DOR QUE FERE O MEU SORRIR

(por Regilene Rodrigues Neves)

Queria não sentir essa dor de afeto,
Mas sinto que ela foi gerada comigo
Que por mais que eu sorria
Ela está por trás dos meus sorrisos
E pode ser vista no meu olhar...

Mesmo que tente
Nas palavras de carinho
Que pronuncio
Arranca-la de dentro de mim...

Muitas vezes,
Num simples sentir de alegria
Tenho medo que ela a sufoque
E logo ela se perca novamente de mim
Em tantos momentos roubados
De me sentir simplesmente feliz!

É uma dor de tudo por tudo
Dor de quem perdeu o amor
Ainda no ventre...

Ao sentir os sofrimentos da sua mãe
E sentir que seu pai a rejeitara
Quando ao invés de acariciar sua barriga
Ele a espancava...

 Sem querer saber,
Que aquele ser indefeso
Que nela gerava
Já o amava...

E nesse sentir de desafeto
Todas as sensibilidades foram captadas
Nessa dor colada a minha alma
Numa tristeza que faz doer o meu sorrir
Por mais que tente não deixa-la me ferir...

Cresci fingindo ser mais forte que ela
Criando palavras de felicidade
Que as arrancassem de mim
E em meus caminhos
Eu plantasse flores sem espinhos
Já que minha alma fora no ventre – ferida...

Mas o verdadeiro amor fora-me negado
E no seu lugar nasceu comigo essa dor
Numa sensação de que uma lágrima
Escorre permanentemente dentro de mim
Ferindo o meu sorrir
Na dor de uma criança triste
Que nasceu em desamor...

Em 03 de agosto de 2013

2 comentários:

  1. Regilene

    Sempre devemos considerar, várias espécies de amor, até o que devia florescer do ventre. A dádiva, o presente da felicidade do amor vivido.
    Beijos

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  2. Uma experiência inominável...
    Bj. Célia.

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