SEM AMOR
(por Regilene Rodrigues Neves)

Não sei em qual estrada
Qual curva me perdi
Sei que os meus sonhos
Não estão mais aqui.
Resta somente um vazio
E a solidão devastando minha alma...

Um amontoado de medos
E carências sangrando dentro dela...

Nem mesmo os jardins lá fora me confortam...

Meus dias permanecem molhados
Sem reação meu corpo alquebrado se entrega...
Pouco a pouco uma enorme melancolia se espalha
Por dentro: lágrimas de quem a tempo se perdeu...


Meu destino a esmo
Colhe minhas desventuras...

Sôfrega minh’alma chora
A desesperança colhida na estação
Que permanece sem nenhuma mutação...

Passou a primavera, outono e verão.
Sem que eu sentisse o perfume das flores
Uma essência fúnebre
Jaz no meu peito
E o tempo lá fora contando as horas
Desditas nos meus dias
Feito um poema fúnebre
Velando seu óbito em vida...

Mais um poema que chora
E molha meus recônditos...

Em volta um pássaro poeta
Preso a sua liberdade
Sem asas querendo voar
Desse lugar que lhe aprisiona a alma
E a faz refém de uma sensibilidade
Que capta toda solidão em volta
E se revolta chorando sua dor
Num poema melancólico sem amor...

Em 28 de fevereiro de 2014


3 comentários:

  1. Querida Regilene, melancolia sim, por vezes conforta. Mas sem amor?
    O amor faz parte da vida. Pode é ter altos e baixos, como a musicalidade.
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Resgatas em versos
    As aves cativas
    Em prantos dispersos
    Enquanto tu vivas.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  3. Boa noite, Regilene. Por muitas vezes a nossa estrada torna-se uma imensidão desértica, onde não sabemos quando foi que nos perdemos, mas o reencontro conosco sempre haverá de acontecer e o amor renascer em nosso peito.
    Não podemos em hipótese alguma alimentar mais a melancolia, pois ela pode tornar-se um gigante quase indestrutível.
    Maravilhoso o poema!

    FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

    Beijos na alma e paz!

    ResponderExcluir