu pensamento
Uma saudade súbita
Rasga as roupas do teu corpo...

Minhas mãos fascinadas
Te percorrem nas pontas dos meus dedos
Dedilham teu rosto de anjo
Em meu olhar de fantasia...
Vou desnudando teus segredos
Descobrindo tua pele
Invadindo teus mistérios...

Provando o perfume da tua essência
Sentindo a fragrância da tua alma
Rosas vermelhas cheias de paixão
Tomando meu coração...

Lembranças sigo sentindo
Ilhado e só em meus devaneios
Quase posso tocar minha imaginação
Nesse momento de inspiração

Tua imagem absoluta
Como um ato de amor
No meu corpo

Sem perceber a emoção que me toma
Sinto a saudade escorrer dentro de mim
Meu intimo molhado de lembranças
Sente rolar sua lagrima...

Um poema nasce
Cheio de lembranças de amor
Do teu corpo...

Em 22 de setembro de 2008


ESTE POEMA FOI INSPIRADO NUMA IMAGEM COMO MUITOS QUE ESCREVO

RESTOS DE AMOR AINDA EM MEU CORPO
por Regilene Rodrigues Neves

Tenho ainda em meu corpo
Restos do teu abraço...
Mãos que deixaram em mim
Caricias compulsivas
Do teu desejo...

Marcas da tua boca
Em minhas curvas
O deslize da tua língua
Solta no meu ventre...

Teu hálito
Ainda respira na minha pele
Meus poros ainda guardam
O suor dos nossos corpos...

Trago ainda
Teu sussurro obsceno
Misturado aos meus gemidos...

Ainda ouço teu grito de prazer
Ecoando meu silêncio
Cenas nuas dos nossos momentos...

Fantasias invadindo minha privacidade
Enquanto roubava meus segredos
Contando teus mistérios ao meu ouvido
Entrando dentro de mim
Querendo possuir meu avesso
Arremesso meu corpo ao teu
E cometo atos insanos de loucura...

O beijo que outrora
Era um carinho sem pressa
Toma posse da minha boca
Nossas línguas entrelaçadas
Vira erótica sedução
Numa atração fatal
Permaneço em teu feitiço
Abrigo-te dentro de mim...

Ainda sinto
Todo esse desejo molhado no meu íntimo
Minhas paredes escorrem lembranças
Desse amor louco
Que ainda vive em meu corpo...

Ainda que essa vontade
Não passe e que a minha pele
Viva desse arrepio que a tua lembrança
Provoca em mim
Vou vivendo eternamente
Te amando e te querendo
Num desejo sem fim...

Em 20 de setembro de 2008


A NOITE DE UM POEMA
por Regilene Rodrigues Neves

Respirei cheiro de lua
Dentro da noite febril
Sua brisa em meu corpo
Fazendo caricias
Provocando minha pele
Que ardia em seu calor
Quente de desejos
Quis sentir a noite dentro de mim

Quis provar o sabor da sua boca
Cheia de fantasias
Nelas escorriam beijos
Em lábios de sonhos...

Em teu colo
Sentir o abraço
Envolto de estrelas
Fascinadas de magia...

Quis me entregar
Ao teu encantamento
Soprando sentimentos
Soltos no firmamento
Nesse átimo de utopia...

Em prece de uma epopéia
Gritando sua ode do infinito
Nosso encontro fito num olhar
Perdidamente tomado de poesia...

Tornei-me amante
Quando seu êxtase de luxuria
Escorreu do universo no meu corpo
Tomou meu olhar em tua magnitude
Possuiu-me de um poema...

Derramou em minha alma seu ópio
De noite entorpecida...

Enamorei-me de ti
Caminhei em tuas ruas
Cheias de versos dormindo
No imaginário de um poeta
Colhendo estrofes do seu íntimo
Para adorar a tua beleza
Solta no espaço...

Algumas sombras de nuvens esguias
Passeando em sua silhueta de mistérios
Alguns segredos vestindo seu corpo de sonhos...

A poesia dormindo em seu domínio
Escrevendo estrofes de fascinação no meu corpo
Numa relação poética possui meus sentidos
Sinto teu cheiro de noite febril
Teu gosto de beijo
Deixado em meus lábios
Um sabor de mil fantasias
Na minha boca
Provando nos meus olhos
A sensação íntima de uma poesia
Desnuda entre nós...

Em 19 de setembro de 2008



MOLDURA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Noite a noite eu te reviro em meu corpo
Fingindo estar contigo...

Sentados na beira da praia
Ouvindo o som do mar
Velejando suas ondas...

A luz do sol
Deitada em águas mansas
Tremulas de magia
Avistando o farol
Aceso no infinito...

Um grito escandaloso de poesia
Nascendo com a aurora
A claridade rósea iluminando
A parte da superfície terrestre ainda nas sombras...

Meus olhos contemplando a beleza indulgente
De um sonho transparente...

O amor ao lado das rosas recebidas
Junto a duas taças de champanhe
Em que brindamos nossa felicidade...

Acordando nosso dia
Na maestria de um pujante encantamento
Deleite em mágico momento de poesia...

O cenário emoldurado
Num quadro pendurado
Na minha imaginação
O amor respirando dentro de mim
Suspirando versos do meu pensamento...

Sentimento de uma brisa
Leve e solta em breve poesia
Revirada em mim
Fingindo viver a paisagem
Confessa de amor
Estendida na parede insana do meu íntimo
Revirando-te em meu corpo noite a noite
Sua estrofe mágica de amor
Escrita copiosamente nesse caudaloso mar
Em que abracei o amor
Revirado no meu corpo noite a noite!...

Em 17 de setembro de 2008

ROSTO DE UM POEMA DE AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Me leva em teu corpo
Quero seguir em direção a tua alma
Escrever nela a minha poesia
De felicidade pelo teu existir!

Tu que conduz os meus versos
Em teu corpo dilatando meu coração
A inspiração latente de um poema
Onde escrevo a emoção do meu desejo
Que fala de amor cobiçando tua alma

Surrando meu prazer dentro de ti
Desalinhando esse sentir na minha pele
Provocando frêmitos de luxuria
Em versos atrevidos de amor!

Explorando dentro de mim
Esse sentimento de uma tola poesia
Escrava de suas íntimas fantasias
Ousando ser uma caçadora de sonhos
Em nome do teu amor!

Me leva nesse absoluto que lá fora
Compreende todo universo
Para compor a magia de um verso
E a poesia desse reverso
Correndo atrás do teu amor...

Ainda que meus lábios
Se disfarçam no silêncio
De uma declaração roubada dentro de mim
Escrevendo um poema no teu corpo
Na pretensa ilusão de saciar
A poesia deste meu coração
Que persiste em te amar...

Me leva quero seguir essa intimidade
Que desvela meus segredos
Conta meus mistérios
Colocando no teu colo minhas verdades

Rasgando dentro de mim esse papel
De linhas incontidas
Escritas de forma estranha
Nas minhas entranhas
Em jaz solidão...

Me leva por caminhos
Que deixem espalhar meus versos
Dentro de ti... Quem sabe encontre
Na folha transparente desse papel
Rasgado do meu coração
O rosto do teu poema de amor!

Em 16 de setembro de 2008

CÁ ESTOU EU DENTRO DE MIM...
por Regilene Rodrigues Neves

Cá estou eu com essa vontade
De alcançar mundos dentro de mim
Querendo encontrar minhas águas
Em algum porto seguro
Onde eu possa atracar
Minhas loucuras...

Abuso do meu tudo,
Para compreender o meu nada
Assim aprendendo
Um pouco mais sobre mim...

São minhas incompletudes
Dentro do meu incomplexo
O fato é que me completo
Nesse mundo complexo...

Tudo em mim está escrito
Será lido num pedaço de papel
Sem que reconheçam meus mistérios
Alguns segredos
Que ficarão guardados nas entrelinhas...

Extravasando o perfume
Deixando no frasco a essência...

Parcialmente oculta
Vou sonhando sonhos
Deixando para trás
Minhas sombras
Repousando sobre elas
Meus silêncios...

Sem denunciar a presença
Frágil da minha alma
Na força do meu corpo
Escrevendo dentro de mim
A rotina de uma vida
Na rotina de um pedaço de papel...

Nas letras sou compositor
Da minha vaidade
De repente versos
Reeditando meu passado
Rascunhando meu presente
Sublinhando meu futuro...

Um pedaço de amor aqui
Outro ali juntando meus amores
Nas estrofes de um poema...

Quisera com poesia
Secar as lágrimas dentro de mim
Encontrar minha sorte ao norte
Da minha nascente solidão
Escrever poemas
Nos meus lábios
Pronunciando o amor
No meu coração
Sem a aparente ilusão
Da minha sofreguidão...

Cá estou eu dentro de mim...

Com minhas asas sobre essa cela aberta
Soltando minha alma solitária em alto mar...

Em 12 de setembro de 2008

ASAS DO AMOR
por Regilene Rodrigues Neves

Me faço pássaro
Para ter asas
E voar ao teu encontro
Atravessar esse desencontro
Entre nós e te dar a mão...

Ser o olhar que atravessa teu infinito
O sorriso de prazer
No grito dos teus lábios
Até encostar meu hálito no teu
E provocar um beijo esquecido
Da alegria de amar...

Sem ter a pretensão de voar alto
É que meu amor atravessa
Todo abismo entre nós
E chega dentro de ti
Nas asas do absoluto...

Perdidamente de amor
Eu me rendo neste vôo
Que te encontra...

Meu corpo te pertence
Assim como pertencem nossas almas
Meu colo será o porto seguro entre nós
Atracará nele teu coração
Desvanecendo toda solidão
Que habitou nossa separação...

Meus sonhos suspiram
Enquanto meu amor voa
E dentro do imaginário se perde
Na tua direção...

Maior que meus devaneios
Ele te alcança sem limites pra sonhar
É o amor que está aqui e veio me abraçar...

Voar está compreendido no êxtase
Quem pode alcançar essa plenitude
Conforme seu amor voa e gozar do seu prazer
Acomodado em sua loucura de amor?...

Escolher dizer por que seu coração
Atravessa esse caminho
Conforme respira sua emoção
Num soneto de fidelidade...

De amor morrerei
Em face do maior encanto
Voando mais alto que alcanço,
Para pegar em tua mão
E te entregar esse vôo
Esgotado de amor
Velado no pranto
Da nossa separação...

A ti meu amor
Serei sempre esse pássaro
De asas indomáveis
Voando além do além,
Para eternidade do nosso amor...

Em 12 de setembro de 2008

NOITE DE AMOR DE UM POEMA
por Regilene Rodrigues Neves

Um poema dormiu dentro de mim
Viveu comigo uma noite de amor
Seu hálito quente tocou meus lábios
Despiu minha pele
Demorou na minha boca
Esperando o beijo sentido entre nós...

Meu olhar dentro do seu se perdera
Numa viagem de paixão do meu coração...

Nua nossas almas
Nossa pele nosso cheiro
Nosso toque nossos corpos
Inflamados acendendo a volúpia
Dormida no desejo despido
Em estrofes cheias de luxuria
Num infinito particular...

Querendo rasgar
A palavra do meu corpo
Escrever na minha pele
Silabas de um suor que derrama
Letras cheias de êxtase
Numa composição poética
Querendo viver seu ápice
Dentro e fora do meu corpo...

Um lugar ávido
Sobre alíneas de um poema
Puramente amante dos meus caprichos...

Querendo escrever no meu corpo
Um poema sensual
Lascivo de versos ardentes
Que se acendem em minhas mãos
Escrevendo caricias dentro de mim...

Acordando a poesia que vibra
Tornando vivo o meu corpo
Que reage quando o amor
Dorme comigo
Numa noite descrita
Numa poesia erótica
Despida em seu lirismo amoroso
Querendo me possuir

Soltar seu sussurro
De palavras profanas
Leigo no meu leito
Estranho as coisas sagradas
Que sem algum pudor me possui

Sem que eu possa responder
Me toma torna-se meu dono
Escrava das suas vontades mais íntimas
Vai escrevendo dentro de mim seus desejos
Quando meu beijo molhado se rende
A sua língua que procura minha boca
E um poema adentra minha intimidade

Ouvindo o êxtase do meu coração
Dominado de emoção
Paira dentro de mim um poema erótico
Cheio de alma num corpo carnal
No gesto labial de um beijo
Pronunciou dentro de mim
Um poema de amor
Que dormira em minha vontade
De acorda-lo em mim!...

Em 11 de setembro de 2008






EPOPÉIA EM ALTO MAR
por Regilene Rodrigues Neves


Mar aberto...

Uma lua tatuada no firmamento
Regozija deleite...
Pequenos pigmentos de estrelas
Pintam o universo de luz...

Coqueiros debruçam na areia
Sua magnitude...

Longínquo um barco navega
Sonhos em alto mar
Levados ao seu destino...

A noite declama sua poesia
Versos rodopiam escrevendo alíneas na areia...

Paralelas cruzam transversais
Num átimo efêmero encobrindo o mar...

Segredos de amores contam seus mistérios
Fingindo sentimentos eternos...

Corpos nus sobre a areia misturados
A fome do desejo saciando a carne...
As marcas do amor na pele fincada...
Sussurros perdidos ouvindo a alma
Declamando um poema de amor
Em seu crepúsculo...

Os lábios da noite
Beijam a face da terra
A poesia solta na magia noturna... Declama...
Faz amor e abraça sua estrofe
Meditando paixão dentro do coração
Em face do seu encantamento
Ouvindo melodiosas ondas fascinadas de utopia...

O amor contorna toda odisséia
Vislumbre em seu olhar
Enquanto sua epopéia desnuda
A estrofe virgem de um poema
Escrito no mar dentro de um barco a navegar...

Em 08 de setembro de 2008

SEM MEDO DE AMAR
por Regilene Rodrigues Neves

Minha alma suspira
E um grande amor sonho...

Nesse devaneio respiro
Fingindo uma aparente alegria,
Para que minha tristeza não perceba
Sua ausência e se perca no obscuro vazio
Que teima em me esconder a luz do seu dia...

Sei que esse amor voa lá fora
Enquanto meu coração
Abre mão da eternidade para tocá-lo,
Porque eu prefiro dar um beijo em sua face
Pegar em suas mãos... Olhar no seu olhar...
Misturar o seu perfume na minha pele...
Sentir sua presença... Ao ver somente
Um vôo cheio de eternidade...
Perdido de mim lá fora...

Não quero sentir o medo de amar
Antes quero ser livre para a ele me entregar...
Quero amar e ser amado sentir e ser sentido
Pelo mesmo desejo que percorre nossos corpos
Ouvindo murmúrios de fantasias
Percebendo a alegria do amor derredor
Sussurrando êxtase de prazer e felicidade...

Quero errar, mas nunca ter medo de amar!

Sem amor toda paixão perde a volúpia
E o coração morre um pouco dia a dia...
Sem amor sou espectro andarilho sem destino
Um fantasma clandestino num corpo sem coração
Vivendo somente da sua vã desilusão...

Quero roubar seu fôlego ao lhe beijar
Suar molhar nossos corpos
Nos lençóis ainda virgens de prazer
Manchar de gozo a vida
Que é amante que é atrevida,
Mas que é ávida e vivida!

Quero ser parte de um conto de fadas
Dentro da minha realidade,
Para que seja verdade a vida
E seja rendida a uma linda história de amor
Sem medo de amar...

Em 04 de setembro de 2008

RELENTO
por Regilene Rodrigues Neves

Raízes ao relento
Frio e fome de sentimentos
Expostos na pele
De aparência rude

Pegadas na areia sem rastro
A poeira do deserto
Leva o caminho
Deixando para trás seu ócio...

Pela estrada um cacto
Cheio de espinhos
Sem sentir a última seiva
Orvalhada de esperança...

A dor cravejada na alma
Não consegue romper o firmamento
Dilacera a carne
No ópio da vida...

Corpo bruto
Lapidado na essência
Sensibilidades inesgotáveis
Jorrando da fonte...
A alma um lugar seguro
Onde atraca o barco
Que a deriva do seu deserto
Navega pelo inseguro...

Medos vestidos de sonhos ainda meninos
Recolhem um olhar triste
Crescido longe do colo do amor...

Somente afagos de ignorância
Na sombra da inocência
Crescida longe da infância
Amadurada nos dissabores
Sem raízes que vissem crescer
Uma árvore frondosa...

Somente galhos ressequidos
Folhas quebradas
Vira crescer sobre o deserto
Um corpo sem raízes
Firmadas em solo fértil de amor...

Restos do abandono
Ficaram soltos pela alma
Roubando as migalhas de carinho
Jogadas para matar a fome de amor
Que mesmo sobrevivendo
Não conseguira esvair sua dor
Que prolifera como erva daninha
No meio da única flor que sobrevivera no deserto...

A estrada continua sem abrigo
As sombras encontradas
Vêem ao relento suas raízes
As marcas já puídas
Envelhecem sobre o tempo
Num único encontro afagara
De um jeito tosco seu abandono...

O caminho continua seguindo sem destino
Levando para algum lugar do infinito...

O cansaço repousa no corpo
De aparência estranha
Fingindo nenhum sentimento,
Para não demonstrar o coração
Carregado de sôfrega emoção
Num resto de vida de raízes ao relento...

Em 02 de setembro de 2008


DENTRO E FORA DE MIM
por Regilene Rodrigues Neves

Olho para fora de mim
O tempo taciturno sobre a vida
Aqui dentro silente me recolho
A noite cai dentro de mim...

Repouso sobre uma sombra de anseios...

Uma chuva caindo de leve
Molhando meu olhar
Uma quietude me abraçando
Querendo comigo divagar...

Uma estrada longínqua percorre lá fora...

Cá dentro de mim ouço sons do meu coração
Tocando melodiosos sentimentos
Ouço quimeras cantarolando nos galhos do pensamento...

Abrigo-me em mim
Tento renascer dentro do meu casulo
Querendo ser borboleta
Voar junto com a vida lá fora...

Testemunhar estações entre sóis e luas
Em dias inventados de liberdade
Com certeza um vôo de felicidade...

Não me importar com esse temporal
Que inunda dentro de mim
Ocultando tudo lá fora...

Fecho os olhos
Imagino fetiches
Construo um templo de amor
Um beijo prolongado esgota em sua face
O sabor demora no meu lábio
Caminhou por todo o meu corpo
Numa sensação sublime de desejos
Colhidos da paisagem do meu coração
A imagem de um amor refletida em paredes íntimas...

Não importa se um nevoeiro
Que seja chuva vento ou noite aqui dentro
Lá fora voa minha borboleta...

Sei que vaguei por discernimentos
Percebendo por trás da paisagem
O retrato do meu sobre a alma
Esteve crescendo amadurecendo a vida
O amor dentro e fora de mim
Numa mensagem recolhida
Dedicada numa poesia
Com cheiro de manhã de setembro...

Em 02 de setembro de 2008

UM SONHO DORMINDO NO TEMPO
por Regilene Rodrigues Neves

Um sonho dormindo no tempo
Numa visão dilatada de amor
Vela meu sono
Abraçando meu corpo de carinhos
Esquecidos na minha realidade
Verdade que coabita
Um dissabor de vazio dentro de mim...

Repousa m’alma na utopia
De uma efêmera poesia
Passageira recolhe minhas lágrimas
Deixa o sabor de um beijo na minha face
Acaricia meus cabelos
Sopra dentro de mim seus ventos de temperança,
Para que a esperança me acorde
Após um sonho lindo de amor...

Abracei minha quimera
Ao som do coração
Sua batida intensa
Do ritmo latente da sua presença
Dominando meus sentidos ainda vivos
Somente em amor compreendidos
Pelo meu coração
Que teima amar
Mesmo que a razão
Sofra de abandono e solidão...

Esquecera o amor de mim
Um pobre poeta
Que verseja sua mera utopia,
Para que se apegue
Em laços de ternura
De um amor derruído
Sobre um caminho errante...

Somente a poesia sobrevive
Estendida num manto sagrado
Sobre o meu corpo nu
Jaz despido em sua paixão
Que outrora era como vinho
Bebido em cálice de ilusão...

Agora meu desatino
É um sonho dormindo no tempo
Abraçado a saudade
Em que o amor me pertencia
Vivia de doces fantasias...

Que este amor inglória
Da minha alma abdicara,
Para serem versos arrancados
Das dores dilaceradas do meu peito
Cometido de sonhos,
Para não morrer a alma
De um poeta amante do amor...

Em 01 de setembro de 2008