PASSANDO A LIMPO
por Regilene Rodrigues Neves

Silenciosa dor
Escrevo neste livro de solidão
Minha amargura
Copiando sua tristeza
Deixando rascunhos jogados
Nos meus sentimentos
Cheios de desilusão...

Uma ausência turva de lágrimas
Um vazio predestinado
Um coração quebrantado de amor!

Restos do meu silêncio ilhado
Prisioneiro sem defesa
De responder esse segredo
Fechado em meu peito
Atormentando-me de vazio e medos...

Mas ainda resta uma força estranha
Em sua façanha de me fazer renascer
E das cinzas recolho pedaços
De rascunhos jogados nesse diário
Voltando um novo capítulo escrever
Nas páginas em branco da vida
Que ainda tenho muito que aprender...

Reescrevo no verso de uma página virada
Que o meu legado hei de vencer
E uma nova poesia irá raiar o meu dia
Resgatando-me dessas folhas cheias de solidão
Que me tornaram cativa de uma sôfrega ilusão...

Em 04 de setembro de 2008