FANTASIAS SOBRE A RELVA
De Regilene Rodrigues Neves

Sigo o vulto das sombras
Deitadas no ocaso...

Longitudes esgotam-se no horizonte escarlate...

Nos arredores a paixão estendida
Em febre de corpos acasalados
Amantes que se amam desesperadamente...

Sem nenhuma lucidez
Corpos misturados...
O suor derramando entre pêlos
Molhados de desejos...

A voz rouca do amor
Sussurrando ao pé do ouvido
Provocando o prazer
Que dilata emergindo
Murmúrios ofegantes...

Apenas o silêncio
Ouve as estocadas...
Gemidos cravejados na carne
Sentindo o êxtase
Em profana volúpia
Arranhando a pele
Toda arrepiada de amor...

O som do infinito
Ouve os gritos
Em ritmos de idas e vindas
De corpos acelerados...

Encaixando o côncavo e o convexo
Provocando delírios...

O gozo escorre no lençol verdejante
Amantes estendidos na relva
Sentem o beijo da noite
Na face do luar
Que fora dormir cheio de fantasias...

Em 14 de janeiro de 2009