LÁGRIMAS DO SERTÃO
por Regilene Rodrigues Neves

As lágrimas da chuva caem
Sobre a face ressequida da terra
Molham o solo compadecido do sertão
Que tristemente esperou por tempos melhores em vão...

O sertanejo capina
Os carrapichos que sobraram
Da campina verde
Que um dia plantara sementes de fartura
Ao longo de árida semeadura...

A mutação do homem
Em sua ganância por mais riquezas
Fora devastando o solo em sua vegetação
Outrora um cenário de rara beleza
Agora em completa ruína e destruição...

Sobraram somente sonhos
E lágrimas de chuva caindo da natureza
Hoje o sertão carrega sua tristeza
Num fardo de desilusão
Sobre um campo vazio sem direção...

Gotas vão caindo no chão
Plantando novas sementes de ilusão
Arando a terra o sertanejo
Planta seu quinhão...

Em 21 de outubro de 2008