QUEM SOU
por Regilene Rodrigues Neves


Eu sou um bocado de sensibilidade
Misturada de poesia...
Procuro alegria arrevelia
Para fazer das tristezas
Um sentimento contraditório ao meu querer
Que acontece por circunstâncias
Adversas dos meus anseios...

Eu sou quase um mistério
No meio de alguns segredos tímidos
Que entre uma estrofe e outra
Aparece por trás das rimas
Que invento para deixar oculto
Meus disfarces...

Eu sou a chuva
Que chora para o sol
Dias de solidão
Para que ele aqueça minhas desilusões
De um amanhã ensolarado
E não perca a esperança de um novo dia!...

Eu sou uma camada
De amar noutra de amor
O que sobra
São fragilidades
De algumas verdades
Entre os espinhos e a flor!

Eu sou a força
Que aparece sobre um campo minado
Suporto mais do que me acho capaz
Para encontrar minha paz!

Numa aparência rude
De traços marcados
A alma é o meu lugar mais bonito
Cuja importância não é vista
Por um mero olhar de desejo.

Me auto-escrevo
Num retrato subjetivo.
Dou lirismo às pedras
E da beleza dos jardins
Colho amigos
Flores que recebo ao longo da vida
Para amenizar as feridas dos espinhos...

Reflito sobre meu reflexo no espelho
Uma mulher e sua aura
Alguém especial imperceptível num olhar!

Sou um vaso de barro reciclável ao tempo
Cheio de incompletudes e estados de ânimo
Mutável as minhas intempéries
Sou sobretudo alguém imperfeito.

Minha única certeza é o amor de Deus
Que compartilho em agradecimento
A esse dom que me torna um pouco melhor!

Em 22 de outubro de 2010